26.11.11

Dito por aí (2)

@João Abel Manta

«Mas o que transpira no actual discurso governamental é não só indiferença face ao empobrecimento generalizado dos portugueses, como a ideia implícita de que esse empobrecimento é moralmente bom, “purifica”, regenera. Salazar pensava assim, que a pobreza era uma virtude e muitos dos nossos governantes, como acham que tudo o que a mão do estado toca é por natureza impuro, aconselham dieta aos magros, como se a mortificação a que eles presidem fosse um castigo divino executado pela troika e seus mandantes.»
José Pacheco Pereira, O mundo que estamos a criar (4)


*****

«Quando Vítor Gaspar diz com leveza que afinal a recessão - ou seja o empobrecimento - da nossa economia vai ser mais grave do que ele previa, confessa assim que quem nos governa não tem a mínima noção dos efeitos das suas decisões. Ou melhor, que a tem mas se está basicamente nas tintas para isso. Afinal de contas foi este Governo que nos brindou com esse expoente da novilíngua orwelliana de que é empobrecendo que ficaremos mais ricos.»
José Manuel Pureza, O 'day after'

*****

«Só a estupidez humana, invencível até para os deuses (Shakespeare), e mais infinita do que o próprio universo (Einstein), é que pode explicar o facto de a Zona Euro estar a combater uma crise sistémica com respostas nacionais, baseadas numa austeridade cega. Se a crise se combatesse com jejum, como é que se explica que até sólidos países, que pertencem ao clube AAA, estão a ver os custos da sua emissão de dívida pública a subir perigosamente: Holanda, Finlândia, Áustria (já nem falar de França)?»
Viriato Soromenho-Marques, Ondas de choque
.

0 comments: