18.3.10

E assim se foi fazendo a nossa história


A notícia já tem alguns dias e o conteúdo parece não ser novidade, mas só hoje conheci ambos. Um jornalista alemão, Guenter Wallraff, declara que se fez passar por traficante de armas e se encontrou com Spínola que pretendia retomar o poder pela força, eliminando fisicamente os seus adversários políticos em Portugal.

A reunião terá acontecido em Março de 1976, na Alemanha, e Spínola terá dito que a sua organização já tinha pontos de apoio no Alentejo e estava prestes a tomar o poder. Wallraff entregou provas da conversa em questão às autoridades suíças, facto que, segundo a notícia, terá estado na origem da detenção e extradição de Spínola para o Brasil.

O tempo vai amalgamando as memórias e está hoje generalizada a ideia de que tudo ficou bem e calmo com o 25 de Novembro de 1975. Bem pelo contrário, no início de 76, eram praticamente diárias as manifestações e contra-manifestações, com destaque para um número elevadíssimo de ataques violentos da direita contra sedes e centros de trabalho dos partidos de esquerda. Por exemplo, foi em plena pré-campanha eleitoral para as primeiras eleições legislativas, que tiveram lugar em 25 de Abril desse ano, que foi assassinado o padre Max (3 de Abril).

Simultaneamente, e com a brandura que sempre nos caracterizou, os antigos governantes foram saindo das prisões – no dia 29 de Janeiro, Kaúlza de Arriaga e Silva Cunha, entre outros.

Entretanto, Spínola passeava pela Europa a tentar comprar armas…

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