19.11.08

Desleixo












Que ir a uma loja FNAC deixou de ser o prazer dos primeiros tempos para quem gosta de livros, já muitos explicaram porquê e nem vale a pena insistir.

Que se façam verdadeiros percursos inutilmente labirínticos, porque de vez em quando, tal como nos hipermercados, tudo muda de sítio é algo a que já me habituei, mas que continuo a não entender. Dizem-me que é por razões de marketing, parecem-me antes surtos de puro masoquismo contra clientes tratados como patetas.

Mas que os livros estejam, propositadamente, «arrumados» fora das prateleiras identificadas pelos respectivos letreiros, considero que vai já para além do admissível. Será ignorância minha, mas não considerava, até hoje, que Machado de Assis e Rubem Fonseca fossem património da Literatura Africana, não esperava ver L’inaperçu de Sylvie Germain classificado como espanhol, nem me tinha apercebido de que Sex and the City pertencia, afinal, à Literatura Francesa. Vá lá saber-se porquê, La Nausée de Sartre estava no local correcto.

Andava pelas redondezas um empregado e comuniquei-lhe a minha estranheza. Sorriu e encolheu os ombros. Fiz o mesmo e vim-me embora.

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