27.12.11

Dito por aí (8)

@João Abel Manta

«A questão é que a democracia é, antes de tudo o mais, igualdade e liberdade. E as "reformas" cavam mais fundo o fosso das desigualdades, sendo que para vingarem exigem mão de ferro e pouco barulho. (…)
As alegadas "reformas" em curso são apenas uma dose cavalar da política de todos os governos das últimas décadas. O resultado, segundo a OCDE, é que o fosso entre ricos e pobres atingiu agora em Portugal o nível mais elevado dos últimos 30 anos. E daqui para a frente será sempre a piorar.
Políticas deste tipo são inevitavelmente fontes de confronto social em que os governos intervêm pela força da repressão. E as ameaças do poder não deixam dúvidas quanto a intenções repressivas. Depois dos socialistas terem metido o socialismo na gaveta, chegou a vez de os social-democratas meterem a democracia no baú.»
João Paulo Guerra, Democracia

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«Esqueça o "Trivial Porsuit". O jogo das noites de 2012 será tentar descobrir uma ideia, uma "representação que se forma no espírito", uma "percepção intelectual" ou um "pensamento" nas 812 palavras da mensagem de Natal do primeiro-ministro. (…)
“Um Bom Natal e um Feliz Ano Novo", como disse Passos Coelho (foi impressão minha ou ouviu-se mesmo, em fundo, o sinistro riso de Muttley?)
Manuel António Pina, Jogue e instrua-se

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«Não é preciso ser economista para ver que o que temos pela frente é um panorama para 2012 e 2013 de aprofundamento de uma recessão que deixará o país perante problemas não resolvidos, que a austeridade promete resolver.
A austeridade deixará Portugal em piores condições para enfrentar os problemas da dívida e do défice, para não falar nos problemas novos que cria.
Há ainda a possibilidade de um país da UE, como a Itália, entrar em incumprimento, desencadeando uma série de incumprimentos sucessivos, e isso é, paulatinamente, o euro a desagregar-se, o projecto europeu a desagregar-se, ou pelo menos a transformar-se, ficando apenas um pequeno núcleo de países no euro e um número maior de países a regressar a moeda nacionais.»
José Castro Caldas, Temos pela frente um panorama assustador
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1 comments:

meirelesportuense disse...

Relativamente ao tópico de João Paulo Guerra, Democracia, eu não tenho muitas dúvidas, para muitas Empresas Públicas foram sendo nomeadas ao longo dos anos que se seguiram a 1976, personalidades que nada tinham a ver com a Causa Pública, bem pelo contrário, com a intenção encapotada de lentamente poderem avaliar e demolir o edifício estatal, passando para o vampiresco sector privado, as estruturas mais bem apetrechadas e lucrativas de todo o sector Estatal...E enquanto lá estiveram, criaram as condições para reunir e fornecer elementos que foram discriminando o sector Público em muitos momentos, enquanto enchiam os seus bolsos com chorudos salários e nalguns casos, de lá saíram, ao fim de meia dúzia de anos, para continuar a sua querida luta, já com grossas reformas no pecúlio, eles que agora tanto abominam nos outros as conquistadas ao fim de décadas de porfiado trabalho diário...