7.6.11

Saem esqueletos dos armários


Ana Gomes vem hoje dizer que Paulo Portas não tem condições para fazer parte do próximo governo. É de ouvir, nem comento:


11 comments:

Miguel disse...

Não ouvi a entrevista. Li um resumo no SAPO. Acerca do "comportamento pessoal questionável de P. Portas", gostaria de saber se a euro-deputada e ex-candidata autárquica (ao mesmo tempo que era candidata ao PE) concretizou essa afirmação. Se sim, terei que ouvir a entrevista. Se não, fica a autora dessa afirmação qualificada: excecrável.
Sim, há muitos esqueletos escondidos, muitos deles basto malcheirosos, e em muitos casos abrigados em armários onde o erratismo político e o oportunismo pessoal se sentem protegidos.
Miguel Teotónio Pereira, Marvão

Fada do bosque disse...

Acha que as pessoas que votaram nele e noutros políticos corruptos, não sabem disso? Pois... é claro que sabem, mas esta maioria que teima em elegê-los gosta da máfia para governar!Veja lá se isto não é um verdadeiro crime:

«Já que os portugueses não têm coragem, capacidade ou tomates para levar o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, a julgamento por gestão danosa do país, ou por negligência grave durante o seu mandato governativo, ao menos poderiam dar-lhe uma condecoração.

Se no dia 10, o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vai condecorar no Dia de Portugal 35 personalidades e instituições, impõe-se saber porque razão não figura José Sócrates como um dos condecorados.

Em abono dos altos serviços prestados à nação "socialista" por José Sócrates, cito alguns exemplos que – reconheço – pecam por defeito.

A taxa de pobreza infantil em Portugal é de 16,6 por cento, um valor superior à média dos países da OCDE (12,7 por cento) e a oitava maior do grupo.

Uma em cada quatro crianças (23 por cento) estava, em 2009, inserida em famílias com rendimentos abaixo do limiar de pobreza; 27 por cento viviam uma situação de privação. Em 11,2 por cento dos casos (uma em cada dez crianças) a privação era acumulada com a ausência de rendimentos do seu agregado familiar, abaixo do limiar de pobreza.

Portugal tem mais de 800 mil desempregados, 20% dos cidadãos a viver na miséria e outros tantos que começam a ter saudades de uma... refeição.

Portugal tem hoje a pior dívida pública dos últimos 160 anos (mesmo não incluindo PPPs e empresas públicas), a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (duplicou em 6 anos), a maior dívida externa dos últimos 120 anos, a dívida externa bruta em 1995 era de 40% do PIB e o ano passado era de 230% do PIB.

Mas há mais elementos que abonam, citando Ana Gomes, a idoneidade pessoal e política do até agora sumo pontífice do PS e que, das duas uma, ou justificam que vá para a cadeia ou que seja condecorado pelo presidente da República.

Vamos a isso. A dívida externa líquida em 1995 de 10% do PIB, em 2010 chegou aos 110% do PIB, a dvida pública em 2005 era de 82.000.000.000€ e cinco anos depois chegava aos 170.000.000.000€.

Nos últimos dez anos, seis dos quais sob o comando absoluto de José Sócrates, Portugal foi o terceiro país do mundo com o pior crescimento económico (atrás do Haiti e Itália). Actualmente está no quarto lugar do TOP dos países do mundo em risco de bancarrota. Em 2011 só Portugal, Grécia e Costa do Marfim estarão em recessão no mundo. Em 2012 só Portugal estará em recessão no mundo.»

Agora como é que os eleitos nos continuarão a sugar?! A resposta está no famoso memorando.

Helena Romão disse...

Eh, lá!!!
Bom, ela para dizer isto tem provas contundentes e defesa em tribunal. Não iria arriscar-se sem saber o que diz, porque a reacção da Cristas era óbvia.

Joana Lopes disse...

Mas já houve quem tenha vindo dizer que o Portas não vai pôr nada em tribunal. (E eu quase aposto que não põe.)

Miguel disse...

