27.6.15

O momento de verdade da Europa

Dica (84)




«Clearly there is an alternative, that being to tell the Troika to go to hell. Tsipras was smart putting this to a vote. July 5 is interesting in that Greece will default before the vote.

What's the ECB to do now? Shut off the ELA, or keep it going 10 more days?

Instead of discussing "Plan B" on Saturday, the eurozone ministers are faced with "Plan C". »
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Xeque mate

A Europa que nos envergonha



Excertos do artigo de José Pacheco Pereira no Público de hoje: 

«Bater nos gregos tornou-se uma espécie de desporto nacional. Tem várias versões, uma é bater no Syriza, outra é bater nos gregos propriamente ditos e na Grécia como país. As duas coisas estão relacionadas, bate-se na Grécia porque o Syriza resultou num incómodo e, mesmo que o Syriza morda o pó das suas propostas, – que é o objectivo disto tudo, – o mal-estar que existe na Europa é uma pedra no orgulhoso caminho imperial do Partido Popular Europeu, partido de Merkel, Passos e Rajoy e nos socialistas colaboracionistas que são quase todos que os acolitam. É isto a que hoje se chama “Europa”. (...)

A Grécia é a Grécia, muito mais parecida com Portugal naquilo é negativo que os que hoje lhe deitam pedras escondem, e bastante menos parecida com Portugal, numa consciência nacional da soberania, que perdemos de todo. No dia da vitória do Syriza, o que mais me alegrou, sim alegrou, como penso aconteceu a muita gente, à esquerda e à direita, não foi que muitos gregos tenham votado num “partido radical” ou num programa radical, ou o destino do Syriza, mas sim o facto de que votaram pela dignidade do seu pais, num desafio a esta “Europa” que agora os quer punir pelo arrojo e insolência. Escrevi na altura e reafirmo que mais importante do que a motivação de acabar com a austeridade, foi o sentimento de que a Grécia não podia ser governada por uma espécie de tecnocratas a actuar como “cobradores de fraque” em nome da Alemanha. Por isso, mais grave do que o esmagamento do Syriza, que a actual “Europa” pode fazer como se vê, é o sinal muito preocupante para todos os que querem viver num país livre e independente em que o voto para o parlamento ainda significa alguma coisa. Nisso, os gregos deram uma enorme lição aos nossos colaboracionistas de serviço, que andam de bandeirinha na lapela. (...)

Os gregos, povo de comerciantes e marinheiros, são um alvo fácil, como os camponeses do Sul de Itália e os alentejanos, para os do Norte industrial e “trabalhador”. É um estereótipo conhecido: ladrões, vigaristas e, acima, de tudo preguiçosos. Por isso “enganaram a Europa” e querem viver á nossa custa. A Grécia enganou a Europa? Sim with a little help from my friends. A Europa ajudou activamente a Grécia a falsificar os números, a Alemanha em particular, enquanto isso lhe interessou. (...)

A questão mais importante e que merece ser analisada e discutida mais a fundo, não é a Grécia e muito menos o destino do Syriza. É a mudança de carácter da União Europeia, da “Europa”, nestes anos de crise. A hegemonia alemã é um facto, mas a principal mudança foi a substituição de um projecto europeu de paz e solidariedade, por um projecto de poder. A substância desse poder é a hegemonia política do Partido Popular Europeu que, apoiado pelo papel do governo alemão, mas indo para além dele, transformou o “não há alternativa” na legitimação de todos os governos conservadores, muitos dos quais viraram francamente à direita nestes anos. Esses governos recebem todas as complacências (como Portugal a quem se fechou os olhos nos falhanços na aplicação do memorando) e todos os apoios. (...)

Esta não é a Europa dos fundadores, é a Europa dos partidos mais conservadores, com os socialistas à arreata. Não terá um bom fim e, nessa altura, muita gente lembrará a Grécia.» 
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26.6.15

Dica (83)




«Instead of acceding to the troika’s devastating demands, Syriza should free the country from the trap of the common currency – if the Greek people agree.»
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«Não subestimem o que pode fazer um povo quando se sente humilhado»



«A tensão subiu na cimeira do Conselho Europeu, quando o seu presidente, Donald Tusk, voltou a dizer que “o jogo acabou”, a propósito das negociações com a Grécia. Alexis Tsipras respondeu dizendo que “a Grécia tem 1.5 milhões de desempregados, 3 milhões de pobres e milhares de famílias sem rendimentos que vivem da ajuda dos avós. Isto não é um jogo.”

