17.5.11

O que todos pensamos sem confessar


Manuel António Pina, a propósito das sondagens sobre as legislativas:

«Todos estes resultados foram obtidos ouvindo pouco mais de mil pessoas "com telefone fixo" (em tempos em que o telefone fixo é quase uma raridade arqueológica). E nenhum deles poderá ser confirmado nem desmentido.

Não os conhecendo bem, não ponho em dúvida os métodos estatísticos que, a partir de uma tal amostragem, permitem anunciar resultados, quaisquer que sejam. Mas pergunto-me se alguém se meteria a comprar um carro em segunda mão (e quem diz um carro em segunda mão diz uma estratégia política) confiando neles.»
JN

Um exemplo concreto, uma ilustração? Estas precisões sobre os resultados de mais uma sondagem, baseada numa amostra de 1025 pessoas, tiradas de um artigo do Público de hoje:

«A taxa de respostas à sondagem cifrou-se nos 45,6 por cento. E, entre os que participaram, quase 24 por cento não quiseram responder ou responderam não saber à pergunta “Em que partido votaria?”. Acresce que 50,8 por cento afirmaram ter “a certeza relativamente ao partido em que vão votar”. (…) E é preciso ter em consideração que há uma parte que ainda não decidiu se vai votar. Colocados perante a questão directamente, somam cerca de 17 por cento os inquiridos que confessaram que “tanto pode(m) votar como não votar”, com os que disseram “não ter intenção de ir votar, mas é possível que vá votar” e os que respondem “não estou a pensar ir votar”.»

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1 comments:

Fenix disse...

Estas sondagens sistemáticas e condicionantes não poderão ser consideradas um atentado à liberdade do eleitor?!, e em vez de sondagens chamar-lhe o que realmente são?!