6.4.13

E agora, Cavaco?



No preciso momento em que o Conselho de Ministros está a lançar uma espécie de bomba para os braços do Presidente da República, bem necessário seria termos outro tipo de pessoa em Belém. Infelizmente não temos. Este texto de Leonete Botelho, do Público de hoje (sem link), não podia ser mais certeiro nem mais oportuno.

«Cavaco Silva conseguiu ontem, em poucas palavras, dizer o quão irrelevante considera ser a função de Presidente da República que ocupa. De uma assentada, afirmou que qualquer decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento é um problema exclusivo da Assembleia da República. Nunca seu, sequer do Governo. Recusou qualquer hipótese de crise política e afirmou que o Governo está relegitimado após o “chumbo” da moção de censura e tem mais de meio mandato para cumprir. E ainda considerou que o executivo depende apenas da confiança do Parlamento, não da do Presidente da República.

Foi assim que Cavaco Silva, ao fazer tábua rasa do sistema semipresidencialista português, se demitiu, ao vivo e em directo a partir de Sines. Aquele que deveria ser a válvula de escape do regime, o último reduto do nosso sistema de check-and-ballances, a garantia de que pode tudo correr mal que temos sempre um Presidente com quem contar, deitou por terra toda a teoria constitucional e prática política das últimas décadas, e inclusive a do seu primeiro mandato.»
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1 comments:

Bolota disse...

Cavaco???

É a coisinha mais cinica que apareceu na nossa vida politica.