@Vladimir Fedotko
Enquanto Portugal estiver a jogar com a Espanha, devo eu andar por essas ruas de Lisboa a tentar recolher um bilhete de avião para sair amanhã deste país.
O plano era outro – partir na 6ªfeira para Moscovo, via Paris – mas a greve de controladores aéreos, prevista para amanhã, fez-me antecipar a ida e parar 24 horas algures, perto do Sena. Conseguir que a Air France emitisse o novo bilhete foi todo um programa, que ainda não acabou mas agora aprece irreversível, mesmo que a greve em questão venha a ser cancelada.
Eu sei que viajo muito, mas não tanto que justifique a atracção que imprevistos destes têm por mim…
Greves já apanhei para todos os gostos, dentro e fora da Europa, mas nem foram elas que mais me afectaram (para além da minha aceitação de princípio pelos incómodos que me causam). Bem piores foram overbookings, as cinzas da Islândia ou os incêndios perto de Moscovo e muito, mas muito mais grave o «ataque» da NATO a Lisboa, em Novembro de 2010.
Anunciou-se que, no dia da minha partida, o espaço aéreo da capital estaria fechado. Mudei o voo para o Porto. Ir de comboio até lá? Impossível: horários não garantidos. De carro? Sim, mas não pela autoestrada do Norte, também inacessível por causa do Parque das Nações. Tudo bem: partida, de véspera, para a margem Sul e, no dia seguinte, de lá para o Porto. Fácil? Isso é que era bom! Um percurso a ser feito em 15 minutos levou uma hora e meia ou mais, porque o regresso de Obama a um hotel depois de um jantar com os meninos guerreiros cortou todas as saídas para Sul menos uma. Ou seja: já nem sei quanto tempo, quilómetros e milhas a mais até conseguir aterrar em Buenos Aires. Desta é que não me esquecerei nunca!...
Depois disto tudo, se levar mais 24 horas do que previsto para chegar de Lisboa a Moscovo, who cares? Desde que consiga sair da Portela e desta terra, para mim já é uma festa!...
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