“Nem você, sr. Tusk, nem ninguém deve subestimar o que um povo pode fazer quando se sente humilhado”, prosseguiu Tsipras, explicando que a Grécia apresentou propostas com medidas difíceis para um país em crise.»

(Daqui)

Ainda não arranjaram um nome em chinês



... mas lá chegaremos. Parece que poderia ser assim: 里斯本南湾

Almada, Seixal e Barreiro transformam-se em Lisbon South Bay.

Um Syriza no sapato



«No momento em que escrevo a crónica, o acordo com a Grécia foi para prolongamento. (...) As reuniões decisivas do Eurogrupo, para acordo com o governo grego, já ultrapassaram o número de comissões do caso Camarate. (...)

Por mais estranho que possa parecer, o recuo do Syriza numa negociação - onde é suposto as partes recuarem até a uma fronteira comum - transformou-se numa chatice, porque foi o louco que teve juízo. Os radicais recuaram, os conciliadores não mexeram uma palha. Restava, portanto, o habitual discurso de voz grossa feito por castrados. Para a comunicação social e para o governo, houve um recuo completo. Varoufakis saiu da reunião na lambreta do Pedro Mota Soares e, antes de sair, terá proposto, à Comissão Europeia, cortar nas pensões mais baixas para comprar gravatas. Tsipras já terá aparecido de laço. (...)

A Grécia está para esta gente como puto ranhoso do grupo. Se partem a jarra da sala, mesmo que ele lá não esteja, a culpa só pode ter sido do puto. Os adultos como o Schäuble ou a Lagarde (que não paga impostos e é suspeita num caso de fraude e corrupção no caso Tapie) jamais seriam capazes de uma patifaria como, por exemplo, querer derrubar o governo grego. Até porque, se isso fosse verdade, a CE, se quisesse, podia sempre apelar ao golpe de Estado, como na Ucrânia.

Claro que tudo isto nada nos diz. Para nós, se a Grécia sair do euro, é peanuts, como dizia o nosso PM. Passos garantiu que podemos resistir à saída da Grécia do euro porque temos os cofres cheios, de uma moeda que pode correr o risco de desaparecer. Já tive um cofre cheio de pastilhas Gorila que me davam de troco na mercearia. Depois tentei comprar a mercearia com pastilhas mas não tive sucesso. Por tudo o que tenho ouvido, nestes últimos dias, parece-me que Portugal tem os cofres cheios de medo. Não é para menos.»

João Quadros

Dica (82)




«O objetivo é partir o Syriza? É obrigar a Grécia a uma bancarrota presumivelmente desastrosa, para dar força aos outros? 

Nesta altura é preciso deixar de falar sobre o “Graccident”; se acontecer o “Grexit” será porque os credores, ou pelo menos o FMI, quis que isso acontecesse.» 
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25.6.15

Antoni Gaudí nasceu num 25 de Junho



Antoni Gaudí nasceu em 25 de Junho de 1852 e teve uma morte insólita, a poucos dias de fazer 74 anos: ao sair da sua catedral Sagrada Família, foi atropelado por um carro eléctrico numa rua de Barcelona. Sem documentos nem dinheiro na algibeira, acabou por ser levado para um hospital e depositado numa ala comum reservada aos pobres.

Estranhando a ausência, os seus colaboradores localizaram-no no dia seguinte, quiseram levá-lo para um hospital com melhores condições, mas viram a proposta recusada pelo próprio e assistiram à sua morte em 10 de Junho de 1926. Dois dias depois, uma multidão prestou-lhe uma última homenagem, num longo cortejo que acompanhou a urna até à cripta da catedral.

Polémico como poucos, odiado por alguns, idolatrado por outros, único para todos. Em jeito de homenagem, fotos de algumas das suas obras mais emblemáticas. 



