17.3.18

Macau



Começar pela bela ilha de Coloane, que já foi piscatória mas que mantém alguma tradição e ainda não foi invadida por casinos e adjacentes, almoçar no novo Café Lisboa, beber uma bica no Clube Militar e mergulhar depois no caos urbanístico da cidade, ver muitas das pegadas portuguesas, algumas em mau estado não merecido como algumas belas casas, tropeçar em multidões a cada esquina, tudo isto e muito mais fez-me gostar imenso de ter ido a Macau.

Com um prazer fundamental: ter finalmente conhecido uma amiga virtual de uma década e de com ela e dois amigos ter passado umas horas em sábia e magnífica companhia, em vez de seguir um guia com uma bandeirola na mão e mais umas vinte pessoas em quem tropeçar.

Ainda verei amanhã um pouco de Hong Kong, mais notícias quando já estiver num barco a caminho de… Taipé.




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16.3.18

Hong Kong



Já cá estou depois de muuuitas horas, quase a ir para uma cama (!), que o sono é grande. De HK ainda só vi quilómetros de torres e torres com luzinhas lá dentro, big boxes all the same – estranhas maneiras de viver, escolhidas pela humanidade…

Perceberei melhor esta terra mas não amanhã: dia para ir até Macau.

(Daí, só sei que nada sei.)
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15.3.18

Lonjuras



Não andarei por aqui, em cozinhados caseiros, nos próximos muitos dias. A primeira paragem será em Hong Kong, depois irei contando se a internet ajudar. Pousarei em várias Chinas, mas também nalguns vizinhos, por mares desde há muito navegados: o Amarelo e não só.

Prometo não pôr isto no meu CV, mas espero respirar outros ares noutros mundos.
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14.3.18

Dica (737)




«The fact that populism is irrational, dangerous for democracy and harmful to the many does not mean that it will be made to disappear by the force of things and that there is no need to try and explain the fundamental problems it creates. It is only by understanding the alienation that makes citizens of the world turn their back on democracy, and by speaking up without arrogance but with passion, that those who rebel against populism can distinguish themselves from the very populists they condemn.»
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14.03.1975 – «O dia em que o capitalismo se afundou» (M.Soares dixit)



As semanas que se seguiram ao 11 de Março de 1975 foram naturalmente ricas em acontecimentos e convulsões. Três dias depois, no dia 14, para além de ser criado o Conselho da Revolução, deu-se a nacionalização da Banca e dos Seguros. 

Da imprensa da época:

«As nacionalizações são saudadas à esquerda e não são contrariadas à direita. O PPD apoio-as, aliás, embora previna que “substituir um capitalismo liberal por um capitalismo de Estado não resolve as contradições com que se debate hoje a sociedade portuguesa”.
Mário Soares mostra-se mais expansivo. Eufórico mesmo, considerando aquele “um dia histórico, em que o capitalismo se afundou”. Dirá, a propósito o líder socialista, num comício: “A nacionalização da banca, que por sua vez detém (...) a maior parte das acções das empresas portuguesas e, ao mesmo tempo, a fuga e prisão dos chefes das nove grandes famílias que dominavam Portugal, indicam de uma maneira muito clara que se está a caminho de se criar uma sociedade nova em Portugal”.»  (Realce meu)

(Adelino Gomes e José Pedro Castanheira, Os dias loucos do PREC, edições Expresso / Público, 2006, p. 28.)
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Stephen Hawking


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2021: Odisseia no Espaço



«É bom que acreditemos que os actuais dirigentes do PSD são devotos fãs de livros e filmes de ficção científica. Isso permitiria que acreditássemos que eles têm uma visão de futuro e não vivem fechados numa câmera de eco do passado.

Os últimos dias do PSD têm-se assemelhado à tentativa de realização de uma versão de série B do célebre filme de Stanley Kubrick, baseado na obra de Arthur C. Clarke, "2001, Odisseia no Espaço". A produção de Rui Rio e dos seus mais dedicados colegas tem origem nas mesmas perplexidades: existirá vida fora da Terra? Como reagiremos quando confrontados com algo que nos transcende? Teremos capacidade de compreender a realidade? O argumento da comédia rock espacial já tem argumento, e foi desvendado por um dirigente do PSD no Expresso: o objectivo da nova liderança é ganhar as autárquicas de 2021 e, depois, as legislativas de 2023. Se o PSD perder as várias eleições de 2019, não há drama. Perdão? Acreditando que a direcção do PSD não está neste momento a recriar uma comunidade hippie da década de 1960, podemos questionar-nos: acham os dirigentes do PSD que os seus militantes vão estar à espera de 2021 por uma vitória? É a mesma coisa que um dirigente do FC Porto, Benfica ou Sporting chegar junto dos adeptos e dizer-lhes: o nosso objectivo é ganhar o campeonato em 2021. Seria corrido com uma vaia e o arremesso de tomates.

