30.6.12

Moscovo: mudaram-se os tempos



Na Praça Vermelha, este belo edifício construído em 1894 – o GOUM – tinha 1.200 lojas quando se deu a Revolução de 1917 e foi então nacionalizado. Mais tarde, em 1928, Estaline ordenou que fosse adaptado para edifício de escritórios.

Em 1953 regressou à sua função inicial como «Mercado Universal», verdadeira montra da União Soviética, onde os privilegiados podiam encontrar o que não estava à venda noutros locais, fazendo longas filas através da Praça Vermelha.

Hoje é obviamente privado, está como se vê nas imagens e outros privilegiados saem de lá com o que podem comprar em muitas ruas de Moscovo ou em qualquer outra parte do planeta.


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Primeiras impressões



Moscovo é grande e imponente, como previsto (e nem vale a pena repetir clichés), como grandes e imponentes são os dois cartões-de-visita por onde todas as voltas começam – Praça Vermelha e Kremlin.

Quanto a estes, não falo propriamente de desilusão porque não trazia altas espectativas muito específicas, mas achei-os globalmente «desconfortáveis», com peças individualmente potentes mas desgarradas, sem um grau mínimo de qualquer tipo de harmonia. Talvez porque nunca tenham representado para mim «Meca», não me impressionaram especialmente, mas deixo algumas imagens de belas peças.

No domínio do anedótico, o primeiro conselho da guia turística: se precisarem de um táxi, façam sinal de autosstop e apanhem o primeiro carro que parar porque todos os cidadãos podem fazer função de taxista. Evitem os oficiais com tabuleta, sobretudo se tiverem taxímetro, porque serão certamente enganados. Sempre a aprender!...





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O homem não é feito para estas coisas...



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29.6.12

Para a Agenda




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Os números são como o algodão



Em Paris, à espera do próximo voo, aqui fica isto:

 «Os números são como o algodão: não enganam. Nas previsões delirantes do Governo, a receita fiscal deveria estar a crescer em 5,4%. Caiu 3,5%. (…) É caso para perguntar se nos livros sagrados do liberalismo que o Governo tão zelosamente professa não se ensina algo tão básico como que a combinação entre subida da carga fiscal acima do tolerável pelos orçamentos das famílias e das empresas e a perda de emprego ou de salário é absolutamente explosiva para a coluna das receitas nas contas públicas.» 

 José Manuel Pureza

28.6.12

E haverá sempre Paris



Onde estou, com o prazer redobrado,depois de acabar de verr a Itália vencer a Alemanha. 
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Mais uma ajuda à natalidade




Conselho de amiga: Emigrem, tenham menos filhos, não sejam piegas. Ah… e parabéns ao eleitorado.
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Os desempregados e os outros



«Muitos são engenheiros, arquitectos, professores, cientistas, que levam na bagagem conhecimento técnico, doutoramentos, mestrados, licenciaturas, e a frustração por terem nascido num país que os enjeita, castigando-os por terem perdido anos a estudar e qualificar-se em vez de, como outros, se arrebanharem numa "jota" a colar cartazes e a aprender as florentinas artes da intriga, do servilismo e da ausência de pensamento próprio. E, por cima de tudo isto, são ainda alguns destes últimos, "emigrados" hoje nos cadeirões da AR ou do Governo e amanhã nos de alguma empresa pública, quem lhes aponta a porta de saída: "Deixem a vossa 'zona de conforto' e ponham-se a andar".»  

Manuel António Pina

O meu é assim

Daqui.

27.6.12

Infelizmente, acabou assim...


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Viajante sofre


@Vladimir Fedotko 

Enquanto Portugal estiver a jogar com a Espanha, devo eu andar por essas ruas de Lisboa a tentar recolher um bilhete de avião para sair amanhã deste país. 

O plano era outro – partir na 6ªfeira para Moscovo, via Paris – mas a greve de controladores aéreos, prevista para amanhã, fez-me antecipar a ida e parar 24 horas algures, perto do Sena. Conseguir que a Air France emitisse o novo bilhete foi todo um programa, que ainda não acabou mas agora aprece irreversível, mesmo que a greve em questão venha a ser cancelada. 

