30.12.11

Dito por aí (9)

@João Abel Manta

«A constatação de que 2011 foi para os portugueses um ano horribilis só é contrabalançada pela certeza de que 2012 será ainda pior. (…)
Neste contexto, os costumeiros votos de “próspero ano novo” constituem em Portugal uma manifestação de maldoso sarcasmo. O ano de 2012, em primeiro lugar, não é novo: é a continuação, extremada, das desastrosas políticas dos últimos governos, agora vigiadas pelos prestamistas que tomaram conta do País. Em segundo lugar, 2012 vai ser o primeiro ano de uma nova contagem do tempo planeada para Portugal: um tempo de miséria, exploração, desigualdade, eliminação de direitos e repressão. Para salazarismo, só falta um Salazar. Ou será que já o encontraram?»
João Paulo Guerra, Horribilis

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«Mas, claro, podemos não precisar mais de partidos. Se o golpe de Estado europeu que está a substituir a democracia representativa por um império "dos mercados" vingar, seremos governados por "especialistas". E, quinta lição, parece que é mesmo possível fazer isso sem enfrentar grandes indignações e resistências. Se calhar, andamos a levar o desígnio de Passos tão a sério que nos cremos - e queremos - pobres até no espírito.»
Fernanda Câncio, Lições de 2011

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«Indesejados no seu próprio país, resta hoje aos portugueses, como ao judeu errante, construir o Portugal futuro com que sonhou Ruy Belo "sobre o leito negro do asfalto da estrada".»
Manuel António Pina, O português errante
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3 comments:

folha seca disse...

Cara Joana Lopes
Que não nos falte a força, nem que seja só para bater nas teclas.
Um 2012 com muita saúde (até porque vai estar muito mais cara).
Já agora que 2012 se seja o melhor possível (onde é que ouvi isto?).
Abraço
Rodrigo

Joana Lopes disse...

Muito obrigada, Rodrigo. Excelente 2012 também para si.

meirelesportuense disse...

Caro Paulo Guerra: -É um pouco menos elegante, usa Corte à Francesa mas parece começar a mostrar algumas insuficiências locomotoras, tem a Maria sempre ao seu lado e gosta muito de isolamento, excepto quando a Maria o força a mostrar o Mundo -à custa dos 13º e 14º meses de muitos outros- aos seus netinhos algarvios...Portanto, Salazar já temos, falta a cadeira alta e o momento exacto para a queda fatal.