O objectivo de um partido de poder, como é o PSD, é estar em S. Bento. Agora, amanhã, em 2019. Ou pelo menos acreditar nisso. De outra forma o melhor é procurar alternativas. Assunção Cristas tem uma nave espacial aberta a recolher náufragos espaciais. Como se não bastasse este delírio psicadélico, elaborado ao som do notável "White Rabbit" dos Jefferson Airplaine, o PSD de Rui Rio vai fazendo parte do universo ficcional de "Alice no País das Maravilhas". Nada que choque. O caso do secretário-geral Feliciano Barreiras Duarte como "visiting scholar" de Universidade de Berkeley já não espanta. Foi ali o quartel-general do movimento hippie nos anos 60.»

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13.3.18

América, terrível América




«Haspel passou grande parte da sua carreira da CIA como agente clandestina e foi nesse papel que, entre 2002 e 2005, supervisionou um programa ultra-secreto da agência que sujeitou dezenas de suspeitos de terrorismo a interrogatórios que a revista New Yorker descrevia, num artigo do ano passado, como “selvagens”.

Como noticiou, também no ano passado, o The New York Times, Haspel liderou o primeiro local de detenção da CIA no âmbito deste programa no estrangeiro (um “black site”). Foi na Tailândia, e, nesse local, dois suspeitos de terrorismo, os sauditas Abu Zubaydah e Abd al-Rahim al-Nashiri, ainda hoje presos em Guantánamo, foram brutalmente torturados. Por exemplo, foi-lhes aplicado o chamado waterboarding (ou afogamento simulado). Abu Zubaydah, foi sujeito a essa tortura 83 vezes num mês e a sua cabeça foi repetidamente lançada contra a parede, entre outras agressões, até que foi concluído que o suspeito não tinha informações úteis a oferecer.»
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Dica (736)




«P. Ainda tem esperanças?
R. Claro que há esperança. Ainda há movimentos populares, gente disposta a lutar… As oportunidades estão aí, a questão é se somos capazes de aproveitá-las.»
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13.03.2010 - O dia em que Jean Ferrat se calou



Jean Ferrat foi um dos grandes franceses da canção e já passaram oito anos desde que se foi embora, em 13 de Março de 2010. Depois de Léo Ferré, Georges Brassens, Jacques Brel e alguns outros.

Representante típico de gerações de intérpretes politicamente comprometidos, para sempre ligado a Nuit et Brouillard e a tantos outros títulos, o eterno compagnon de route do Partido Comunista Francês, que não hesitou em denunciar a invasão de Praga em 1968:




Duas recordações, que ficarão para sempre.




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Ousar lutar, ousar vencer



«Maquiavel considerava que um príncipe nunca deveria fazer uma aliança com alguém mais poderoso do que ele. Porque assim, em caso de vitória, acabaria inevitavelmente como prisioneiro do seu aliado.

Rui Rio e Assunção Cristas devem tê-lo lido porque, nos últimos dias, estiveram entretidos a tentar demonstrar que serão os melhores "chefs" da gastronomia política nacional. Ambos sabem que, para serem califas no lugar do califa António Costa, terão de conspirar contra este, como fez Iznogoud, mas também um contra o outro. Para ver quem é o Mister ou Miss Músculo do centro/direita nacional. Assunção Cristas tem ideias, mas parte de um número de votos pequeno para conquistar o Evereste, e Rui Rio tem o apesar de tudo sólido volume eleitoral do PSD, mas faltam-lhe ideias. Para já Cristas e Rio vão clamando, para quem os quer ouvir, que são os melhores candidatos a primeiro-ministro. No Congresso em Lamego, onde foi entronizada e afastou a sombra de Paulo Portas, Cristas disse mesmo que: "Não há impossíveis." Claro que existem, mas na política é bom não acreditar que o Pai Natal é uma figura de ficção.

Os tristes não ganham eleições. Por isso, o Congresso do CDS foi, por momentos, uma espécie de Ibiza das "balearic beats". Assunção Cristas convenceu os congressistas que é possível conquistar o mundo, agrupar a direita e o centro à volta do CDS e, claro, ultrapassar o PSD. Por isso não quer listas conjuntas: há que medir músculos. E apostar na maleabilidade do CDS perante um PSD que parece neste momento um elefante numa sala de porcelana. Nikesh Arora dizia que: "A competência no futuro não será entre grandes e pequenos, mas entre rápidos e lentos." Ou seja, um pequeno rápido (o CDS) pode ganhar a um grande lento (o PSD). Derrotar o PS virá depois. Abriu a época de caça para saber quem, entre o centro e a direita, pode ser o líder da alternativa a António Costa. No Parlamento e no espaço público, o CDS já ganhou a contenda. Resta saber o que dirão os votos.»

