12.6.08

A «raça», ainda












Bem tentei agarrar-me e não falar mais do assunto, mas não consigo.

Por muitas explicações que tenha lido, não me sai da cabeça a imagem daquela alma penada a dizer e a insistir que era o dia da raça.

Nem me interessa se foi gaffe ou não, o que me importa é registar, não esquecer que aconteceu - para memória futura.

Porque ninguém se engana assim por acaso. Não me estou a ver, eu que já fui católica, a entrar na catedral da Luz a cantar o Avé de Fátima, como se estivesse na Cova da Iria – pelo menos enquanto o Alzheimer não tomar conta de mim.

Não é a primeira vez, e não será certamente a última, que a Shyz, o Rui e eu traiangulamos por aí, normalmente mais ou menos sintonizados. Mas, neste caso, creio que é mais duas de uma banda e um do outro. Ou não?

4 comments:

Anónimo disse...

Não me parece que divirjamos tanto assim neste caso, Joana. Não creio que Cavaco seja um pobre inocente e sei muito bem que foi a sua formação conservadora e conformista a ditar-lhe aquelas palavras. Aquilo que me continua a parecer óbvio é que elas "escaparam-lhe" e não significam uma aproximação à extrema-direita (que entretanto se tentou aproveitar delas, é certo). E que é um tanto ridículo fazer disto um caso sério e "pedir explicações" públicas. Agora já me parece bem que se chame a atenção para o facto e se aproveite para fazer um pouco de pedagogia democrática.

Joana Lopes disse...

Rui,

Claro que Cavaco não é de extrema direita (extremos, alíás, não rimam com ele). Quanto aos pedidos de explicações, foram pura táctica político-partidária, sem qualquer interesse, na minha opinião.

Já a tal pedagogia democrática de que fala passa, neste tipo de casos, por carregar um pouco as cores e foi aí que me pareceu que o Rui foi muito brando (ao contrário do que é habitual...), o que terá originado alguns equívocos na Caixa de Comentários de ATN.

Está tudo mais claro, agora.

F. Penim Redondo disse...

Estimo em 80 % o número de portugueses que poderiam, por distracção ou indiferença e sem notar, ter cometido aquela gaffe.
Cavaco, neste ponto, representa perfeitamente o seu povo.

Por isso a insistência neste tema é totalmente incompreensível para quase toda a gente.
Será interpretada como picuinhice despropositada por quem teve que perder o jogo da selecção numa bicha da gasolina.

Além do mais não se percebe onde se quer chegar; destitui-se o presidente ? basta uns açoites na praça pública ? obriga-se cavaco a frequentar de novo o primeiro ciclo ? aumenta-se os impostos a quem votou nele ?

Joana Lopes disse...

Eu já sabia que aí vinhas pela calada da manhã, Fernando.

1º No mínimo, espera-se que um PR pertença aos 20% mais esclarecidos de uma população (e não aos outros 80%).

2º Quanto a resultados «pretendidos»: mas desde quando é necessário que existam para se insistir num qualquer assunto? Tens isso sempre em mente nos teus «posts»? Olha quem escreve...