14.6.08

Só nos saem duques

Ainda bem que o Luís Raínha veio lembrar que João Carlos Espada é conselheiro de Cavaco Silva. Mais precisamente, é seu Consultor na «Assessoria para Assuntos Políticos».

Excelentes serão os conselhos, a ajuizar por este regulamento que o mesmo João Carlos Espada decretou para um departamento da Universidade Católica: (*)


(*) Recebido hoje por mail e já publicado em tempos aqui.

Não há nenhuma alma caridosa que ponha na net o texto completo???

A cereja em cima do bolo
















«Familiar» terá sido o encontro de Bento XVI com Bush, segundo o Osservatore Romano.

Fala-se nos bastideros de uma possível conversão de George ao catolicismo. Baptismo no rio Jordão seria excelente, em Bagdad também não era mau. Terá assim pegado a moda em fins de mandatos anglo-saxónicos.

Nessa não vamos: Soares e Sampaio entraram e saíram de Belém agnósticos empedernidos, Cavaco já trouxe na raça o sinal da cruz.

Conversões, por cá, é mais para os lados de ex-PC’s e, vá lá saber-se porquê, no feminino: Zita Seabra e, pelo que me dizem, Cândida Ventura também.

Originais continuamos.

13.6.08

Quando Junho ainda nem vai a meio














Hoje, este texto do Luís dispensa todos os esforços para se escrever qualquer coisa de jeito.

«Durante três dias, as estradas, em alguns pontos nevrálgicos do país, foram controlada por façanhudos que impediram a circulação de mercadorias. A polícia do Estado assistiu com benevolência. Habituada a dar porrada em trabalhadores fabris e estudantes faltava-lhe o cacete adequado e não actuou, nem seguramente recebeu ordens para tal. Agressões, atropelamentos mortais, destruição de bens, incêndios, foram consentidos com placidez. Enquanto os jagunços ocupavam a rua, o governo negociava com os representantes engravatados do sector. E repunha-lhes os lucros à custa dos restantes cidadãos, mais preocupados em encher os depósitos de carros e discutir o contrato de Scolari com o Chelsea.

Em plena crise a Galp aumentou o preço dos combustíveis. Mas não se ouviu nenhum grito de revolta, nem foi conhecida nenhuma acção responsável dirigida contra os distribuidores ou os produtores de petróleo.

A paralisação foi decidida, executada e dirigida por pequenos e médios patrões, com organização rudimentar. Os aparelhos sindicais clássicos que tinham mobilizado 200.000 pessoas na semana anterior assistiram, como o resto do país, ao espectáculo. Dos aparelhos sindicais neo-clássicos ninguém espera verdadeiramente nada.

Os partidos parlamentares estiveram a comemorar o dia não-se-sabe bem de quê. Os partidos de esquerda parlamentar fizeram declarações pavlovianas sobre a gaffe pavloviana do Presidente. A líder da oposição, economista de obra conhecida, esteve calada.

Os teóricos da alterglobalização fizeram ponte.

O Dr. Vital Moreira escreveu um artigo em louvor da economia de mercado regulada pelo Eng.º Sócrates e o dr. Loureiro fez um negócio milionário com peixe congeladono fim do prazo de validade.

Quando se esperava que os partidos explicassem aos eleitores a crise que encena os próximos episódios da civilização baseada no mercado, no individualismo e nos combustíveis fósseis, e apresentassem medidas para a dominar, houve futebol, história fedorenta, medalhas de metal sem valor em peitos sempre feitos e outros mais ingénuos.

Os jovens não acreditam na crise. Os jovens têm uma religião que tem como pilares os supermercados cheios de comida, o depósito de gasolina e os concertos de cerveja. A crise de Junho foi vivida como uma interrupção da festa, uma ressaca antes dos festivais de Verão.

Os mais velhos são jovens retardados. Como se vê nas reportagens do Europeu, os mais velhos olham para o lado antes de gritar, para ver como gritam os mais novos.

Os mais velhos dos mais velhos querem é que os deixem.

Os mais novos dos mais novos vão ser entregues aos pais biológicos.

Eu sei de um sítio com uma horta, água limpa, um falcão peneireiro nos céus. Não tenho é gasolina para lá chegar».

12.6.08

A «raça», ainda












Bem tentei agarrar-me e não falar mais do assunto, mas não consigo.

Por muitas explicações que tenha lido, não me sai da cabeça a imagem daquela alma penada a dizer e a insistir que era o dia da raça.

Nem me interessa se foi gaffe ou não, o que me importa é registar, não esquecer que aconteceu - para memória futura.