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12.3.18

Dica (735)



UE: a desafetação das pessoas (Manuel Carvalho Da Silva) 

«Eduardo Lourenço, grande ensaísta, professor e filósofo tem dito que a Europa que hoje referenciamos como União Europeia (UE) nasceu e viveu, até à queda do Muro de Berlim ou até 1991, como "um projeto político entre parêntesis" com os Estados Unidos da América de um lado e a União Soviética do outro. Quando esta desapareceu, o projeto ficou ainda mais encostado ao outro parêntesis, mas à deriva no seu todo e com os seus grandes atores políticos desorientados. Essa desorientação agravou-se face a alterações de poderes à escala global e ao reforço do neoliberalismo.»
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12.03.1959 – O falhado «Golpe da Sé»



Estava prevista para a madrugada de 12 de Março de 1959 uma revolta contra o salazarismo, com o país ainda agitado pelo malogro das eleições presidenciais do ano anterior, quando a candidatura de Humberto Delgado abalou fortemente os alicerces do regime. Tratou-se do falhado «Golpe da Sé», assim denominado porque era na catedral de Lisboa que os participantes se reuniam, contando com a cumplicidade do respectivo prior, o padre João Perestrelo de Vasconcelos.

Um grande grupo de militares, cuja figura principal era o capitão Almeida Santos, mas onde apareciam nomes como Varela Gomes e Vasco Gonçalves, e de civis sobretudo católicos liderados por Manuel Serra, propunha-se realizar um verdadeiro golpe de Estado, tendo previsto o controle de meios de comunicação, transportes, fornecimento de electricidade, etc., etc.

Tudo fracassou devido a fugas de informação e foram detidas mais de 40 pessoas, incluindo o padre Perestrelo e Manuel Serra. Dos detidos, distribuídos pelas prisões de Caxias, Aljube, Trafaria e Elvas, cerca de metade foi julgada. Dois evadiram-se de Elvas e um deles, o capitão Almeida Santos, foi assassinado – episódio que deu origem ao romance de José Cardoso Pires, A Balada da Praia dos Cães. Quanto a Manuel Serra, a páginas tantas hospitalizado no Curry Cabral, conseguiu fugir, vestido de padre, e seguiu directamente para a embaixada de Cuba em Lisboa onde pediu asilo político. Alguns meses mais tarde, utilizando outro estratagema (cortou rapidamente a barba e o cabelo), fugiu de novo, dessa vez para a Embaixada do Brasil, já que o seu objectivo era juntar-se a Humberto Delgado naquele país, o que veio a acontecer.

N.B. – Merecem ser lidos três testemunhos de participantes no Golpe da Sé, compilados pelo Fórum Abel Varzim.
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«Se eu chorasse mostrava o ponto exacto onde eles podiam enterrar a faca»



Uma belíssima entrevista a Maria Teresa Horta! A não perder.
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A desigualdade



«A investigação do ISCTE sobre a trajectória de um grupo de pessoas em situação de pobreza, em Lisboa, desde 2011, é lapidar: não é por trabalharem que as pessoas acompanhadas deixaram de ser pobres. A actual transformação de Lisboa, e o mesmo tem acontecido no Porto, com os processos de gentrificação e de especulação imobiliária, traduz-se em novos empregos, mas de baixa remuneração, e em dificuldades acrescidas de arrendamento a preços comportáveis.

Daí que essa transformação não possa ser reduzida a uma rápida reabilitação urbana e a uma economia mais pujante: este processo afasta para a periferia quem não consegue acompanhar a escalada dos preços das rendas e destrói as redes de vizinhança que ainda sobrevivem. Pior: as pensões que fecham e que reabrem como hostels retiram à Segurança Social a possibilidade de responder às necessidades de quem procura abrigo, como se tem verificado no Porto, onde estes casos se tornaram mais visíveis. A acumulação de riqueza num grupo mais pequeno distribui a pobreza por um grupo maior.

A pobreza sempre foi encarada em Portugal como uma espécie de fatalidade, à qual se respondia com comiseração e misericórdia, para culpabilização do próprio pobre. A evolução do país nestas quatro décadas de democracia, com a criação de novas políticas de combate à pobreza, não foi ainda suficiente para diminuir de forma considerável os seus índices. As prestações sociais do Estado, sejam elas pensões ou rendimentos de inserção para os casos mais extremos, também são insuficientes para fazer com que os idosos ou desempregados de longa duração deixem de fazer parte dos 18,3% de portugueses em situação de carência. Como diz Sérgio Aires, do Observatório de Luta contra a Pobreza na Cidade de Lisboa, as políticas públicas são positivas e surtem efeito até um certo ponto. Mas quem é pobre não consegue sair desse patamar aonde chegou, como se conclui da análise daquele grupo ao longo dos últimos sete anos. Estudos deste tipo, que nos traçam o percurso de um conjunto de pessoas, permitem perceber os solavancos da oferta de trabalho e a articulação, ou a falta dela, entre os serviços públicos do emprego e da Segurança Social. E uma das ilações possíveis é a de termos de ponderar novos tipos de respostas sociais, se quisermos deixar este patamar.

