3.8.09

Lá se foram as esperanças de o ter como «amigo»












«Imagine um amigo que se põe aos gritos numa estação de comboios ou telefona para números aleatórios apregoando opiniões pessoais sobre questões de actualidade. Tomaria isso como uma atitude sensata? Suponha que conhece um grupo de pessoas que gosta de andar pelas ruas a interpelar desconhecidos tentando interessá-los em discussões sobre assuntos variados. Acharia isso razoável? Que responderia se lhe recomendassem um café onde se conversa sem conhecer o interlocutor? Poderá ser um diálogo equilibrado e sério?»

É isto que César das Neves pensa de «blogs, mensagens em massa, redes sociais, mundos virtuais e outros sites de interacção». E lembra «as tolices que se fizeram com os primeiros telégrafos, rádios e automóveis». A solução seria talvez continuarmos a usar fumos, como os índios, e termos de novo carros de chora nas ruas de Lisboa.

Diz algumas verdades? Certamente, mas com tão alto grau de conservadorismo e de pessimismo que a única qualidade possível é a de revelarem uma coerência pessoal indiscutível e sistemática. Num mundo «às arrecuas».

Para terminar, lá vem a grande afirmação: «A finalidade tem de ser a vida, não a Web.» Nem sei como não acaba por acusar o Facebook ou o Twitter de facilitarem o aborto, o divórcio e a eutanásia – por acaso eu estava è espera de que…

4 comments:

Luís Bonifácio disse...

Não deixa de ter uma certa razão. No meu facebook também me aparceram "amigos", silenciosos até ao ínicio da campanha política. Se ainda ao menos expressassem opiniões, ainda vá lá que não vá, mas na realidade eram papagaios dos seus líderes políticos.

Mas o Facebook pensou em tudo, até tem uma opção de "eliminar amigo", que na minha opinião dever-se-ia chamar "Chuto no cu".
Hoje em dia ninguém me chateia.

Se continuam a chatear o César das Neves, é porque ele é Masoquista.

Joana Lopes disse...

Se não quiser eiliminar o amigo no Facebook, pode escondê-lo (opção «hide», canto superior direito, em frente de um post dele). Às vezes dá jeito: quantos não julgam que os leio...

João Gaspar disse...

o mais irónico é que a premissa do primeiro parágrafo poderá ser válida tanto para quem manifesta opiniões nas redes sociais como em colunas de jornais.

Joana Lopes disse...

E nas televisões, etc. Sei lá, em quase toda a parte, excepto onde? Na cama?