27.7.14

Seguro e uma TAP «lusófona»



Talvez por estarmos na silly season, não faltam por aí notícias mais ou menos desnorteadas. Mas confesso que esta excede, na minha opinião, o nível de parvoíce expectável (pardon my french).

António José Seguro terá dito ontem, não sei onde, que a TAP não deve ser privatizada e que Portugal tem de manter 50% do capital, com recurso, para o restante, a injecção de dinheiro oriundo da lusofonia, designadamente de Angola, Moçambique e Brasil.

Porquê? Há alguma relação entre voar com qualidade e falar a mesma língua? O dinheiro de alguns é melhor do que o de outros, só porque o petróleo e o gás deles seguiram a cartilha de João de Deus? Os três países citados são maiores e vacinados e, caso estivessem interessados em participar no capital da TAP, ou em comprá-la, já o teriam feito ou poderão fazê-lo. Mas se por hipótese isso acontecesse, por que raio é que Portugal, o pobre da fita, devia ter supremacia e ficar com as rédeas da empresa e não com 10 ou 15%? Porque pensamos que eles gostam de ajudar os pobrezinhos? Ou porque fomos nós que os «descobrimos» e os colonizámos durante alguns séculos? 
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