3.8.09

«Em equipa perdedora não se mexe»

Talvez vá sendo tempo de os nossos bem-amados chefes moderarem as loas permanentes ao tal Zé que está em Bruxelas, porque ainda podem vir a ter (embora, infelizmente, seja pouco provável) mais um amargo de boca.

Começa assim um artigo muito cáustico, publicado no Courrier Internacional deste mês (*) e do qual nem Cohn-Bendit desdenharia:

«Façamos de conta que José Manuel Durão Barroso não é aquele primeiro-ministro que, em 2003, assistiu passivamente ao esfumar de 420 mil hectares de florestas do país que tinha a seu cargo. Que não foi ele, nos Açores, o anfitrião da minicimeira Bush / Blair / Aznar, preparatória da invasão do Iraque, o quarto homem na fotografia (é o menor defeito de Barroso – adora ficar nas fotografias). Esqueçamos que Barroso virou rapidamente o seu casaco «liberal» no debate sobre a directiva Bolkestein, renunciando de caminho ao princípio do país de origem, pelo qual nos tinha quase prometido dar a vida.»

E recorde-se agora que foi pedido a Barroso que defendesse a sua candidatura com um «programa». Segundo Philippe Riès, que assina o artigo, «Barroso contentou-se em dirigir aos chefes de Estado e de Governo dos Vinte e Sete uma carta de duas página, unicamente disponível em inglês, um catálogo de fatuidades empoladas e de frases feitas do tipo “precisamos de mais e não de menos Europa”».

Porque «desde então [1994, quando Delors saiu], o critério de selecção dos presidentes da Comissão, recrutados no serralho dos chefes de Governo, passou a ser “tudo menos um novo Delors”. Eis Barroso, o candidato dos Vinte e Sete.»

Aguardemos. Quem espera sempre alcança, a esperança é a última a morrer, enquanto há vida há esperança, etc., etc. etc.

(*) Texto na íntegra em francês.

1 comments:

carlos de freitas disse...

Acrescento que em Portugal há quem o não queira por cá igualmente. Uns por uns motivos, outros por outros.