29.3.14

Durão Barroso. Da indignidade



Em entrevista publicada no Expresso de hoje, e transmitida ontem pela SIC Notícias, Durão Barroso disse isto (e eu ouvi!):


Há várias qualificações possíveis para quem recorre a argumentos deste tipo para se defender ou para defender o que quer que seja. Escolho apenas uma: é um ser desprezível, não presta.
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Leva-as o vento



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Petição «Preparar a reestruturação da dívida para crescer sustentadamente»



O Manifesto dos 70 x 2 ou 3, agora aberta a Petição Pública. Assinar e divulgar, para se chegar rapidamente aos 4.000 subscritores necessários para discussão na Assembleia da República.

Para: Sua Excelência a Presidente da Assembleia da República

Hoje, há um consenso amplo na sociedade que reconhece que Portugal enfrenta uma crise sem precedentes na sua história recente que combina dimensões económicas, sociais e financeiras, tendo também importantes manifestações políticas que podem abalar os alicerces do regime democrático.

Nenhuma estratégia de combate à crise pode ter êxito se não conciliar a resposta à questão da divida com a efectivação de um robusto processo de crescimento económico e de emprego num quadro de coesão e de solidariedade nacional. A reestruturação honrada e responsável da divida no âmbito da União Económica e Monetária a que pertencemos é condição sine qua non para o alcance desses objectivos, tendo igualmente em atenção a necessidade de prosseguir as melhores práticas de rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais. Sem crescimento económico sustentável, a dívida actual é insustentável.

Após a entrada em funções do novo Parlamento Europeu e da nova Comissão Europeia, deverá estar na agenda europeia o início de negociações de um acordo de amortização da divida pública excessiva de vários Estados membros. Portugal precisa de identificar as condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação da divida nesse âmbito e deve fazê-lo no respeito pelos processos inscritos no quadro institucional europeu. No entendimento dos signatários essas condições devem visar:

- o abaixamento significativo da taxa média de juro do stock da dívida;

- extensão de maturidades da divida para quarenta ou mais anos;

- a reestruturação, pelo menos, de divida acima dos 60% do PIB, tendo na base a divida oficial.

Os mecanismos de reestruturação devem instituir processos necessários à recuperação das economias afectadas pela austeridade e recessão, tendo em atenção a sua capacidade de pagamento em harmonia com o favorecimento do crescimento económico e do emprego num contexto de coesão nacional.

A Assembleia da República é o espaço institucional por excelência para desencadear um debate democrático alargado sobre as condições gerais a que deve obedecer a eficaz reestruturação da dívida pública. Uma deliberação da Assembleia da República sobre tais condições genéricas não será um factor de fragilidade. Pelo contrário, reforçará a legitimidade das instituições democráticas, e ao mesmo tempo, fortalecerá a posição negocial do Estado português junto das instâncias europeias.

Neste sentido, e nos termos da Lei que regula o direito de petição, os peticionários pedem à Assembleia da República que aprove uma resolução recomendando ao governo o desenvolvimento de um processo preparatório tendente à reestruturação honrada e responsável da dívida, com os fundamentos constantes do manifesto: “Preparar a Reestruturação da Divida para Crescer Sustentadamente” que se anexa. Mais pedem à Assembleia da República que desencadeie um processo parlamentar de audição pública de personalidades relevantes para o objectivo em causa.

Assinar AQUI
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Da natalidade ou da falta dela



«As regressões dos nascimentos são como as regressões da poesia: dão-se quando se extingue um território de crenças e de sentimentos. É a este território que devemos atribuir a razão pela qual, nas sociedades ocidentais, a natalidade entrou em regressão, e não a critérios exclusivamente materiais.»
António Guerreiro, ípsilon, 28 Março 2014.

Bem a propósito disto:

Lido por aí (12)

28.3.14

Escadas



Julio Cortázar, sempre, mas sobretudo neste ano em que se celebra o centenário do seu nascimento.

Depois das Instruções para subir uma escada, «Mais sobre escadas».



