24.3.11

Próximo governo: mais do mesmo?


Nada improvável. O PS, com Sócrates, pode vir a ganhar as próximas eleições, com a mesmíssima maioria relativa que hoje detém, pelas razões que Ana Sá Lopes explica hoje em O animal não moribundo.

Boas esperanças? Claro que não. São necessárias melhores alternativas: a procissão ainda nem saiu do adro!

Alguns excertos do texto de ASL:

«Se a ordem natural das coisas será o PSD ganhar as eleições, subestimar a anormal força anímica de Sócrates será um erro político.

Esta crise política iniciou-se no dia 27 de Setembro de 2009, quando o PS não conseguiu a maioria absoluta. O resultado eleitoral, muito razoável para o PS depois de quatro anos difíceis para o primeiro-ministro, nunca serviu o "verdadeiro" Sócrates - a negociação contínua que uma maioria parlamentar relativa exige não é a sua praia. Ele não foi feito para isto. (…)

A somar ao impulso de Sócrates para a abertura de uma crise política na primeira melhor oportunidade, a reeleição de Cavaco Silva e os desejos de uma parte substancial do PSD de se apresentar a votos antes que seja tarde, completam o ramalhete. Restam o PCP e o Bloco de Esquerda, e para estes qualquer solução, incluindo eleições, será sempre melhor que ficar associados ao apoio a um governo que cumpre as ordens do directório Merkel/Sarkozy, dois expoentes da direita europeia. Não havia mesmo nada a fazer. (…)

A narrativa eleitoral que ontem o secretário-geral do PS desencadeou pode vir a ter um sucesso inesperado: o homem que defendeu Portugal até ao limite da intervenção do FMI, cuja intervenção na Grécia e na Irlanda é de provocar o terror generalizado e que ao passar por Portugal em 1983-85 foi de muito má memória. (…)

Se a ordem natural das coisas é o PSD ganhar as próximas eleições, subestimar a anormal força anímica de Sócrates será sempre um erro político.»
...

4 comments:

O rural disse...

Será que 48 anos vão chegar para pagar os juros destes 37 anos de baderna?

Jorge Conceição disse...

Não sei, não!... Pressinto que o resultado final das intercalares não será muito diferente para o PS, que ganhará com maioria relativa, o PSD subirá ligeiramente à custa da descida do CDS e talvez os partidos de esquerda também desçam. Veremos.

Jorge Conceição disse...

O comentário marchou anonimamente antes que eu o pudesse assinar... as minhas desculpas!

Joana Lopes disse...

Também penso que isso possa acontecer, Jorge. Ou seja: tudo na mesma.....