15.12.10

É um vaivém permanente entre Maomé e a montanha


Lê-se que estão técnicos do FMI em Lisboa para discutir reformas estruturais e que Sócrates prepara pacote de «medidas defendidas pelo FMI» para levar amanhã a Bruxelas.

Apregoa-se não ser necessária a presença de quem, afinal, já cá está para ajudar o mau aluno a fazer os trabalhos de casa. Missão cumprida, este parte com o caderninho na mala para ver se consegue passar, em Bruxelas, no exame preparado pelo explicador de Lisboa.

Bem podem os mais do que insuspeitos senadores gritar que o rei vai nu e que o precipício europeu está à vista, que a caravana continua a avançar impavidamente. Bem escreve Mário Soares que «a grande opinião europeia tem de pressionar os líderes europeus do momento, que não querem assumir a situação em que se encontram e os riscos em que incorrem» e no pasa nada. Ouvem-se os apelos quase dramáticos do mesmo Mário Soares e de Freitas do Amaral (ontem na TVI 24, em debate liderado por Constança Cunha e Sá) de «resistência» à actual aliança FMI / EU-Merkel, sob pena de derrocada europeia inevitável, e fica-se com a ideia de que estão a falar para extraterrestres.

Isto não vai acabar bem. Algo está podre e não é no reino da Dinamarca.
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3 comments:

Anónimo disse...

...esperemos que acabe bem um dia...com a revolta dos mansos...e contra aqueles também que se dizem supresos, como os nomes citados...tenham vergonha.

Rui Mateus.

São disse...

Joana, no pasa nada en Chile ;-). Aqui vai-se passando alguma coisa, muito má, mas passa...

Joana Lopes disse...

Muito má, São. Em Atacama é tudo mais agreste, mas...