12.3.12

O elo mais fraco



Para Sarkozy vale tudo na tentativa, aparentemente desesperada, de continuar no Eliseu. Esperemos que, dentro de alguns meses, a sinistra dupla Merkel-Sarkozy se desfaça mas nunca se sabe: no momento de meter o voto numa urna para eleger um presidente, a memória parece toldar-se (nós que o digamos…).

Agora, veio o piscar de olhos ao eurocentrismo egoísta dos eleitores, com ameaças à emigração e mesmo à abertura Schengen.

«Se eu constatasse que, nos próximos doze meses, não havia qualquer progresso sério nesta direcção, a França suspenderia a sua participação nos acordos de Schengen até que as negociações resultassem.»

Que não venham agora sossegar egoistamente portugueses e similares, dizendo que isto é para «os outros»: espaço Schengen, entendemos bem. E que não fosse. Esta ideia da França ou da Europa entrincheiradas contra aqueles de cujo trabalho sempre tiraram proveito, e sem os quais estão irremediavelmente destinadas a definhar, seria ridícula se não fosse trágica. Para além de estar inevitavelmente destinada a um estrondoso fracasso.

O mundo mudou (e de que maneira) e a Europa continua a comportar-se como se não fosse, actualmente, o elo mais fraco.

Excertos do discurso de Sarkozy:


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4 comments:

Manuel Vilarinho Pires disse...

O Sarkozy não existe.
Se, daqui a uns meses, ele for eleito, podes voltar a publicar isto, substituindo "Sarkozy" por "os franceses". Até porque foram os franceses que elegeram PR o candidato que fez uma campanha à volta da promessa de pôr "na ordem a escumalha" (termo dele) imigrante.
Se não for, não existe mesmo, apesar desta tentativa patética de pedinchar os votos dos eleitores da Le Pen.

Joana Lopes disse...

«Não existe mesmo» o quê?

Manuel Vilarinho Pires disse...

O Sarkozy! :-)
A França atravessou uma legislatura de racismo e xenofobia, não por causa de o Sarkozy ser racista e xenófobo (como dizia o outro, é branco há 15 dias a já fala mal dos pretos...), mas por causa de os franceses terem votado no candidato que na campanha eleitoral lhes apresentou propostas racistas e xenófobas. Foi a França, e não o Sarkozy por ela, que escolheu o racismo e a xenofobia. Ele foi o testa de ferro dos franceses.
Agora quer voltar a ser, e faz o que pode por enxotar a Le Pen do caminho. Fazendo olhinhos ao eleitorado dela, racista e xenófobo. Talvez as contas lhe saiam trocadas, e perca mais ao centro do que ganha à direita. Mas nas eleições anteriores, acertou na mosca.

PS: agora já não sei como pedir para ser avisado das respostas aos comentários... Sabes como se faz?

Joana Lopes disse...

Só agora vi que deixou de haver a hipótese se subscrever comentários posteriores, Manuel. O Blogger está a mudar todos os dias, em geral para melhor, devo dizê-lo, mas neste caso não entendo.