8.7.11

A possibilidade de alternativas

@Paulete Matos

Regresso ao último livro de Boaventura Sousa Santos (*), concretamente a parte do seu último capítulo: «Outro mundo é possível». Mergulhados que estamos e vítimas que somos de um neoliberalismo feroz que nos rói até ao osso, não desistamos de «recusar a ideia de que não há alternativa». Mesmo - e é esta para mim a mensagem mais importante do texto – que saibamos melhor, e muitas vezes apenas, aquilo que NÃO queremos. O que queremos, iremos sabendo. Este é, aliás, o leitmotiv de muitas das minhas conversas e discussões nos últimos tempos.

«Todas as utopias conservadoras são sustentadas por uma lógica política baseada num único critério de eficácia que rapidamente se torna um critério ético supremo. Qualquer outro critério ético é desvalorizado como ineficaz. O neoliberalismo é uma dessas utopias conservadoras para as quais o único critério de eficácia é o mercado ou as leis do mercado. O seu carácter utópico radica na promessa de que a sua realização ou aplicação totais elimina todas as outras utopias. (…)

A utopia conservadora é hoje mais poderosa que nunca porque é reproduzida todos os dias e incessantemente pelos meios de comunicação social. As alternativas ao neoliberalismo nunca são mencionadas e, quando o são, é com o exclusivo propósito de as descredibilizar. Por essa razão, a dimensão utópica das lutas que resistem a este estado de coisas reside basicamente em recusar a ideia de que não há alternativa. Assume um carácter negativo: sabe melhor o que não quer do que o que quer. É mais importante afirmar a possibilidade de alternativas do que defini-las em detalhe.» (pp. 142-143)
(O realce é meu.)

(*) Portugal. Ensaio contra a autoflagelação, Almedina.
.

3 comments:

Storm disse...

ASSIM ESTAMOS OS TRÊS DE ACORDO: TU-JOANA, BSS E EU.

Joana Lopes disse...

Não acontece todos os dias :-)) (Já nem me lembrava que eras a Stormy...)

luis reis disse...

Não se considera sequer, a hipotese de começarem a levar nas trombas, certos jornaleiros/as,e certos comentadoiros/as, como acontece na Grécia?
Não existe mais pachorra, para houvir uma tal de Felgueiras e o nojo documentário, que a RTP1 apresentou esta semana, convidando para "comentar a Grécia" o Medina,( está em todas).As "bocas" dum merdoso como J. Rodrigo dos Santos. Que dizer então dum tal Martim Avilez, de um Beleza gordo e arrogante,De um Duque,etc,etc...
Desculpem lá,mas a paciência começa a esgotar-se.e não me f...., com essa de "matar" o mensageiro ,porque não cola,principalmente quando o "mensageiro", opina e goza na minha cara,com a minha vida de trabalhador.Todos os dias.