29.3.13

Um triste Presidente



Cavaco Silva divulgou no Facebook as seguintes afirmações, adequadamente ilustradas por esta «composição fotográfica» (que fala por si...):
«Nas últimas três semanas visitei seis empresas: Cerealis, em Lisboa, Sousacamp em Vila Flor, Frucar, em Carrazeda de Ansiães, Leica, em Vila Nova de Famalicão, Symington, em Vila Nova de Gaia e Gelpeixe, em Loures. Empresas que investem, inovam, apostam na qualidade e criam emprego. Empresários com espírito de iniciativa e confiantes no futuro do País.
Trabalhadores motivados e empenhados na criação de valor para a empresa e de riqueza para o País.
É estimulando, apoiando e dando visibilidade a empresas como estas, e não através de uma retórica inflamada e vazia de conteúdo, que se defende o interesse nacional e se contribui para a recuperação económica e para o combate ao desemprego.
Devemos apoiar o empreendedorismo, valorizar a iniciativa empresarial e reconhecer o valor daqueles que tem mérito, talento e conhecimento. Esse é um caminho decisivo para enfrentar a situação dramática que é o desemprego de tantos milhares de portugueses e abrir uma janela de esperança para os nossos jovens.»

Em texto de opinião hoje publicado no JN, Pedro Bacelar de Vasconcelos acerta «na mouche»: 

«No mesmo dia em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates "tomava a palavra" nos ecrãs da RTP, após quase dois anos de rigorosa abstinência, o Presidente da República entendeu oportuno destacar a importância da iniciativa privada para a resolução dos problemas do país, e proclamou que "quase tudo o resto é fantasia", condenando a "retórica inflamada e sem conteúdo, as intrigas e jogadas político-partidárias que não acrescentam um cêntimo à produção nacional e não criam emprego".
Estranha democracia, esta, de empresários de sucesso, sem debates, sem paixões, sem intrigas, sem partidos.» (O realce é meu.)

Tudo isto é grave e triste, tristíssimo!...
Roubo mais uma frase a PBV: «E desta forma prossegue a inevitável degradação da República, do Estado de Direito, da prestação de contas e da representação democrática.» 
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2 comments:

JM Correia Pinto disse...

Cavaco, sobre "empreendedorismo", é uma autoridade ou não tivesse ele considerado, em evento específico, João Rendeiro como exemplo de empreendedorismo em Portugal. E é de crer que só por modéstia não referiu os amigos do BPN e da SLN.

Joana Lopes disse...

Terá sido lapso, JM Correira Pinto...