11.5.15

E a Turquia aqui tão perto



Não é preciso percorrer muitos quilómetros para Nordeste de Lárnaca para chegar à parte turca de Chipre, não sem antes ter atravessado uma base militar inglesa, avistado uns barracões da ONU e várias guaritas com soldados turcos encavalitados, com a missão de vigiarem sabe-se lá quem ou o quê.

Paragem na «fronteira», entrada de uma funcionária a bordo para simples contagem de cabeças (mas parece que nem sempre é assim e há que não deixar em casa passaporte e cartão de cidadão), visita às importantes ruínas de Salamina e chegada a Famagusta. Podia referir muitas coisas, falar da «cidade fantasma», por exemplo, mas o tempo é pouco e limito-me a mostrar o que, até agora, mais me marcou como símbolo desta terra dividida e ocupada: a catedral gótica de S. Nicolau, construída entre 1298 e 1400 e convertida para mesquita quando os otomanos invadiram Famagusta em 1571. Como tal permaneceu até hoje, com os seus minaretes e agora com duas bandeiras hasteadas na fachada: a da Turquia e a do Estado cipriota turco.

Muito haveria a dizer sobre este Chipre dividido em dois, que ainda não «entranhei». Embora o mundo em geral, e a União Europeia em particular, não reconheçam esta anexação, que tem tantos anos como a nossa democracia, uma coisa é certa: do lado de lá da «linha verde», há uma moeda própria (sem euros, portanto), os bancos são turcos e não obedecem a quaisquer directivas nacionais ou europeias, etc, etc, etc.. Tudo previsto, certamente, e o mundo continua a girar. 


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