3.7.12

Abro um parêntesis



… nas férias e nas lonjuras (estou em Suzdal, algures na Rússia), porque um texto de Nuno Ramos de Almeida (NRA), publicado hoje no «i» e que li quando ainda era madrugada em Portugal, me acompanhou o resto do dia, como pano de fundo de visitas a catedrais e monumentos vários. 

Já me tinha apercebido de que a manifestação dos desempregados, no passado Sábado, tinha tido poucos participantes, apesar do grande esforço de mobilização de vários movimentos envolvidos. Porquê? NRA refere vários motivos possíveis, mas estou em crer que vão dar todos a uma mesma raiz: ao estado de relativa inacção em que nos encontramos, «mais responsável pelo nosso desastre do que pelo nosso progresso», ao contrário do que os elogios que nos são feitos querem fazer crer, à «construção de um capitalismo clientelar» a que nos habituámos nos últimos trinta anos. 

Saí daí há menos de uma semana, tenho seguido, embora por alto, discussões acaloradas de questões que nem chegam a ser de lana-caprina mas que «vendem», sobretudo nas redes sociais, como pãezinhos de leite. E foi preciso chegar a este texto do Nuno para poder transcrever, sublinhar e realçar apenas isto: 

«Portugal precisa de criação de alternativas, mas elas passam pelo crescimento de uma contestação social que torne intolerável no país as políticas da troika e os governos que as servem.» 

O resto é gargarejo.
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1 comments:

Porto Santo disse...

Por isso mesmo deixemos de lã-caprina, e sejamos audazes nas nossas reivindicações, lutemos pelo derrubamento deste governo de vendidos e mostremos que este sistema capitalista está podre e não existe possibilidade de reformá-lo...