20.5.14

Juncker?



«Jean-Claude Juncker quer ser o príncipe regente da Europa. Nada a opor. Afinal seja ele ou Martin Schulz a ser eleito pela sua facção a receita é a mesma.

Nada de essencial, em termos de estratégia económica ou de política europeia, os separa. Qualquer um deles será eleito, não por voto directo, como presidente da CE, abençoado por Angela Merkel, e viverá suavemente num clima de ar condicionado até à próxima crise financeira.

Mas Juncker decidiu vir a Portugal para nos lembrar que não devemos acreditar nos socialistas. Empolgado, decidiu inovar a doutrina: "Eles lembram-me um dos vossos compatriotas mais prestigiados: Cristóvão Colombo. Quando partia nunca sabia para onde ia, quando chegava nunca sabia onde estava, e era o contribuinte que pagava a viagem".

Juncker mostrou aqui o seu espírito da Idade Média, que quer ver replicado na Europa. Ainda não percebeu o que foram os Descobrimentos, nem a Renascença. Não percebeu porque os EUA estão na vanguarda da inovação e a Europa parece um museu de ideias falecidas. Lá arrisca-se, aqui tem-se medo. (...)

O que esta frase pacóvia de Juncker demonstra é a pobreza cultural desta Europa burocrática. Que tem medo do risco, que conta as moedas, que não deseja descobrir nada para lá da sua rua, que tem receio do mundo. Com homens como Juncker, a Europa viverá escondida na Floresta Negra.»

Fernando Sobral, no Negócios.
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1 comments:

Victor Nogueira disse...

Pois ... a ignorância não paga imposto. Para além de toda a "história", as viagens de descobrimentos eram investientos com a ideia de retorno, um retorno avultado que permitisse cobrir os prejuízos dos "naufrágios", Não poucos resultantes da ganância de sobrecarregar as naus. A história dos "descobrimentos" é uma história de investimentos para enriquecer, quer as coroas de portugal e de castela, quer depois as companhias comerciais holandesas, britânicas ou francesas. finalidade fulcral era criar novas rotas comerciais e deois, controlar os entrepostos mercantis, numa 1ª fase.