En un lugar de la bibliografía del que no quiero acordarme se explicó alguna vez que hay escaleras para subir y escaleras para bajar; lo que no se dijo entonces es que también puede haber escaleras para ir hacia atrás. Los usuarios de estos útiles artefactos comprenderán sin excesivo esfuerzo que cualquier escalera va hacia atrás si uno la sube de espaldas, pero lo que en esos casos está por verse es el resultado de tan insólito proceso. Hágase la prueba con cualquier escalera exterior; vencido el primer sentimiento de incomodidad e incluso de vértigo, se descubrirá a cada peldaño un nuevo ámbito que si bien forma parte del ámbito del peldaño precedente, al mismo tiempo lo corrige, lo critica y lo ensancha. Piénsese que muy poco antes, la última vez que se había trepado en la forma usual por esa escalera, el mundo de atrás quedaba abolido por la escalera misma, su hipnótica sucesión de peldaños; en cambio bastará subirla de espaldas para que un horizonte limitado al comienzo por la tapia del jardín salte ahora hasta el campito de los Peñaloza, abarque luego el molino de la turca, estalle en los álamos del cementerio, y con un poco de suerte llegue hasta el horizonte de verdad, el de la definición que nos enseñaba la señorita de tercer grado. ¿Y el cielo, y las nubes? Cuéntelas cuando esté en lo más alto, bébase el cielo que le cae en plena cara desde su inmenso embudo. A lo mejor después, cuando gire en redondo y entre en el piso alto de su casa, en su vida doméstica y diaria, comprenderá que también allí había que mirar muchas cosas en esa forma, que también en una boca, un amor, una novela, había que subir hacia atrás. Pero tenga cuidado, es fácil tropezar y caerse; hay cosas que sólo se dejan ver mientras se sube hacia atrás y otras que no quieren, que tienen miedo de ese ascenso que las obliga a desnudarse tanto; obstinadas en su nivel y en su máscara se vengan cruelmente del que sube de espaldas para ver lo otro, el campito de los Peñaloza o los álamos del cementerio. Cuidado con esa silla; cuidado con esa mujer.

Julio Cortázar, Último round, 1969.
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Eu sou melhor emigrante do que tu



A propósito deste emigrante português em França, que justifica a sua candidatura pelo «Front National», nas eleições autárquicas de Perpignan:

«Diz Luís Canedo de Gaia: "A nossa cidade (Perpignan) está a ser invadida por árabes. Em certas cidades francesas, há mais mesquitas do que igrejas." (...)

O que o Canedo não sabe, nem desconfia, é que ao mesmo tempo, o candidato Mohamed Gairban da FN (prometeram-lhe que não ia cumprir a promessa de retirar voto a cidadãos não nascidos em França) diz: "Isto está cheio de tugas. Gente que nem de ex-províncias francesas veio. O meu avô nasceu na Argélia e diz que qualquer dia temos portugueses na selecção francesa. Imagine que, em certas cidades francesas, há mais camisolas do CR7 que do Karim Benzema."»

João Quadros

Mais depressa do que se apanha um coxo

Lido por aí (11)


@João Abel Manta

* Alquimia (Luís Bernardo)

* God bless Portugal (Alda Magalhães Telles)

* Un mundo que nace y otro que agoniza (Javier Gallego)
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27.3.14

Deixar prender um visto gold?



Ricardo Araújo Pereira, na Visão, a propósito da prisão do chinês visto gold:

«Parece que não conseguimos deixar de tratar estes estrangeiros como portugueses de segunda. Entregar a um estrangeiro um documento que lhe dá praticamente todas as vantagens de ser português excepto a de escapar à prisão, roça a xenofobia.
Temos de ser mais agressivos a disputar os investidores estrangeiros às prisões chinesas, caso contrário este país não avança.»

Na íntegra AQUI.
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Já não temos brioches


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Números de terror



Os que se conhecem são assustadores e os que aí vêm podem ser piores.

