18.11.08

Ela falou











Segunda a Lusa, Manuela Ferreira Leite terá perguntado hoje, a propósito da reforma do sistema de justiça, se «não é bom haver seis meses sem democracia» para «pôr tudo na ordem».

O que entenderá esta senhora por «sem democracia»??? É melhor que nem tente explicar! Estou a levar a questão para a ironia só para não comentar à bruta. Era o que me apeteceria fazer - se valesse a pena.

4 comments:

Anónimo disse...

Eu também ouvi. Duvido é que, para além da Joana e de mais meia dúzia de pessoas, necessariamente consideradas profundamente perigosas para a paz social, muito mais gente se tenha indignado com tão sábias palavras. :-)

Admito mesmo que, uma esmagadora "maioria silenciosa" tenha dito lá para consigo: "É isso mesmo Manuela! Tens toda a razão! É de uma mulher como tu que o país precisa!"

Recado a propósito para Edmundo Pedro:

Caro Edmundo

Se ainda tem armas escondidas não as entregue, pois tenho cá para mim que, mais tarde ou mais cedo ainda vamos precisar delas; - apenas durante o tal "breve" intervalo de tempo em que poderá não haver democracia, claro :-)

nelson anjos

Joana Lopes disse...

Está enganado, Nelson: aqui por Portugal, ontem à noite, não se falou de outra coisa - nas televisões e na blogosfera.

Anónimo disse...

Se assim for, será um dos tais enganos com que me congratulo. É sinal que as coisas não estão assim tão más, como por vezes daqui à distância parece.

nelson anjos

Anónimo disse...

Estou a ouvir, na SIC Notícias, há cerca de 15’ uma declaração de Paulo Portas sobre o ensino e a avaliação dos professores. Inacreditável. Uma “lição” do leader do PP a ocupar quase todo o tempo de um telejornal
Ironia ou lapso
Se é uma ironia a afirmação da Dra. Manuela Ferreira Leite a propósito do funcionamento da Justiça, não haverá muito a comentar. Até as pessoas, com o melhor dos sentidos de humor, têm lastimáveis lapsos.
Se é um lapso, que não seja o do sentido de humor, o caso será outro. Os lapsos têm significado e há que olhar para eles com a atenção que, mais ou menos, merecem as afirmações sujeitas a um perfeito controlo. Também há, como sugere Paulo Pedroso, os lapsos controlados.
Já surgiu a ideia, no Expresso da Meia Noite, não me lembro de quem, de que José Sócrates, considerada uma parte da sua esquerda como fugitiva nas próximas eleições, procura substitui-la ou mesmo aumentá-la com um eleitorado habitualmente de direita. A autoridade, a intransigência contra os interesses corporativos, os dos professores e de muitos que lá vão passando em desfile nestes últimos anos, a resposta que parece imediata, e talvez certeira, aos problemas que surgem consolidam aquela imagem de homem fiável, determinado de que precisamos para os tempos que vêem. Nós, perdidos, desamparados à espera das más, péssimas coisas futuras da crise que vivemos. Manuela Ferreira Leite estará, disfarçadamente, a servir um antídoto para tal envenenamento? Não o creio.
Há que esperar e ver. Diversamente do que dizia Salazar com o seu “em política o que parece é” aqui talvez alguma coisa seja o que não parece ser.
Estou a lembrar-me como parecem certinhos aqueles dois bons amigos. Dr. Cavaco Silva e a Dra. Ferreira Leite. Dizia um, em tempos idos, “deixem-nos trabalhar”, diz uma nos tempos presentes (se não for ironia falhada) com a suspensão da democracia endireitavam-se as coisas no campo da Justiça. Falava um das “forças de bloqueio”, diz a Dra. Manuela Ferreira Leite qualquer coisa como não deviam ser os media a fazer a agenda política dos telejornais. O Dr. Paulo Portas que estive ouvindo parece ter a mesma opinião. Os media são incomodativos e inconvenientes. E há muitas coisas em que um dos dois nos traz o eco do que disse o outro. Tudo bem. pois que, até mais do que amigos, não serão os dois da mesma extracção ideológica?.