12.11.11

A violência de uma abstenção


Da crónica de José Manuel Pureza no DN de ontem.

«Por mais violenta que se reclame, a abstenção do PS não é senão isso: uma abstenção, uma transigência, um laissez passer. Um sinal inequívoco de que, para o Largo do Rato, o programa extremista do Governo não justifica um gesto claro de oposição. Na encruzilhada, o PS escolheu de novo juntar-se à direita liberal, privatizadora e destruidora do Estado social. Não foi obrigado a isso, optou. Invoca Seguro um abstracto sentido de responsabilidade para justificar este injustificável braço dado com o Governo. Sinal dos tempos: para o secretário-geral do PS e os seus companheiros, são os mercados financeiros e os credores internacionais que definem os bons padrões de responsabilidade a que o PS se vincula, não os seus militantes de base, os seus activistas sindicais ou os seus quadros profissionais qualificados. Nem sequer os seus eleitores. A razão é óbvia: é que para estes não há "austeridade digna", há apenas austeridade. A que pune de modo incompetente e injusto.»

Na íntegra aqui.
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1 comments:

vmsda disse...

É bem verdade, estamos na insólita situação de não haver no Parlamento sensibilidade que não se tenha já juntado "à direita liberal". E até quem tenha dado um "sinal inequívoco" através de algo mais que uma simples abstenção. O Dr. José Manuel Pureza tem a vantagem de já ter tido o feedback do seu eleitorado, nas urnas.