Eu sei que viajo muito, mas não tanto que justifique a atracção que imprevistos destes têm por mim… 

Greves já apanhei para todos os gostos, dentro e fora da Europa, mas nem foram elas que mais me afectaram (para além da minha aceitação de princípio pelos incómodos que me causam). Bem piores foram overbookings, as cinzas da Islândia ou os incêndios perto de Moscovo e muito, mas muito mais grave o «ataque» da NATO a Lisboa, em Novembro de 2010. 

Anunciou-se que, no dia da minha partida, o espaço aéreo da capital estaria fechado. Mudei o voo para o Porto. Ir de comboio até lá? Impossível: horários não garantidos. De carro? Sim, mas não pela autoestrada do Norte, também inacessível por causa do Parque das Nações. Tudo bem: partida, de véspera, para a margem Sul e, no dia seguinte, de lá para o Porto. Fácil? Isso é que era bom! Um percurso a ser feito em 15 minutos levou uma hora e meia ou mais, porque o regresso de Obama a um hotel depois de um jantar com os meninos guerreiros cortou todas as saídas para Sul menos uma. Ou seja: já nem sei quanto tempo, quilómetros e milhas a mais até conseguir aterrar em Buenos Aires. Desta é que não me esquecerei nunca!... 

Depois disto tudo, se levar mais 24 horas do que previsto para chegar de Lisboa a Moscovo, who cares? Desde que consiga sair da Portela e desta terra, para mim já é uma festa!... 
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Indeed


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À dúzia é mais barato




Mas tudo isto não revela, no mínimo, uma enorme insensatez? Alguém acredita na seriedade e na viabilidade de um tal rol, a não ser que se trate de decisões inócuas do tipo: «apagar a luz antes de sair para poupar energia» ou «só puxe o autoclismo de vez em quando para não gastar muita água»? 

E, note-se, na lista não estão incluídas «quaisquer outras medidas que tenham de ser adoptadas» e que penalizem «o menos possível» os portugueses» (de austeridade, entenda-se). 
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26.6.12

Reciclagem em tempo de crise



Qualquer sala ficaria lindíssima com este cadeirão. Alguém duvida? 

Mas longe vão os tempos da velha serapilheira e nem dá para imaginar o que resultaria se decidíssemos utilizar as embalagens actuais, desde sacos de plástico do engenheiro Belmiro, a paletes de cervejas ou mesmo a sofisticados embrulhos das lojas griffe da Avenida da Liberdade. Mamarrachos, obviamente. 

Mas há quem tenha aproveitado o filão e chegado a Versailles, certo? A consagrada artista do regime, minha homónima, que a mamarrachos chamou arte – ou lá o que é aquilo… 
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Notícias da Grécia (2)


Menos um: o secretário de Estado da Marinha acaba de pedir a demissão, neste caso por uma exigência do Syriza, por ser dono de uma empresa de offshore. Complicado...  

Daqui.

Notícias da Grécia



Antonis Samaras: «Como primeiro passo para reduzir os custos, reservámos um quarto de hospital para três.» 

Na cama do meio: οικονομία = economia  


Entretanto, sabe-se que todos os membros do governo foram proibidos de se ausentar de Atenas, mesmo dentro do país, sem autorização prévia do primeiro-ministro que insiste na necessidade de se trabalhar «sete dias por semana, com disponibilidade de 24 horas por dia»

Com o clima de Atenas nestes meses de Verão, espera-se que não poupem no ar condicionado dos gabinetes ou terão de reservar enfermarias inteiras e não apenas três camas. 
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Maravilhas da técnica



Alan Turing was a brilliant mathematician who helped define the theoretical model of the computer as we know it today. He was a visionary, one of the few people of his time who recognized the role the computer would play for humanity. The Turing Machine (1936) is an adequate model of a computer. It can do anything the computers of today or tomorrow can do. 

More on the LEGO Turing Machine here.

(Via Tiago Neves no Facebook)
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O ovo da serpente



«Na Hungria, ao mesmo tempo que escritores nazis são hoje de leitura obrigatória nos curricula escolares, erguem-se estátuas ao "herói nacional" Miklós Horthy, regente do país entre as duas guerras e autor das primeiras leis anti-semitas da Europa Ocidental, responsável pelo envio de 450 mil judeus para campos de extermínio. Mais chocante ainda é o que se passa por estes dias em ...Israel: imigrantes negros vítimas de ataques - casas queimadas, espancamentos e outras agressões - e classificados pelo próprio primeiro-ministro de "praga" e de "cancro". O governo de Direita israelita parece ter esquecido os insultos semelhantes dirigidos aos judeus que precederam o Holocausto.» 

