17.7.13

Espuma dos dias


Assino por baixo isto (e muito do que o Luís Bernardo pensa e escreve por aí):

«E as conversas casuais, como a de ontem, não podem terminar com Fernando Rosas em pose desapontada, como se a indisponibilidade do PS fosse surpreendente. O comunicado do PS diz tudo a esse respeito: no Rato, nada de novo. O socialismo na gaveta, a responsabilidade na manga e um calculismo hábil. A resposta à manobra do PCP – porque também foi uma manobra – não poderia ser uma imediata expressão de interesse em conversações alargadas “à esquerda” sem compromissos ou sem termos definidores mínimos. Os dirigentes do BE mostraram falta de jogo de cintura; mostraram não perceber que o PCP tem um eleitorado estável e uma base militante sólida, ainda que cada vez mais estreita; mostraram não perceber que uma reacção unitarista e ecuménica, nesta altura, teria de ter contornos mais discretos. Talvez seja este o outro ponto de sufoco do BE: a tentação do mediático e do grandiloquente. Não teria sido mais fácil desmontar os contornos messiânicos do discurso do PS, que se apresenta constantemente como partido essencial, partido fundamental, partido necessário, esquerda moderna? Essencial para quê? Fundamental para quê? Necessário para quê? Moderno, de facto, na configuração organizacional virada para a conquista de votos, mas nunca à esquerda. Sejamos claros: o PS não é essencial para nada, fundamental para nada, necessário para nada e a sua modernidade não augura algo de bom para a democracia eleitoral.»

Na íntegra aqui.
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