2.8.13

Palmas, muitas palmas



«Palmas de pé, cadenciadas e definidas como num plano quinquenal, ao estilo dos gloriosos congressos soviéticos, em louvor dos líderes, não abafam o som do desconforto da sociedade portuguesa. Os deputados da maioria apoiaram uma moção de apoio ao apoio que têm dado às manifestações de apoio do Governo ao apoio que lhe têm dado. Confusos? Não: numa democracia normal o Governo responde perante os deputados. Em Portugal, os deputados da maioria dependem do Governo. Ou melhor são o megafone da sua voz. As patéticas perguntas de um parlamentar social-democrata à ministra Maria Luís Albuquerque sobre os swaps, que começavam por um inevitável "obrigado por nos estar a revelar a verdade", ou algo parecido, mostram o equívoco desta encenação.» (O realce é meu.)

Fernando Sobral, no Negócios de ontem.
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