Porque ninguém se engana assim por acaso. Não me estou a ver, eu que já fui católica, a entrar na catedral da Luz a cantar o Avé de Fátima, como se estivesse na Cova da Iria – pelo menos enquanto o Alzheimer não tomar conta de mim.

Não é a primeira vez, e não será certamente a última, que a Shyz, o Rui e eu traiangulamos por aí, normalmente mais ou menos sintonizados. Mas, neste caso, creio que é mais duas de uma banda e um do outro. Ou não?

11.6.08

...

«A poesia já não está na rua, está na piscina»
Pedro Tamen

(Recebido agora por mail, divulgado com autorização do próprio)

fff para que tudo corra bem


boomp3.com

P.S. - Para evitar malentendidos: quero mesmo que Portugal ganhe!

Tratado na Irlanda

Vital Moreira pensa que «Qualquer que seja o resultado, o referendo irlandês sobre o Tratado de Lisboa mostra a insanidade política que é submeter a decisão popular um texto incompreensível para quase toda a gente».

Eu diria que «insanidade política» é o facto de o Tratado de Lisboa ser «um texto incompreensível para quase toda a gente».

10.6.08

Sempre, sempre na incumbadora

A raça, o ranço e o resto

ADENDA (*)

Não há país que mereça sessões como a de hoje – no dia da raça, das comunidades ou seja lá do que quiserem.

Uma hora e meia só com tropas (mas será que hoje é também o dia do soldado?), uma prédica absolutamente gongórica de João Bénard da Costa, uma revisão de matérias já mais do que dadas e revistas por Cavaco, num discurso do qual ninguém terá sido capaz de reproduzir uma única ideia cinco minutos depois.

Quanto às condecorações, business as usual, mas com nomes cada vez menos conhecidos – já chegaram a vários filhos de anteriores medalhados.

Os jovens, os tais que o presidente lamenta que não se interessem por política, estiveram, garantidamente, de olhos colados ao ecrã...

Mas, no currículo do companheiro Aníbal, a data ficará para sempre ligada à raça, ao dia da raça. Ele será recordado pela bela frase de ontem, juntamente com a imagem do bolo-rei e a de uma 3ª feira de Carnaval, que um dia nos quis roubar.

A não esquecer num qualquer concurso sobre os próximos Grandes Portugueses.

(*) Abençoada RTP1 que só falou das comemorações do 10 de Junho ao 45º minuto do telejornal. Dou-me por vencida e convencida: viva o futebol!

E vão quatro

O Dotecome foi a casa da minha infância blogosférica e faz hoje quatro anos.

Na semana em que o meu nome deixou de estar nos escaparates do blogue, porque o mesmo passou de colectivo a individual, parabéns para o Fernando Redondo e a garantia de que as discussões continuarão, aqui ou lá - porque ele é, e tudo leva a crer que continuará a ser, o amigo, muito velho amigo, com quem melhor me desentendo.

9.6.08

«Hoje eu tenho de sublinhar acima de tudo a raça, o dia da raça»


Cavaco Silva:Dia da Raça
Colocado por e5uf2

Por hoje, a Fernanda já disse o que era preciso.

Esperemos pelo discurso de amanhã.

Pelo menos uma por cada 250 milhões

















É raro o dia em que não chegam à minha caixa de correio várias petições com pedido de divulgação. É a primeira vez, que me recorde, que incluo uma neste blogue. Faço-o, pela sua carga simbólica e não por qualquer esperança de eficácia, através de um texto de Ana Gomes:

«Nos próximos doze meses, há quatro cargos de topo para distribuir na UE: Presidente do Conselho da UE, Presidente da Comissão, Presidente do Parlamento Europeu e Alto Representante para a Política Externa e de Segurança. O que é que têm em comum os nomes mais falados pela imprensa? Todos vestem fato e gravata. É este o traje que domina as fotos de família dos líderes europeus... desde sempre. Os líderes europeus devem ser escolhidos entre as pessoas mais competentes e ser representativos. Não acredito que entre 250 milhões de mulheres europeias, nem uma esteja à altura! A discriminação, na maioria das vezes indirecta, continua ainda hoje a impedir que os tectos de vidro sejam quebrados – como é bem visível nos cargos políticos de topo. Acho que é tempo de vermos pelo menos uma mulher entre os mais altos dirigentes da UE. Por isso, já assinei esta petição, lançada há dias, por uma eurodeputada dinamarquesa»:
<http://www.femalesinfront.eu/>