23.10.13

Do pequeno país



«O nosso pequeno país cá vai, bem mandado, mas de ser apaparicado à chegada ao clube [UE] passou, depois de 2008, a ser sujeito a tratos de polé. Uma interpretação alemã das causas da crise – golpistas desleixados do Sul abusando de gente séria e trabalhadora do Norte – e uma receita alemã para sair dela – austeridade (que tem aumentado a dívida e minado a democracia) – apesar de erradas foram aceites como boas não só em Lisboa, mas nas outras capitais da Europa. (...)

Entretanto o pequeno país escolhe às vezes para chefes gente com a visão do saguão e o instinto da porta de serviço. Ou então gente tão zelosa que, ao ministrar o remédio para a crise que os alemães ordenaram, decidiu ser mais troikista que a troika. (...)

E por fim Angola, jóia da nossa coroa imperial – no tempo da guerra colonial nenhum cartaz em Lisboa rezava "Moçambique é nosso" - a fazer-nos passar por vergonhas (sempre o malfadado instinto da porta de serviço). "Só nos faltava mais esta" teria comentado o Dr.Salazar quando lhe vieram dizer que havia petróleo em Angola. É muito pior ainda do que ele imaginava.»

(O link pode só funcionar mai tarde.)
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