Manuel António Pina

Na íntegra aqui.
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Realidades descobertas no Facebook


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25.6.12

Um grande senhor



Manolis Glezos, à beira dos 90, desde a resistência durante a II Guerra Mundial a deputado actual pelo Syriza.



Ler: «Não nos venceram na Segunda Guerra e também não nos derrotarão agora»

1967 foi ontem



… e, lembro-me bem do dia 25 de Junho, quando foi lançado All you need is love, dos Beatles. A BBC convidou-os a participarem no primeiro evento transmitido mundialmente via-satélite, ao vivo e simultaneamente para 26 países, e, vá lá saber-se por que milagre inesperado, quase no fim do reinado do dr. Salazar, Portugal foi um desses países. 

Avisados antecipadamente, reunimo-nos em casa de amigos e vimos e escutámos a emissão, comovida e «liturgicamente». Tempos de uma certa inocência – perdida, sem dúvida. 

Dos estúdios Abbey Road, em plena guerra do Vietname, saiu a mensagem mais simples que imaginar se possa, propositadamente assim concebida para que pudesse ser entendida por todos os povos do planeta. 

O programa terá sido visto por cerca de 350 milhões de pessoas, esta é a versão do broadcast original e, sentados no chão, vêm-se Mick Jagger, Eric Clapton e outros. 



(Data recordada pelo Jorge Conceição no Facebook)
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Mais rápido do que a própria sombra



Ministro das Finanças grego nem chegará a tomar posse. 

Esta ideia generalizada de que, aos 65 anos, se passou a ser suficientemente jovem para aguentar todo o stress do universo, como aos 40 ou mesmo 50, dá nisto. Manuel de Oliveira há só um...
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Ele já nem estranha



e deve ter entranhado, porque não pode repetir, por esse país fora, o episódio escola António Arroio. Mas, se volta a ter aplausos, vai ficar desconfiadíssimo e até é capaz de fugir a sete pés! 
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PIGS nas meias-finais



Mas com G de Germany... 
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24.6.12

Emprestar o mundo



– Como é que o mundo podia ser mais justo? 

– Todo o Mundo devia ser emprestado aos meninos que nasceram agora e não sabem nada e tudo devia ser-lhes explicado. Assim eles seriam os melhores! 

(I., 5 anos)
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Cadastrado



Uma vez, aos sete anos,
Partiu à pedrada a lanterna da porta da igreja.
Dez anos depois, conduzindo um carro,
Não parou num cruzamento de rua
Onde havia um sinal de stop.
Dois anos depois, teve uma briga
Num bar, e partiu a cabeça a um amigo
Com uma garrafa de cerveja.
Quando se recusou a combater no Viet-Nam,
O seu cadastro provava como desde a infância,
Sempre manifestara sentimentos
Nitidamente de traidor à pátria.

Jorge de Sena, 12/8/1969

(Enviado por Diana Andringa)  
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Sábios conselhos


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Espanha: «Sim, somos gregos»



«España no es Grecia en tamaño y desarrollo, pero su sociedad se asemeja. Toda, con sus gobernantes a la cabeza. Pon en una coctelera la burbuja inmobiliaria, unas cuantas Cajas de Ahorros manejadas por poderes locales, los ERES y las Gürteles varias con destituciones fulminantes de las cúpulas fiscal, policial e inhabilitación de la judicial que las investigó – que poco he oído de eso en Grecia –, unos gramos de nepotismos en la colocación de parientes y amigos, un paro similar al de los griegos y mayor tasa de economía sumergida, un buen sazonado de involución ideológica, otros cuantos terrones de “oposición responsable” para no perder el cargo, “Amaneceres dorados” que brillan y mandan ya desde las costas catalanas al corazón y las extremidades del viejo Imperio, medios informativos manipuladores o también “responsables” (con los dueños del dinero y el poder)… por tener hasta corren por las venas de ambos países ciudadanos que luchan por su dignidad… y luego agita. Y a continuación trágatelo de un sorbo. Y al que no lo quiera le tapas la nariz y se lo haces beber a la fuerza. Ah, la grandeza de la democracia, del sistema que labra ciudadanos libres y responsables, informados, sujetos a derechos y obligaciones… la que piensa en el bien común.»  

Daqui.