8.9.17

Em casa de Anne Frank



Shame on me: apesar de já ter vindo várias vezes a Amsterdão, nunca tinha ido à Casa de Anne Frank, pela razão que hoje ultrapassei, não sem esforço: o suplício de filas sem fim para obter bilhete. É verdade que, actualmente, se pode comprar pela internet, mas detesto a obrigatoriedade de dia e hora exacta. Fui portanto com a minha neta, pelas 10h, disposta a esperar o que fosse preciso, mas… esbarrei com a realidade: para a manhã nem pensar nisso, a hipótese era regressar à tarde para uma eventual hipótese de conseguir. Devo ter feito um ar tão desesperado que um simpático guarda me levou a uma bilheteira especial, onde comprei bilhetes para as 16… sem fila. Tudo isto, diga-se, debaixo de uma valente carga de água, que durou todo o santo dia.

A visita foi excelente e a I. nunca mais esquecerá a história de uma menina alguns anos mais velha do que ela, quer ler o diário e estou certa de que aprendeu mais sobre o holocausto do que em anos passados e futuros de escolaridade. 
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7.9.17

Madurodam



Hoje foi dia de andar de comboio e eléctrico e de ir até Haia para ver Madurodam, a cidade miniatura numa escala 1:25, onde se «visita» as principais cidades, monumentos e actividades da Holanda – tudo o que caracteriza o país, num espaço extremamente bem cuidado e onde os comboios andam, os moinhos de vento giram, barcos de todos os tamanhos e feitios navegam nos canais. Merece a deslocação, sobretudo se se viaja com crianças.


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6.9.17

Aqui pelos Países ditos Baixos



Em Amsterdão, quem tem bicicleta é cada vez mais rei e quem não tem arrisca-se a ser atropelado a cada esquina. De resto, esta cidade onde há muito não vinha continua magnífica (excepto o clima, claro…).

Hoje o dia foi curto para dois museus, e se no de Van Gogh foi preciso fazer fila para ver quase cada quadro, pelo menos não havia selfies por não ser permitido tirar fotografias. Mas rever tudo aquilo é sempre uma maravilha e mostrá-lo a uma acriança de 10 anos também. Mas a «taça» foi para a tarde passada no NEMO, museu de ciência e de tecnologia, onde tudo mexe e em tudo se pode mexer, e que maravilhou a minha neta dada a engenhoquices.

Amanhã… será outro dia. 
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3.9.17

Dica (623)




«It used to be banks, but now it is tech giants that dominate the US lobbying industry. Can money buy them what they want: less competition, less tax ... and more data?» 
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Passos Coelho soma e segue



Não há mesmo alguém que ajude Passos Coelho a terminar o mandato de presidente do PSD com dignidade? 
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Se não existe, devia existir


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Saiba o que verdadeiramente quis dizer o ex-Presidente



 Caro Marcelo 

«Antes de mais tenho de lhe manifestar a minha mais prenhe gratidão por se ter lembrado de mim para o ajudar a descodificar o discurso do professor Aníbal Cavaco Silva na Universidade de Verão, sublinhando os meus profundos conhecimentos nesta matéria. É verdade que domino a ciência dos signos, criada por Ferdinand Saussure (embora muitos pensem que os signos nasceram por obra e graça da senhora dona Maya) e o conceito do panóptico, engendrado por Michel Foucault (que ao contrário do que muitos julgam, não está ligado a nenhuma multióptica), características que me permitem perceber as estranhas narrativas do ex-Presidente da República.

Investido destes predicados posso garantir-lhe, professor Marcelo, que os analistas políticos estão profundamente enganados na conclusão de que o discurso do professor Cavaco tinha indirectas para a sua pessoa e também para o primeiro-ministro Costa.

Antes de mais porque o professor Cavaco, enquanto teve funções políticas, destacou-se sempre pela natureza cristalina das suas mensagens. Basta lembrar a questão do tabu, a melhor maneira de comunicar é não dizer nada, ou a boca cheia de bolo-rei, que lá no fundo significava que ele estava a mastigar as ideias antes de as verbalizar. E depois porque os alvos eram nitidamente outros, como lhe comprovarei de seguida.

Por exemplo, quando disse, invocando Emmanuel Macron, que "em França não passa pela cabeça de ninguém um Presidente telefonar a um jornalista para lhe passar uma notícia", no fundo ele estava a atirar-se ao seu ex-assessor, Fernando Lima, que telefonou a um jornalista a inventar escutas telefónicas ao Presidente Cavaco e fez o trabalho tão mal feito que acabou por ser descoberto. Uma outra leitura, decorrente desta (aposto que Vasco Pulido Valente é da mesma opinião), é a de que um Presidente não deve telefonar a jornalistas, mas sim mandar terceiros ligar, para nunca sair chamuscado da coisa.

Já quando se referiu à bazófia do ex-ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, ou da forma como o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, "pôs a ideologia na gaveta", o que o professor Cavaco fez foi resgatar a honra portuguesa perdida naquela final do Euro 2004, em Lisboa, contra a selecção grega. Não nos deixaram ganhar, pimba, levaram com um terceiro resgate. Afinal, a vingança é um prato que se serve frio.

Já a referência aos que "querem realizar a revolução socialista" e "acabam por perder o pio ou fingem apenas que piam", embora o professor Cavaco tenha referido explicitamente o Governo na sua aula, esta evocação tratou-se de apenas uma manobra astuta para camuflar o verdadeiro destinatário da mensagem, dom Duarte Pio de Bragança, o qual persiste em ser rei, mas manda os outros piarem por ele.

Esta é a verdade verdadeira da aula dada pelo professor Cavaco na Universidade de Verão do PSD. E se o professor Marcelo por acaso tiver dúvidas desta leitura (o que acho que não acontecerá porque eu próprio não tenho dúvidas e raramente me engano), peça uma segunda opinião à Maria João Avillez, a terceira analista política portuguesa mais astuta, apenas ultrapassada por este insigne que sou eu e pelo inefável arquitecto José António Saraiva.

Por isso, vá por mim professor Marcelo, o professor Cavaco não piou para si.

Um amplexo deste seu,

Virgolino Faneca»