29.5.15

Economistas versus Políticos



«Depois de o PS ter ido pedir ajuda a um grupo de 12 economistas, para que executassem um plano pré-programa eleitoral, eis que o PSD recusa ir pelo mesmo caminho e junta uma equipa de 20 economistas, em que três deles pedem anonimato (e não se sabe a identidade de outros cinco) para elaborarem um plano pré-programa eleitoral. A democracia é isto. A possibilidade de os partidos poderem escolher caminhos distintos.(...)

Já lá vai o tempo em que os programas de governo partiam de ideias de políticos. Agora já não é bem assim. Um partido que quer ser do arco da governação, e respeitado lá fora, não faz política sem primeiro contratar economistas para definirem que política deve fazer. Ou seja, os economistas fazem o projecto da casa e escolhem a mobília. Cabe à política o papel de decidir em que posição vamos pôr o sofá. Já lá vão, quase, quatro dezenas de anos, desde a célebre rodagem até à Figueira da Foz e ainda continuamos com esta obsessão em procurar um rumo, pondo um economista ao leme. Isto já é mais parvo do que o Sebastianismo.

Se, por um lado, este modelo baseado em moldes políticos definidos por técnicos de contas asfixia, de algum modo, a política, o que me parece negativo, por outro, o facto de podermos ter, pelo menos, 11 economistas para cada lado, permite que, em caso de empate - ou seja, caso as propostas sejam muito parecidas -, seja possível tirar as dúvidas através de um jogo de futebol no Estádio Nacional. Recomendava uma equipa de arbitragem da UTAO.»

João Quadros

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