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Sócrates sempre, Passos mais quatro anos?



Ricardo Araújo Pereira, na Visão de hoje:

«É possível que o povo português acredite que não merece melhor do que os governos que tem tido. Só um povo com uma auto-estima muito baixa se entusiasma com notícias do género "Cão de Barack Obama é um cão de água português". Se Cavaco Silva arranjar um pastor alemão, tenho quase a certeza de que a notícia não aparecerá na imprensa germânica.»

Na íntegra AQUI.
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A minha terra – Moçambique – é independente há 40 anos



Nasci portuguesa de segunda, numa rua com acácias vermelhas, que nunca esqueci.

Sem qualquer consciência do que significava ser filha de colonos, achando perfeitamente normal que o mainato Fabião estivesse sempre por perto, 24 horas por dia, excepto durante algumas, poucas, nas tardes de Domingo, em que desaparecia através do canavial que separava os quintais dos moradias nem sei exactamente de quê. Sem estranhar que só houvesse meninos brancos na escola, a decorar nomes de estações e apeadeiros da linha do Norte de um Portugal desconhecido, também os afluentes do Dão, e com a árvore de Natal posta numa varanda mas enfeitada com flocos de neve. Com a Polana como praia civilizada e o Palmar ainda totalmente deserto.

Fui «retornada» bem antes do tempo de outros, odiei Lisboa – cinzenta, tacanha e suja – mas por cá fiquei, nem sei se para o bem ou se para o mal.

Hoje, a terra que vi quando cheguei a este mundo comemora 40 anos de independência. Carrega um passado duro, espero que tenha pela frente um belo futuro. Como belo é este hino de que tanto gosto.


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Reunião do Eurogrupo sobre a Grécia



... em 2283.

(Daqui)
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O jardim de Salgado



«Os políticos também se dividem entre surpresa e suspense. Um caso paradigmático é o do arquitecto que se transformou em político, mas que nunca deixou de ser um Le Corbusier em formato kinder surpresa. Desde há anos, quando acampou na Câmara Municipal de Lisboa, que não há surpresa sobre as suas acções. Há apenas suspense. Por isso ninguém pode ficar de boca aberta por o vereador vir considerar que a estação de Santa Apolónia deve encerrar porque tem um enorme "potencial" como jardim.

A questão não é, sequer, encerrar uma estação histórica e fingir que ela não continua a ser um pólo de circulação na zona central de Lisboa. Sabe-se que esta, para a CML, é uma Disneylândia, como é visível entre o Terreiro do Paço e as principais artérias da Baixa, fechadas a qualquer dia para eventos comerciais ou desportivos que poderiam ter lugar junto ao rio. Isto enquanto, à volta, tudo se degrada. (...)

Lisboa tornou-se um postal ilustrado. Os jardins da Celeste é que escusam de servir de álibis perfeitos para a pouco admirável cidade nova que está a ser construída contra os seus habitantes e memórias.»

Fernando Sobral
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24.6.15

Uma história inacreditável e (ainda?) sem fim à vista



Ver AQUI a contraproposta entregue hoje pelos credores ao governo grego – cheia de linhas mais do que vermelhas, no sentido estrito. 
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Novas oportunidades

Dica (81)



Quem tem medo do euro mau? 

«A questão, como tenho insistido, é mesmo a de saber de que é que têm medo e de que é que temos medo? Se há coisa que a Grécia revela espectacularmente, qualquer que seja o desenlace das chamadas negociações, é a verdadeira natureza da UE, em geral, e da Zona Euro, em particular, e o que estão condenados a fazer todos os que aceitam os seus termos: respectivamente, o mais poderoso mecanismo imperialista de conformação com o neoliberalismo e a austeridade permanente, dos superávites orçamentais aos cortes, com atrofiamento das forças produtivas, em especial das nações periféricas, e retrocesso nas relações sociais que aí estruturam a provisão de bens e de serviços. O europeísmo, ou seja, a crença de que a escala da UE é o espaço privilegiado de acção política destrói as esquerdas europeias.» 
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Autoretrato

Nem vencedor, nem vencidos?



