Um micro-post em que me regozijei por as sondagens indicarem que o PS perderá a maioria absoluta, e que o BE passará a terceira força na AR, mereceu não só um número razoável de comentários, como
mails pessoais que continuam a chegar.
Aproveito para esclarecer, porque respondi directamente a quem mo perguntou: em princípio, votarei BE. Por algumas razões óbvias, e outras talvez nem tanto assim, estão fora de questão CDS, PSD ou CDU. Acrescento que detesto abster-me e me sentiria parva se votasse branco ou nulo (feitios...). Restaria portanto o dilema PS / BE – de resto a única alternativa que parece estar em questão para todos os que me interpelaram.
Correndo o risco de escandalizar alguns, neste sistema em que vivemos – o tal que, até ver, é menos mau do que todos os outros –, na hora de votar, deixo à porta utopias e, só até certo ponto, ideologias.
Julgo que nunca votei PS nas legislativas e fá-lo-ia agora menos do que nunca, antes de mais pela tal esperança de que perca a maioria absoluta. É tempo de este país amadurecer democraticamente, com os chamados partidos do poder a governarem humildemente – se não sabem, aprendam e habituem-se. Ninguém me convencerá a contribuir para o espectáculo de exibicionismo, prepotência e arrogância em que vivemos – nem em nome da eficácia, nem por causa da crise, nem pelo esplendor de Portugal.
Resta-me por isso o Bloco – por exclusão de partes. A alguém que muito estimo (e de que maneira...) e que me escreveu ontem que seria incapaz de votar em quem nunca pôs em causa estalinismos, maoismos e outros ismos, respondi que talvez tivesse isso em conta se houvesse hipótese de o Bloco vir a ser o partido mais votado. Não sendo o caso, quero contribuir para que aumente a sua representação parlamentar, aplicando, aqui e de novo, o tal princípio de que o considero menos mau do que todos os outros.
E por aqui me fico. A quem me perguntou ontem se os meus
posts estavam a minguar por influência do Twitter, demonstrei agora que não – infelizmente?