27.3.10

Negócios brimaneses


Rue89 publica hoje uma longa reportagem, em cinco capítulos, especialmente importante para quem como eu esteve na Birmânia há poucos meses, mas que interessará certamente a todos os (francófonos…) que pretendam penetrar um pouco nos terríveis meandros de uma ditadura de ferro, corrupta, que não prescinde da tecnologia (com a ajuda ocidental, evidentemente) mas que persegue quem a utiliza, nomeadamente filtrando correio electrónico e impedindo a actividade de bloggers.

Disse-o então mas repito: algumas plataformas de correio são mesmo proibidas e, no caso do gmail, acede-se por um url especial que encaminha todos os mails para servidores onde são filtrados, aleatoriamente ou por palavras-chave. E nunca consegui acesso ao Blogger.

Transcrevo o último parágrafo do estudo publicado em Rue89:
«Peu après cette conversation, les autorités birmanes ont identifié une nouvelle blogueuse. Elle a été jugée très vite et condamnée à treize années de prison. Fin février, le pouvoir a transféré l'activité internet du Myanmar dans la cyberville militaire de Yadanabon. Tous les jours, j'échange quelques mots anodins par messagerie électronique avec Myo. Juste pour voir s'il est libre. Jusqu'à maintenant, tout va bien.»

No fim do primeiro texto, há encadeamento para a continuação.

(Na foto, Patrick, nome ocidentalizado do guia que me acompanhou em Novembro, e que não é, mas podia ser, o Myo que possibilitou a Paul Moreira esta sua aventura jornalística clandestina.)

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