18.1.14

Que voltem os Filipes?



Paulo Portas compara a saída da troika, em Maio, à nossa vitória sobre os Filipes espanhóis, em 1640.

Durão Barroso acaba de receber o Prémio Europeu Carlos V. Recorde-se que Carlos V (do Sacro Império Romano-Germânico) foi Carlos I (de Espanha) e que este foi pai de Filipe II (de Espanha), o mesmo que foi Filipe I (de Portugal).

Haverá alguma mensagem subliminar nestas coincidências? Alguma invasão espanhola em perspectiva à qual o líder do CDS quer, irrevogavelmente, resistir? Pouco provável, mas mais vale rirmos – para nos entristecer, temos aí a realidade nua e crua.

Seja como for, estou com Miguel Sousa Tavares, no Expresso de hoje: Que voltem os Filipes!

«Quando acontecer o 1640 de Paulo Portas, marcado para 17 de Maio, só por inconsciência ou por conveniência se poderá dizer que recuperámos parte da nossa soberania. Apesar das privatizações (justificadas para a diminuir), a dívida pública terá aumentado, mas por via delas. Portugal terá alienado quase tudo o que, no sector económico, público ou privado, caracteriza um país soberano. A produção de electricidade foi vendida a uma empresa estatal chinesa, a distribuição dada em monopólio a chineses e árabes, parte substancial da banca e dos combustíveis vendidos a angolanos, os cimentos e a telecomunicações a brasileiros, os aeroportos aos franceses, a única companhia aérea prestes a ser vendida a quem mais der, os correios aos americanos da Goldman Sachs ou clientes seus, um terço do mercado de seguros também aos chineses e o próprio fornecimento de água, o mais essencial de qualquer bem público, pronto a ser concessionado a quem os "facilitadores" determinarem. Se isto vai ser um país soberano, eu prefiro que voltem os Filipes.»
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