Desculpem a insistência: insinuar o "comportamento pessoal questionável" de um adversário político sem concretizar a insinuação, é um comportamento, esse sim, fascista. É irrelevante, no caso, se essa insinuação tem fundamento. Como é irrelevante saber de que lado da bancada se sentam os protagonistas. Como é irrelevante a reacção que o visado venha, ou não, a ter.
Reforçar a insinuação, repito, não concretizada, com a analogia ao caso do senhor femi, é mais do que fascismo, é canalhice.
Se a autora da insinuação é (ou se diz...) de esquerda, eis uma "esquerda" que devia ter vergonha de si própria.
Quanto às máfias, e aos políticos corruptos, bem, o melhor é deixar a conversa por aqui...
Para finalizar: qual é o padrão para um comportamento pessoal "aceitável"?
Um polícia de costumes, e da moralidade pública, não deixa de ser um polícia de costumes, só por se dizer de esquerda...
Um canalha não deixa de ser canalha, só por se dizer de esquerda.
A esquerda, se alguma credibilidade moral e política quer ter, perante este caso, só tem uma coisa a fazer: dizer à Srª: shame on you!
Miguel Teotónio Pereira, Marvão

Joana Lopes disse...

Miguel,

Se andasses pelo Facebook (penso que não andas...), verias como a discussão está mais do que acesa, há 24h.

Não te sigo nos termos (fascismos não são par aqui chamados, nem sequer esquerdas ou direitas), nem no grau de indignação, mas, pousada a poeira, penso também que a AG perdeu as estribeiras, mais do que habitualmente, e que a sua intervenção é inaceitável.

Dito isto, muito me admiraria se PP a processasse. Mas posso estar enganada.

Miguel disse...

Joana:
Não ando no facebook, mas posso imaginar.
Eu acho mesmo que é uma atitude fascista, não no significado meramente político do termo, mas no significado simbólico. E era bom que se indignassem a valer, porque os valores pelos quais nos indignamos não mudam, nem variam a sua intensidade, consoante a origem dos ataques de que são alvo.
Tudo é para aqui chamado: fascismos, esquerdas, direitas, etc. A transigência e, em muitos casos, a cumplicidade com este tipo de atitudes - fascistas, repito - concorre para o aviltamento desses valores, e para a sua instrumentalização.
Insisto: pretender retirar direitos políticos a um cidadão, com base em suspeitas (não concretizadas)de um "comportamento pessoal questionável" - e, não as concretizando, abre uma enorme caixa de Pandora onde tudo poderá caber - , que é o que a AG faz, é um comportamento fascista. Ponto. E para comportamentos fascistas, a indignação deve ser total. Inequívoca.
Miguel Teotónio Pereira

Manuel Vilarinho Pires disse...

Miguel,
O termo "shame on you" é claramente deslocado quando dirigido a quem não tem vergonha. Se tivesse, não o faria, se fez, não tem. Não acrescenta ao óbvio dizer que não tem.

Joana,
Não sei de ciência certa, tu saberás certamente, mas creio que a PIDE recorria à chantagem de revelação de informaçoões de que dispunha sobre a vida sexual de oposicionistas. Era fascismo? Era.

Joana,
Uma das vantagens do crime de chantagem sobre outros crimes é que a vítima tem mais desvantagens do que vantagens em denunciá-lo às autoridades. Há figuras públicas que preferem assumir com coragem aspectos da vida pessoal que podem ter custos na sua popularidade, como fez o Morais Sarmento com a toxico-dependência, que até lhe correu bem, mas não me sinto legitimado para julgar cada um sem estar na sua pele.
"By the way", se o Morais Sarmento não o tivesse revelado, será que a Ana Gomes faria um "Conselho Superior" (título com algum sentido de humor para um programa em que ela faz crónicas) sobre os "comportamentos desviantes" dos drogados?

Joana Lopes disse...

Manel, Numa definição tá boa como outra qualquer, fascismo «foi um regime político instaurado por Benito Mussolini em Itália depois do final da Primeira Guerra Mundial e que se caracterizou pela ditadura e totalitarismo, pelo nacionalismo agressivo, militarismo e imperialismo, pelo culto do chefe, pelo anti-comunismo, pelo repressão e pelo corporativismo». Neste sentido estrito, não se aplica ao que está em causa.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Point taken. Eu refraseio:

A utilização de informações sobre a vida íntima e sexual de adversários políticos para exercer chantagem sobre eles foi uma técnica de repressão usada pelo regime fascista português, assim como por alguns detentores de cargos políticos na democracia portuguesa, nomeadamente a Drª Ana Gomes, eurodeputada em Strasbourg.

Assim já está melhor?

Joana Lopes disse...

Como queiras, mas ficaste com um silogismo com duas premissas sem comclusão, o que evitou que caísses no tal erro de Lógica, em ti um pouco recorrente :-)) (Aviso que vou dormir!)