«Ninguém tem interesse que a Grécia saia do euro, apesar do discurso pindérico de musculação de ginásio de Passos Coelho sobre os seus "cofres cheios". Se a Grécia caísse, Portugal seria o elo mais fraco. O acordo que se firmará não acaba com os problemas do euro. (...)

Se a troika cedesse, a polarização política sacudiria o Sul e o Norte da Europa (mais à esquerda ou mais à direita, consoante os casos). É por isso que se busca a paz podre. Aquela em que, na fotografia, não há vencedores nem vencidos. Mas, como nuvem ameaçadora, fica a hipótese do fim da moeda única e a destruição do que resta do conceito de solidariedade europeia, de paz e prosperidade, que sempre foi apontada como bandeira de uma Europa unida.

Todos sabem que a Grécia nunca conseguirá pagar a dívida. E que este euro não é um fato que sirva a tantas economias e culturas diferentes. Todos fingirão não ter perdido. Mas os espinhos deste jogo de tronos ficarão aí, disfarçados no meio das rosas dos discursos oficiais.»

Fernando Sobral

23.6.15

Grécia. Nada é a preto e branco


Stathis Kouvelakis, da ala esquerda do comité central do Syriza:


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Foi fácil sermos todos Charlie...



Crónica de Diana Andringa, hoje, na Antena 1:

Foi há mais de 20 anos. Visitando, em trabalho, o Yad Vashem, detive-me frente a fotografias da Revolta do ghetto de Varsóvia. Curioso, o historiador israelita que nos acompanhava perguntou: “Interessa-se especialmente pelo ghetto de Varsóvia?” “É-me mais compreensível”, respondi, “nunca percebi como é que, confrontados com uma política de extermínio, não pegaram mais vezes em armas contra os nazis?” “É o debate entre Massada e Yavné”, respondeu ele, e falou-me do suicídio em massa dos habitantes de Massada, recusando a captura pelo invasor, e do rabi Ben Zakkai, que, contemporizando, conseguiu criar uma escola da Torah em Yavné. “Se não fosse Yavné, quem recordaria hoje a história de Massada?”, perguntou, no final. Respondi com outra pergunta: “E se não fosse Massada, que história teria Yavné para contar?”

Recordei naturalmente esta conversa ao ver, há dias, O último dos injustos, de Claude Lanzman, mas ocorre-me também muitas vezes ao ouvir os noticiários sobre as negociações entre Atenas e Bruxelas. Não por pensar que o governo do Syriza aposte no suicídio – antes pelo contrário! – mas por me parecer que a maioria dos comentadores e até dos noticiaristas gostaria que, em Atenas, pensassem mais em Yavné. Ou, se preferirem, que fossem mais “pragmáticos” e cedessem depressa e sem ruído, que isso de irredutíveis gauleses só fica bem em banda desenhada - mesmo assim, talvez demasiado subversiva para bons alunos. Ao Mourinho ainda se admite que diga que a escola deve ajudar a analisar, a pensar e a discordar, porque está a falar de futebol. Mas aos gregos? Discordar? Que é isso de discordar? Como é que Tsipras e Varoufakis se atrevem a discordar dos conselhos da troika, só porque estes já reduziram à miséria milhares e milhares de pessoas na Grécia? Mas não foram sobretudo os pobres, esses exigentes que querem ter emprego e ser pagos por trabalharem? Os reformados, que se atrevem a ter reformas superiores às portuguesas? Os jovens, forçados à emigração? E então? Não aconteceu o mesmo em Portugal, não empobrecemos também, não ficámos desempregados, não emigrámos, e não mostram as sondagens que há ainda muitos portugueses a preferir a política do bom aluno de quem, a pretexto de os ajudar, os explora?

Foi fácil sermos todos Charlie, sobretudo a quem não fazia cartoons, mas parece ser bem mais difícil sermos todos gregos – quando eles travam, sozinhos, uma luta que também devia ser nossa.


