13.5.07

O funcionário público segundo Salazar

À procura de outra coisa, tropecei num discurso de Salazar, proferido em 5 de Setembro de 1940, quando abandonou a pasta de Ministro das Finanças. Quando se fala tanto de funcinários públicos, leia-se o que deles pensava quem que foi escolhido como o maior de todos os portugueses.



«Assim se viu ressuscitar esse velho tipo de funcionário que conhece todas as minúcias do seu trabalho, só pensa no desempenho da sua função, se entusiasma com a boa ordem e aperfeiçoamento dos serviços, é progressivo, é zeloso, é exacto, não tem horas de serviço porque são todas, se é necessário, e sobretudo tem o espírito de justiça e o amor do povo. (...)

Perante credores ou devedores do Estado, esse funcionário não é altaneiro, nem arrogante, nem imensamente superior; é mestre e guia, antes de ser juiz e severo executor da lei. Vive no seu lugar, porque vive para o seu lugar; é respeitado porque se respeita; sente-se digno porque se sabe útil, e mesmo no baixo da escala, nos mesteres mais humildes, ele pode tocar a perfeição, segundo o pensamento de Junqueiro: pode ser-se sublime a varrer as ruas»(*)
.


(*) Oliveira Salazar, Discursos e Notas Políticas, III 1938-1943, Coimbra Editora, 1959, pp. 284-285.

2 comments:

cs disse...

bom trabalho. Este e outras pérolas dos discursos do estado novo tem de ser relembrados talvez muita gente passe a olhar ao espelho

:))

F. Penim Redondo disse...

Ainda hoje estamos a pagar as consequências desta concepção...