22.7.13

Partidos? Certamente, mas...



Se há que combater a vaga antipartidos que por aí vai crescendo de dia para dia, por motivos óbvios, isso não deve impedir-nos, bem pelo contrário, de reconhecer a triste e preocupante realidade com que estamos confrontados e que se agravou nos últimos tempos. António Guerreiro retrata-a bem, no Ípsilon do passado dia 19:

«A política, naquilo que dela ainda existe, já não são os partidos que a fazem: são os comentadores os magistrados, os jornalistas etc. Veja-se, aliás, como os homens de partido se tornam comentadores para saírem do espaço despolitizado e entrarem no espaço – exíguo, mas o único que resta – da política. Algum governo, nos últimos anos, se formou com base num projecto de sociedade? Os governos são cada vez mais técnicos e cada vez menos políticos. Maiorias políticas parlamentares elegem e apoiam conselhos de administração da empresa-país, que por sua vez nomeiam burocratas (sempre com uma grande aura de "competência", nem sempre confirmada) para gerir a coisa pública.» 
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