6.3.12

Gabo



Se ontem recordei que Pasolini faria 90 anos se fosse vivo, como não gritar aos quatro ventos que Gabriel García Márquez completa hoje 85?!

O «Gabo» foi certamente um dos escritores da minha vida e, durante muitos anos, responderia à tal pergunta parva sobre o livro preferido entre todos referindo Cien años de soledad. Em espanhol, sim, porque não esperei pela tradução para o ler, assim que saiu em 1967 (na foto, a 1ª edição, na cabeça do autor). Não sei se foi o «melhor livro escrito em castelhano desde Quixote», como terá dito Pablo Neruda, mas para mim foi um marco inesquecível. Entretanto, mudaram muito os tempos e vejo que, hoje, foi disponibilizada a versão electrónica que não lerei.

Pelo caminho, ficaram Os funerais da mamãe grande, O outono do Patriarca, O Amor nos tempos do cólera e muitos outros.

Até que, em 2002, me precipitei de novo para a primeira edição, em espanhol, de Vivir para contarla, relato romanceado das memórias da infância e juventude de GGM. A prometida continuação nunca veio (o que foi anunciado como um primeiro volume pára em meados da década de 50) e «essa» nunca lhe perdoei!... Releio hoje o que escreveu como epígrafe do livro: «La vida no es la que uno vivió, sino la que recuerda y cómo la recuerda para contarla.» Ele, «Gabo», faz parte integrante da minha vida, como a recordo, mesmo sem a contar...


P.S. - Em El País, vários textos a propósito do dia de hoje:
* Recorrido por la geografía de Gabo
* Lo que nació con García Márquez
. .

1 comments:

André disse...

Tens que lhe perdoar «essa». Infelizmente (pelo que sei) deve-se a problemas de perca de memória. Não sei se é especulação, mas é o que consta, como talvez também saibas. O que é tão tristemente irónico. Ele que deixou de fumar quando lhe disseram que fumar afectaria a memória no futuro.