A catadupa de números e estudos que vão surgindo dá conta do inexorável caminho de empobrecimento que Portugal vem seguindo, fazendo com que declarações como as de Luís Montenegro assegurando que não haverá mais cortes nos salários sejam uma triste mentira, pois existe a intenção de reduzir a massa salarial da função pública, indo agora aos chamados suplementos. Aguardemos para ver quem são os profissionais afectados.

Escaldados como estão, os portugueses ouvem estas coisas e distanciam-se ainda mais da política e dos seus protagonistas. E por isso não se pode estranhar que já haja sondagens a indicar que a abstenção nas europeias deve ir a 60 por cento, o que desvirtua a representação democrática. (...)

Em Portugal tudo se tem resumido a austeridade reforçada, e não se vê como inverter este ciclo infernal. Sobra o optimismo do Banco de Portugal, que antevê um crescimento de 1,2%, contra os 0,8% que tinha anunciado. Com revisões desta dimensão, talvez a instituição tenha também passado a acreditar em milagres, o que não é manifestamente o caso. A explicação é mais simples e mais grave: a previsão ignora os efeitos dos cortes reforçados que o DEO comporta. Não há realmente maior cego que o que não quer ver.

Eduardo Oliveira Silva

26.3.14

Por cá, quietos desde há muito



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As famosas «Listas do MUD»



Recolher 57.131 assinaturas, em 1945, em menos de um mês, para apoiar um Movimento de forte oposição à ditadura, foi certamente uma tarefa homérica, difícil de imaginar hoje com as facilidades de que dispomos. Mas foi uma realidade.

Em 8 de Outubro de 1945, numa sessão pública realizada no Centro Escolar Republicano Almirante Reis, em Lisboa, foi criado o Movimento de Unidade Democrática (MUD) e lançado um abaixo-assinado de adesão às resoluções aprovadas na referida sessão, nas quais se reclamava ao Governo e ao Presidente da República adiamento das eleições por seis meses, preparação de um novo recenseamento eleitoral, autorização para a formação de partidos políticos, lançamento de novos jornais e protecção às liberdades individuais.

Foi assim que nasceram as famosas 2.605 «Listas do MUD», que, caídas nas mãos do Ministério do Interior e logo entregues à PIDE, constituíram, durante quase trinta anos, uma das referências persecutórias da polícia política que organizou fichas de todos os signatários, carimbando e numerando todas as folhas preenchidas.

São agora notícia porque acabam de ser digitalizadas pela Fundação Mário Soares e disponibilizadas online na Casa Comum, e passaram portanto a ficar à disposição de quem se interessa pela preservação da memória. Trata-se de um dos documentos históricos mais relevantes da resistência ao regime fascista.

Informação adicional.
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Lido por aí (10)


@João Abel Manta

* ¿Y ahora, qué? (Julio Anguita)

* 'Dear to Our Hearts': The Crimean Crisis from the Kremlin's Perspective (Matthias Schepp)

* O ovo da serpente (Viriato Soromenho-Marques)
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Um país ao serviço da dívida



«Portugal deixou de estar só a pagar o serviço da dívida. Está ao serviço da dívida. E, quando assim acontece, quem controla a dívida controla as decisões de um país.

Nada mais claro, mesmo que a classe política coloque óculos escuros para não ver esta terrível claridade. É por isso que a dívida põe e dispõe nos OE e na vida dos portugueses. Passos Coelho disse-o, com um sorrisinho que não deixa dúvidas: não sabe quanto vai cortar, mas aí vêm eles, em todas as formas possíveis, reproduzindo-se como Gremlins. (...)

Almeida Garrett dizia: "Portugal é, foi sempre, uma nação de milagre, de poesia". A desvalorização interna ao serviço da dívida está a tornar este país um acampamento de impostos e taxas. (...)
Milagres? Só quando olharmos mais para o mundo e menos para a UE.»

Fernando Sobral, no Negócios de ontem.
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25.3.14

A terceira e última prisão de Cunhal – 25 de Março de 1949



Há 65 anos, Álvaro Cunhal, Militão Ribeiro e Sofia Ferreira foram presos numa casa clandestina, situada no Casal de Santo António, no Luso.

