19.7.10

Em Cuba, nada de novo?


Falo de Cuba quase todos os dias e continuarei a fazê-lo. Interessa-me tudo o que vai acontecendo, ou não, para além do mediatismo da chegada a Madrid dos expatriados, emigrantes à força, desterrados, ou o que se pretenda chamar-lhes, engravatados à pressa, justificadamente aliviados mas também inevitavelmente inquietos.

Porque, em Havana, literalmente com a corda na garganta, «a derrocada económica e social é de uma tal dimensão que resta apenas ao regime a solução de introduzir reformas imediatamente» e a libertação dos presos terá sido «uma jogada política» indispensável «para enfrentar o problema de 1.300.000 trabalhadores (cerca de 30% da população activa) que estão a mais nos seus postos de trabalho». Como? Aparentemente, entre muitas outras medidas, ampliando o trabalho por conta própria e a «cooperativização» de alguns serviços e reduzindo subsídios e custos sociais.

Para que isto, e muito mais, seja possível, é necessária a colaboração do exterior, ou seja que outros, como a União Europeia, acreditem no carácter genuíno da libertação dos presos como início de uma verdadeira democratização do país, o que, pelo menos para já, não é o caso. Apesar dos esforços de intermediação da Espanha para que seja alterada a Posição Comum que, desde 1966, condiciona as relações com Havana, países como a Alemanha, a França, a República Checa e a Suécia mantêm-se renitentes e está longe de estar garantida a unanimidade exigida para a alteração necessária. Esperam para ver a evolução dos acontecimentos e pretendem analisar detalhadamente toda a informação sobre os mesmos.

Entretanto, Fidel reaparece em público, visita aquários e dá uma entrevista mais ou menos fantasmagórica a Cubavisión (vi em directo) sobre os perigos de uma guerra nuclear iminente, causada por um ataque dos Estados Unidos ao Irão…

Fontes (1) e (2)
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