24.10.11

Nós e a Líbia


Daniel Oliveira publicou hoje, no Expresso, o que considero um texto «definitivo» sobre as relações entre o chamado Ocidente civilizado e um desgraçado país em espectáculo (é a palavra exacta…) a que todos assistimos nos últimos tempos: «Kadhafi, um ditador amigo».

Parece-me que há muitos que param na alegria de ver um ditador justa ou justificadamente assassinado. Não é o meu caso. Mesmo que quisesse – e não quero – não seria capaz.

«A revolta líbia, por ter apanhado desprevenidos muitos líderes ocidentais, é um dos melhores retratos da hipocrisia ocidental. Em poucas semanas foram tantos a dar cambalhotas que até se sentiu o enjoo aqui em baixo.

Kadhafi foi, ao longo do seu regime de terror, apadrinhado por demasiada gente para haver estadistas que se possam dar ao luxo de falar do que agora se passou sem sentir vergonha. Pelo menos desta vez tiveram mesmo de se retrair na propaganda que mascara a ganância com a luta pela liberdade e pela democracia. Corajosos? Só mesmo os líbios. Aqueles de que tão pouca gente se lembrou nos últimos quarenta anos.
Nenhum governo ficou indignado com a forma como o seu ex-amigo foi assassinado? 

Claro que não. Querem é que todos se esqueçam dele o mais depressa possível. Porque se nos esquecermos dele também nos esquecemos de quem o ajudou. Por cá, ficou uma prova da nossa cumplicidade: mais de mil milhões roubados aos líbios numa conta do nosso banco público.»

Na íntegra AQUI.
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