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Dica (80)




«This isn’t about creating a deeper democracy, but deeper markets – and the two are increasingly incompatible.» 
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Sempre têm mais piada do que aqueles que andam a brincar a candidaturas primárias

Crise na Grécia é pior que a Depressão de 1929



A recessão na Grécia tem sido tema dos noticiários económicos internacionais. Este vídeo do canal da agência Bloomberg compara-a à Grande Depressão nos Estados Unidos e diz que a realidade atual da economia da Grécia ainda é pior que a norte-americana no início dos anos 30.



(Daqui)

22.6.15

Foi assim







Mais informação AQUI
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Quem sabe faz a hora, não espera acontecer



Todos os caminhos de Lisboa vão ter ao Largo Camões, às 19h.


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Dica (79)




«A Grécia é esperança. É uma oportunidade das que só acontece uma vez em cada geração. Não a deixemos passar.» 
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Grécia: a dois mil milhões de euros de distância



Em termos gerias, o que está em causa para as reuniões de hoje, 22 de Junho: 

1. Metas orçamentais e impostos.
Os credores propuseram um conjunto de medidas (incluindo aumentos de IVA e eliminação da taxa mínima de 6%) que consideram compatíveis com um excedente orçamental primário (sem juros) de 1% do PIB este ano, 2% no próximo e 3,5% no seguinte. Os gregos começaram por sinalizar um acordo, mas acabaram por recusar as metas, contrapropondo 0,7% do PIB, 1,5% e 2,5% e opondo-se a alterações na taxa de IVA, preferindo uma taxa sobre grandes empresas e uma contribuição de solidariedade.

2. Cortes nas pensões.
As instituições e em particular o FMI entendem ser essencial um corte nas pensões. É uma questão orçamental de médio prazo, mas também de princípio – são, segundo o FMI, uma das áreas menos afectada pelos cortes dos últimos anos. O governo grego recusa, embora surjam sinais de que possa ceder no que diz respeito a reformas antecipadas.

3. Reestruturação da dívida.
Os gregos já não falam em reduções do stock de dívida, mas reclamam uma reestruturação que garanta um serviço da dívida condicional ao crescimento da economia. O FMI concorda que, para o plano ganhar credibilidade, é importante algum tipo de alívio. As instituições europeias desvalorizam.

(Daqui)

«A Europa está a fazer um braço-de-ferro com a Grécia por causa de menos de um quarto do que os portugueses estão a pagar com língua de palmo devido à falência fraudulenta do BPN?» (Nicolau Santos, no Expresso curto de hoje)
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21.6.15

Há imagens que dizem mais do que 1000 palavras


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É isto


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Dica (78)



Why we must stand with Greece. 

«In fighting against the most brutal austerity in Europe, the Greek people are engaged in a epic battle for the future of European democracy. All anti-poverty campaigners must stand with them. (...) 

Europe is at a crossroads. Do we continue to head down an anti-democratic road where ever more of our society is sold off, inequality continues to spiral, poverty and unemployment are seen as personal failings and a ‘good life’ can only be found in the market? Or do we remember the importance of collective action and support, equality and human rights, and strive for new forms of democracy which can unleash our potential and allow us to take on the monumental task of saving our planet? Greece is hope. It presents a once in a generation opportunity. We cannot ignore it.»
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Acabar com o califado do mercado



«O conto de fadas, que já tinha levado a humanidade à sua pior crise económica em 1929, regressou como que por magia para reordenar um mundo "desviado" por intervenções estatais, direitos e soberania. A lógica dos mercados sobre as necessidades das pessoas – é isto que está em jogo nas negociações entre o governo grego e os que falam em nome da troika.

Pode a humanidade assistir passivamente a estas negociações, em que o poder do dinheiro pretende colocar-se acima daquilo de que o povo grego precisa, depois de tudo o que já sofreu? Até quando é que alguns governos continuarão a pretender falar em nome da humanidade, enquanto procuram impor os interesses do capital especulativo a mais de 99% das pessoas? (...)

O que a Grécia e todos os países em crise necessitam não é de mais austeridade, mas de um acordo nacional para retomar o desenvolvimento, com criação de emprego e distribuição de riqueza. Para tal, não há que olhar para Berlim mas sim para a América Latina.

Para acabar com o califado do mercado, antes que este termine com o que a Europa de melhor construiu: o seu estado de bem-estar social.»

Emir Sader