Combater as desigualdades, sejam elas quais forem, é função da política; é função de um Estado. E essa terá de ser sempre a primeira opção.»

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11.3.18

Dica (734)



Desocultar o desemprego real (Sandra Monteiro) 

«Apetece perguntar o que ficaríamos a saber sobre os dados do desemprego na Europa se em todos os países houvesse investigação científica independente, idealmente concertada nas suas metodologias para efeitos de comparação, que alargasse e redimensionasse a taxa de desemprego que depois serviria de instrumento para políticas públicas. Talvez isso contribuísse para desocultar formas de vulnerabilidade laboral e social que seriam consideradas insuportáveis em sociedades decentes.»
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Passos Coelho «catedrático»: uma Petição


«Queremos justiça, transparência e decência na política educativa e da ciência em Portugal» – uma Petição que pode ser assinada AQUI.

Este parágrafo parece-me «decisivo»:

«A atribuição do grau de catedrático a Pedro Passos Coelho, mesmo sem cadeira designada, constitui um atropelo flagrante ao estatuto da carreira docente universitária em Portugal. O estatuto estabelece, no seu Artigo 8.º, que os “professores convidados desempenham as funções correspondentes às de categoria a que foram equiparados por via contratual”, sendo que para a categoria de professor catedrático as funções estabelecidas são “de coordenação da orientação pedagógica e científica de uma disciplina, de um grupo de disciplinas ou de um departamento” (Artigo 5.º). Ora, a experiência relevante do ex-Primeiro Ministro em funções governativas não evidencia formação científica ou pedagógica que o habilite para a coordenação científica e coordenação pedagógica exigida a um professor catedrático, ou equiparado. Aliás, o ECDU concretiza no seu articulado um conjunto de funções particulares em que se enfatizam funções de regência, coordenação, direção de disciplinas, programas de estudos inteiros e mesmo programas de investigação, ao ponto de estar habilitado a “substituir, nas suas faltas ou impedimentos, os restantes professores catedráticos do seu grupo.” (alínea e, Art 5.º)»
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11 de Março



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A pesada herança de Adriano Moreira




Deixará uma pesadíssima herança, sim: ter sido ministro das colónias de Salazar e ter reaberto o Campo do Tarrafal para os «terroristas» que lutaram pela independência das ditas colónias.

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Segurança policial e Direitos Humanos



«O recentemente divulgado relatório do Comité Europeu para a Prevenção da Tortura do Conselho da Europa, que visitou Portugal em 2016, critica Portugal por abusos de violência policial, com particular descriminação racial por parte das forças de segurança. Ao mesmo tempo que aponta a sobrelotação dos estabelecimentos prisionais e das condições de habitabilidade dos mesmos, sem que investigações transparentes e independentes se façam, não obstante as queixas.

Tenho alguma experiência na matéria e até escritos sobre o assunto. Revisito por isso, aqui, alguns dos problemas que se colocam fundamentalmente à condição humana dos encarcerados e ao atávico comportamento violento das polícias nas esquadras a que são conduzidos os cidadãos, a maioria das vezes de forma ilegal, por não haver indícios de infracção, aliás situação expressamente consignada na lei e na prática tantas vezes omitida.

Na minha condição de “advogado de causas”, que fui na Ordem dos Advogados, defendi, no regime da ditadura do Estado Novo, alguns cidadãos vítimas dessas violências, praticadas impunemente pela polícia e junto dos tribunais fiz a denúncia do que se passava. Num desses julgamentos, o juiz era Godinho de Matos, magistrado íntegro e corajoso, que então absolveu o réu e, no final, disse ao chefe de polícia presente: “Não é a primeira vez que aqui aparece, mas se o fizer outra vez, tomo medidas para encerramento da esquadra e diligências sobre uma rigorosa inspecção ao comportamento policial." Referia-se então ao que se passava na esquadra da Praça da Alegria, verdadeiro açougue dos presos para aí levados, principalmente nas comemorações do 1.º de Maio. Sou testemunha destes testemunhos judiciais destes massacres e ofensas corporais sobre os detidos e lembro aqui o meu colega, José Roque, também ele defensor de muitos desses presos, quase sempre provindos da mesma esquadra.

Mas o que é inquietante é que hoje, num Estado de Direito, a condição de um detido sofra as violências de uma polícia sem formação cívica e ausente das inquietações dos direitos humanos. Pela actualidade do tema, permito-me, aqui, o seu enquadramento, num Estado de Direito como o nosso.