27.3.14

Números de terror



Os que se conhecem são assustadores e os que aí vêm podem ser piores.

A catadupa de números e estudos que vão surgindo dá conta do inexorável caminho de empobrecimento que Portugal vem seguindo, fazendo com que declarações como as de Luís Montenegro assegurando que não haverá mais cortes nos salários sejam uma triste mentira, pois existe a intenção de reduzir a massa salarial da função pública, indo agora aos chamados suplementos. Aguardemos para ver quem são os profissionais afectados.

Escaldados como estão, os portugueses ouvem estas coisas e distanciam-se ainda mais da política e dos seus protagonistas. E por isso não se pode estranhar que já haja sondagens a indicar que a abstenção nas europeias deve ir a 60 por cento, o que desvirtua a representação democrática. (...)

Em Portugal tudo se tem resumido a austeridade reforçada, e não se vê como inverter este ciclo infernal. Sobra o optimismo do Banco de Portugal, que antevê um crescimento de 1,2%, contra os 0,8% que tinha anunciado. Com revisões desta dimensão, talvez a instituição tenha também passado a acreditar em milagres, o que não é manifestamente o caso. A explicação é mais simples e mais grave: a previsão ignora os efeitos dos cortes reforçados que o DEO comporta. Não há realmente maior cego que o que não quer ver.

Eduardo Oliveira Silva

1 comments:

Jorge Conceição disse...

Interessante (e não comentada no FB, pelo menos que eu visse) a declaração de ontem de Passos Coelho em Moçambique (com base nos dados do Banco de Portugal, suponho) de que estão criadas as condições para regressarem ao nosso País todos aqueles que emigraram e que até teremos que recorrer a novos imigrantes, tendo em conta o desenvolvimento que, se espera, a economia portuguesa vai agora atingir...