26.6.11

«Convergência e Alternativa» - Separar as águas



Que os impulsionadores do Manifesto «Convergência e Alternativa» viriam / virão a lançar um novo partido político só pode ser novidade para quem, nos últimos meses, tenha andado arredado dos meandros de bastidores das esquerdas.

Que o momento de o trazer a público não podia ser mais oportuno é por demais evidente para que seja necessário explicá-lo.

Que alguns detalhes do referido anúncio, no meu entender absolutamente dispensáveis e despropositados, tenham sido tais que já provocaram reacções de terceiros, que não se reviram no papel que lhes foi «atribuído», é no mínimo lamentável (sem que isto implique qualquer processo de intenções, mas seja talvez apenas revelador de irreflexão ou inexperiência política…).

Mais concretamente, em texto publicado no jornal «i», pode ler-se, entre outras passagens: «"Há uma janela de oportunidade que nós vimos logo a seguir às presidenciais, com a quantidade de votos nulos e em branco registada. Não podemos continuar sem fazer nada." Foi por isso que na semana passada já houve reuniões em Lisboa que juntaram subscritores do manifesto e movimentos ligados à esquerda, como a ATTAC -plataforma portuguesa, a Portugal Uncut (movimento anti-austeridade) e o Movimento 12 de Março (mais conhecido por geração à rasca).»

Entre outras reacções, o Portugal Uncut acaba de publicar o seguinte DESMENTIDO:

«Esta notícia, no que ao Portugal Uncut diz respeito, é, pura e simplesmente, falsa. O Portugal Uncut é um movimento antiausteridade, logo político na sua essência, mas não tem âmbito eleitoral. Apoiamos alternativas económicas e políticas (que propomos, divulgamos, e discutimos), e fazemos parte de qualquer dinâmica social com vista a combater a austeridade, o desmantelamento de serviços públicos e as políticas fiscais que favorecem a fraude e o desvio de fundos do bem comum para as mãos da elite financeira. Mas não constituímos nenhuma plataforma que “vá a votos”, porque o respeito que temos pela democracia e o repúdio por discursos populistas antipartido requer, a nosso ver, a coexistência de espaços de activismo social e político. E o nosso é a rede e a rua.»
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