A propósito da fortíssima presença de idosos na manifestação do 2 de Março, o Expresso lembra hoje que, segundo os últimos dados da Direcção-Geral da Administração Interna, são perto de três milhões os eleitores com mais de 60 anos – quase um terço do total de recenseados.
A este dado, acrescente-se o facto de se absterem tradicionalmente menos do que os mais novos. Não sei se há estudos recentes sobre a distribuição da abstenção por faixa etária, mas recordo-me de ter visto um texto sobre as legislativas de 2002, que apontava para valores inferiores a 17% nos maiores de 60 anos, quando era cerca de 34% para os menores de 40.
E regresso à notícia do Expresso (sem link): «Facto é que a participação política dos mais velhos (...) está pouco estudada. Os sociólogos Pedro Magalhães e Jesus Sanz Moral, que em 2008 fizeram um relatório sobre “Os jovens e a política” para o Centro de Sondagens da Universidade Católica, permitem-nos, ainda assim, traçar um perfil: os mais velhos fazem pior avaliação do funcionamento da democracia, são mais pessimistas em relação ao futuro, têm maior tendência para dizer que não se interessam ‘nada’ pela política do que os mais novos. Só que os seus níveis de conhecimento factual sobre política são superiores aos destes e por isso têm maior propensão para votar e dão mais importância ao voto como forma de participação, em desfavor do protesto. Mas isso foi há cinco anos. Agora, como cantaria o septuagenário Bob Dylan, “times they are a’changin”.À atenção da classe política.»
Repito: «À atenção da classe política.» Os partidos que se cuidem.
. Repito: «À atenção da classe política.» Os partidos que se cuidem.