22.12.09

Há sempre pastéis de nata em Xangai



















E não só agora, com bolo-rei, vinho do Porto e filigrana. Como há chocolates Godiva, perfumes Chanel, relógios Gucci (verdadeiros) e uma arquitectura fabulosa numa espécie de nova Manhattan. A terra é redonda, tornou-se pequena e tudo chega rapidamente ao outro lado, onde está agora o centro do mundo.

O que dói é ver a Europa a marcar passo – na melhor das hipóteses.

Já tudo foi dito sobre o que se passou em Copenhaga, com culpas e desculpas, mas uma coisa parece certa: «a Europa julgou que podia convencer o resto do mundo a pensar como ela» - o que já não acontece -, com voluntarismo político e «uma certa dose de oportunismo: para os dirigentes europeus, confrontados com arsenais de impopularidade (...), a luta contra as mudanças climáticas parecia redentora». Não foi.

Dito de outra maneira: «O discurso da União Europeia parece-se com o de um velho hippie que alerta os filhos contra os perigos da droga.» Assino por baixo.

(Fonte)

6 comments:

Anónimo disse...

É muito fácil ficar fascinado com o vigor chinês, mas a China têm uma série de problemas cujas consequências se farão notar cada vez mais, nomeadamente demográficos e ambientais. A poluição chinesa é terrível, um contínuo smog. Atravesse-se a China de avião durante o dia e nada se verá em terra até chegar ao Tibete..

Joana Lopes disse...

Mas quem é que disse que estou fascinada com o vigor chinês? Estou é desconsolada com a falta dele na Europa.

Jakk disse...

não gosto nada de anónimos...
Terão algo a esconder...não podem assinar as suas opiniões... Será falta de seriedade ou de convicções... Adiante...
Já é altura da Europa avançar em certas coisas sem o resto do mundo... Não percebo. a quastão ecológica e a libertação do petróleo... Estão à espera do quê? Dos americanos? Não há paciência! Para não falar da dependência de certos países do médio oriente. Se não precisarmos de petróleo só ganhamos... Quanto à China, é tudo que uma nação não deve ser...

Anónimo disse...

A autora deste blog pode muito facilmente não autorizar comentários anónimos, uma decisão totalmente legítima, adiante.

No resto concordo inteiramente consigo Jakk. Aliás, parece-me completamente absurda a ideia da Europa dar milhões e milhões a regimes corruptos para combaterem a poluição. O falhanço de Copenhaga reforça aliás a legitimidade europeia de olhar por si, dirigir esses milhões para se proteger, porque o aquecimento global é mesmo uma realidade e as suas consequências far-se-ão sentir em breve. Tempo de nos protegermos. Reflorestar o Sul, reforçar diques nas zonas baixas e começarmos a mudarmo-nos para o Norte, zona europeia que menos sofrerá. Creio que a dívida dos países desenvolvidos está em relação aos países ilha que estão em vias de desaparecimento. Albergar os seus habitantes seria a forma possível de a pagar.

Cara Joana, nada de errado estaria se estivesse fascinada com o vigor chinês. Eu confesso-me um fascinado. Adoro a China. O que não significa que a ache recomendável ou exemplar.

Joana Lopes disse...

«O falhanço de Copenhaga reforça aliás a legitimidade europeia de olhar por si»? Não vou por aí, por várias razões, uma delas sendo que já ninguém neste mundo pode olhar só «por si».

Além disso, o Norte da Europa tem um clima horrível! :-)

Anónimo disse...

Tem um clima horrível, mas está em vias de deixar de o ter ;)

Do resto tenho mesmo que discordar. O tempo de olharmos por todos foi-se, não se agarrou a tempo, está perdido. Neste momento não há nenhum tratado que consiga travar o aquecimento global. Falhada a solução global, haverá que pensar nos remendos locais. Quem não o fizer estará mais exposto às tempestades/secas/cheias que se avizinham.

Os previdentes serão os poupados pela natureza, que não cessará de buscar o reequilíbrio.