18.9.14

Um furacão chamado BES



«A União Europeia está recheada de políticos poderosos que não têm vida nem pensamento próprio. Que são verdadeiras fotocópias desfocadas daquilo a que outrora se chamava estadistas ou, pelo menos, políticos com ideais e ideias.

Grande parte da elite de Bruxelas assemelha-se a salmões de estufa: têm todos a mesma cor e o mesmo sabor. Ninguém consegue diferenciar um do outro. Durão Barroso conseguiu juntar o melhor desta brigada do reumático. Um dos mais ilustres membros desta ínclita geração dá pelo nome de Joaquín Almunia, que decidiu discorrer sobre os problemas do BES/Novo Banco. Para o ilustre comissário, "em ordem a ser viável, o Novo Banco deve ser vendido e integrado num banco que seja capaz de continuar as suas actividades de maneira viável". Ou seja, venda-se depressa e em força. (...)

Cai o BES e Passos Coelho treme que nem varas verdes. A queda do BES não era um trovão: é um furacão. No meio de tudo isto, entende-se que só a UE e o BCE tinham, há muito, uma ideia sobre a banca portuguesa: queriam bancos pequenos, sem ligações exteriores (...), ou dependências de bancos estrangeiros. A implosão do BES veio a calhar. E assim, cada vez mais, Portugal estará mais dependente do exterior para ir pagando dívida enquanto acumula mais dívida. Almunia cumpriu a sua missão.»

Fernando Sobral

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