Em 2009, Sofia Ferreira, que viria a morrer um ano mais tarde, relatou os factos. Vale a pena ver o vídeo então divulgado pelo Jornal de Notícias.

(Imagem: José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal, Uma Biografia Política. O Prisioneiro (1949-1960), Vol.3, p.3.) 
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Os Rapazes dos Tanques



É lançado esta tarde o livro Os Rapazes dos Tanques, de Alfredo Cunha e Adelino Gomes. O Público de hoje divulga um excerto da obra, no qual «José Alves Costa, o cabo apontador que chegou ao Terreiro do Paço dentro de um blindado M47 para defender o regime de Marcelo Caetano, desobedeceu às ordens de abrir fogo contra a coluna de Salgueiro Maia, que descera de Santarém para ocupar o centro do poder e derrubar a ditadura». Nunca cantou a Grândola, nem uma só vez participou em comemorações do 25 de Abril.

Vale a pena ouvir o resumo da história, feito por Fernando Alves na TSF.

E ler depois o texto do Público

Douce France – em contagem decrescente para uma segunda volta



A França agita-se, de Norte a Sul, em contagem decrescente para a segunda volta das eleições autárquicas e a viver as últimas horas em que são permitidas fusões e retiradas de listas. Vale a pena dar uma vista de olhos pela movimentação.

Se era esperado sucesso do Front National na primeira volta, que teve lugar no Domingo passado, não deixou de ser um choque, não só para os franceses como para a Europa em geral, a posição que conseguiu alcançar em alguns círculos importantes, com fortes hipóteses de vitória final. Uma das situações mais flagrantes foi a de Avignon, onde o partido de Marine Le Pen ficou em primeiro lugar. Sede de um mítico festival de teatro, viu o respectivo director ameaçar com a debandada se a segunda volta repetisse o resultado da primeira.


(Não será o caso, em princípio, já que o Partido Socialista e o Front de Gauche acabam de decidir fundir as respectivas listas.)

Significativo – e preocupante – é este gráfico que mostra a contabilização de votos, por tendência política, na primeira volta. (Fonte)


Liberté, egalité, fraternité? 
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Os popós do fisco

24.3.14

As Cidades e as Praças (56)



Praça Gerardo Barrios (San Salvador, 2014)





Para ver toda a série «As Cidades e as Praças», clicar na etiqueta «PRAÇAS».)
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Não há varinhas mágicas



«O conselheiro económico do PS, Óscar Gaspar, fez implodir, num segundo, todos os sonhos que por aí andavam à solta.

Segundo ele, "não há varinhas mágicas na economia. De um momento para o outro não é possível recuperar dois anos e meio de asneiras económicas e políticas que este Governo fez". (...) Óscar Gaspar recusou também o papel de David Copperfield: não tem varinha mágica para esconder a realidade com a ficção. (...)
No fundo a varinha mágica que o PS (...) é a que funciona como um liquidificador. Ou seja, tem um pequeno motor eléctrico que faz girar lâminas de aço, fazendo com que os alimentos sejam triturados. É indicada para fazer sopas, gelados e, também, ajustamentos em forma de salários, pensões e cortes na educação, saúde e segurança social.

A varinha mágica que o poder político promete aos portugueses é esta: a da trituração para sempre do poder de compra existente em 2011, dos direitos da época, das expectativas de um futuro com alguma segurança. Tudo isso foi estilhaçado para sempre. A política de empobrecimento foi feita à bruta. E o PS não tem uma alternativa para ela, excepto alguns pós de perlimpimpim para iludir as consciências.»

Fernando Sobral, no Negócios de hoje.
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Lido por aí (9)

A Crise Académica – há 52 anos



Em mais um aniversário do Dia do Estudante de 1962, e do início da chamada Crise Académica, e na semana em que desapareceu um dos seus protagonistas – José Medeiros Ferreira – retomo um vídeo que fez parte de uma grande reportagem realizada pelo Expresso, há dois anos, para comemorar o 50º aniversário dos acontecimentos.

