2.4.12

França: o voto útil torna-se inútil?


Para quem, como eu, se sente tentada a trepar por paredes sempre que são chamados à liça argumentos a favor de votar «utilmente» (sempre na tentativa, normalmente frustrada, de evitar males maiores…), é um prazer ler argumentos como os de Le Yéti, num blogue de Rue 89, a propósito das sondagens mais recentes para as eleições presidenciais em França. 

Mélenchon, candidato do Front de Gauche, ocupa agora o terceiro lugar nas previsões. Ou seja, no pódio, neste momento, encontram-se três candidatos, dois de esquerda – François Hollande e Jean-Luc Mélenchon – e um de direita, Nicolas Sarkozy. 

Com dois candidatos neste trio, a esquerda estará obrigatoriamente presente na segunda volta (se as previsões actuais se confirmarem, evidentemente). 

Na hipótese, (ainda?) pouco provável, de ser Mélenchon a passar à segunda volta, isso assustaria o eleitorado do centro e faria aumentar a abstenção ou mesmo o número de votos em Sarkozy? Talvez, mas o efeito nos eleitores do Front de Gauche será semelhante se for Hollande a defrontar Sarkozy, defende Le Yéti. 

 «A via está portanto aberta para que, à esquerda, cada um vote no candidato da sua escolha e não, estupidamente, para criar obstáculos ao campo inimigo.» 

A ver. Até ao dia 22 de Abril, correrá ainda muita água debaixo de muitas pontes. Mas… 
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