Uma das pessoas que pode ser ouvida no vídeo é precisamente José Medeiros Ferreira. Aqui fica, em jeito de muito simples homenagem. Há cada vez mais «vazios» que nunca mais serão preenchidos.



Retomo também um texto, então escrito por outro grande ausente, e publicado no Jornal de Notícias: Manuel António Pina.

50 anos depois
Colette Magny cantou-os chamando-lhes "les gens de la moyenne": "Os estudantes manifestaram-se,/ foram seviciados pela Polícia/ (..) em Lisboa, Portugal". Foi a 24 de Março de 1962, em plena ditadura, quando a Polícia de Choque atacou com grande violência estudantes que se manifestavam em Lisboa, dando origem à primeira das "crises académicas" (a segunda seria sete anos depois, em Coimbra) que abalaram os alicerces do regime salazarista.
Escreveu Marx que a História acontece como tragédia e se repete como farsa. 50 anos passados sobre esse episódio (e 38 anos sobre o 25 de Abril...), a Polícia de Choque mudou de nome para Corpo de Intervenção mas não parece ter mudado de métodos: violência e recurso a agentes provocadores para a justificar. E a ditadura é hoje uma farsa formalmente democrática - um "caos com urnas eleitorais", diria Borges - em que é suposto existirem direito à greve e à manifestação.
Quem viu na TV a imagem de um homem ensanguentado gritando "Liberdade! Liberdade!" em direcção à tropa do dr. Miguel Macedo que, como em 24 de Novembro último, espancou selvaticamente jovens que, em vez de acatarem o conselho do primeiro-ministro e emigrarem, se manifestaram na quinta-feira em Lisboa, não pode deixar de descobrir afinidades (até nas agressões a jornalistas e nos comunicados oficiais falando de "ordem e segurança" e culpando as vítimas) com o que aconteceu há 50 anos. E de inquietar-se.


Les étudiants ont manifesté, / Par la police, ont subi des sévices. / Ils étaient à Lisbonne, au Portugal. / Mais, cette fois, c’était leur chair, c’etait leur sang. / Les bourgeois de la ville ont renié publiquement / 40 années de gouvernement.

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P.S. – Clicando na etiqueta «CRISE 1962», tem-se acesso a uma longa lista de textos publicados neste blogue. 
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23.3.14

Alfredo Cunha – 25A (2)



O fotógrafo Alfredo Cunha está a partilhar uma foto por dia, no Facebook, como homenagem aos militares de Abril. Esta é a de hoje: Cap. Salgueiro Maia em Lisboa, 25 de Abril 1974.

P.S. – Alfredo Cunha e Adelino Gomes, fotógrafo e redator, estavam no Terreiro do Paço e no Largo do Carmo, no dia 25 de Abril. Lançam agora um livro: Os Rapazes dos Tanques.
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É uma República laica, com certeza



«José Medeiros Ferreira teve direito a um voto de pesar da Assembleia da República e a um minuto de silêncio. O patriarca emérito de Lisboa, teve direito a um dia de luto nacional e a vários dias de ruído com o governo de joelhos e o PR em oração.
Vale mais um dia ao serviço da religião do que uma vida ao serviço do País.»

(Via Carlos Esperança, no Facebook.)
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Espanha - Marchas pela Dignidade


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Do lugar-comum



«Por, com certeza, falha minha, da boca de Vítor Bento só tenho ouvido banalidades e lugares-comuns. Na última sexta-feira, escutei-o na TSF. Aconselhou os portugueses a ter uma atitude "à Cristiano Ronaldo" e acerca do debate sobre a dívida pública, mandou um evidente recado aos subscritores do Manifesto dizendo que não sabem daquilo que falam, que não estudam e que apenas mandam palpites.

Também ouvi este tipo de argumentos a um taxista, talvez chegue a conselheiro de Estado.»

Pedro Marques Lopes