28.2.09

Espinho (5)

A voar baixinho (digo eu...): Vital Moreira como nº 1 para as eleições europeias.

Espinho (4)

Agora, tenta-se adivinhar o que se passará «antes ou depois do Porto-Sporting».

Espinho (3)

À margem do Congresso mas nem tanto assim:
Índice de relacionamento entre os líderes do PS e PSD desde 1985

Desenvolvimento aqui.

Espinho (2)

Acabou um dos tabus: Manuel Alegre não vai passar o resto do fim-de-semana em Espinho. Os jornalistas vão comentar agora este não-facto durante uma hora.

O que resta: adivinhar se Sócrates já tem cabeça de lista para as europeias. Este segundo tabu vai durar provavelmente até amanhã - e é bem mais interessante.

Espinho (1)

É impressão minha ou o Congresso do PS está a fazer uma propaganda excelente ao Bloco de Esquerda?

27.2.09

Depois dos cigarros o vinho?
















Animada a discussão em França, onde um relatório de 2007, agora desenterrado, agita as discussões na blogosfera.

«O risco de cancro aumenta com a quantidade de álcool absorvida e torna-se significativo a partir do consumo de um copo por dia».

Nem um copito / dia, portanto? Longe irão os tempos em que era recomendação para combater o colesterol. Restará a escolha entre morrer de cancro ou de um enfarte, o que é no mínimo animador... Ou simplesmente viver, porque não há nada que dê morte mais garantida.

Se isto para os franceses já é grave, quando a Europa descobrir o dito relatório, lá vêm proibições por aí abaixo! Mas será que há pachorra?

(Fonte)

Ó pátria, sente-se a voz












Mais um canal de informação – a TVI24, depois da SIC N e da RTP N. Estão todos a dar notícias ou a pedir opinião aos portugueses. Fiz zapping por várias estações de rádio – tudo a conversar com ouvintes.

Primeiro: será que todos estes muros de lamentações «fazem bem» aos corpos ou às almas? Funcionam como catarse? Ou, pelo contrário, cultivam desgraças e desistências? Deprimente, no mínimo – digo eu.

Além disso e aqui a minha alma pasma. Quem é que ouve tudo isto, sobretudo durante a manhã? Reformados? Desempregados? Estudantes ensonados? Quem trabalha nos turnos das 16 às 24h? Camionistas? Há ainda que contar com os que estão na praia e com os outros – milhares – que, nos escritórios, procuram sites apelativos ou estão a ler e a escrever em blogues e a mandar bocas no Twitter, no Facebook ou no Hi5. É muita gente, não?

Isto há-de ir. Como e para onde não sei, mas certamente com uma enorme originalidade.

Se o arrependimento matasse

(Clicar)

26.2.09

O Twitter é comparável ao telefone?













Paulo Querido, guru neste domínio e em muito outros, diz que sim e explicou porquê em entrevista à RTP.

Recebo tantos mails e telefonemas de não-utilizadores, intrigadíssimos com este novo brinquedo a que muitos nos rendemos, que aconselho o visionamento deste vídeo. Ajudará? Certamente. Mas, no Twitter, talvez mais do que em outras áreas, é mais fácil experimentar do que receber muitas explicações.



(Encontrado aqui, via Twitter.)

PCP dixit

Tinha acabado de ouvir o discurso de Obama e de escrever umas linhas sobre o mesmo, no post imedatamente anterior a este, quando cheguei ao Editorial de Avante! de hoje.

P.S. - Quando consultei o Avante! esta manhã, ainda estava online o número de 19 de Fevereiro e não o de hoje. O link está agora corrigido (mas pode deixar de funcionar).


Obama dixit

Vale pena ouvir este excerto do discurso feito perante o Congresso. Positivo, optimista, motivador. A América no seu esplendor, para o bem, provavelmente com um certo entusiasmo irrealista, mas que ajuda certamente a enfrentar o que aí está e, mais ainda, o que ainda estará para vir.

25.2.09

O problema é que o ridículo não mata













A propósito da anunciada canonização do «nosso» condestável, a Associação Ateísta Portuguesa enviou ontem um Comunicado à imprensa. Merece ser lido na íntegra, mas aqui ficam alguns excertos:

«...Deus podia mais facilmente ter evitado os salpicos de óleo que atingiram o olho esquerdo da D. Guilhermina de Jesus, enquanto fritava o peixe, e a consequente “úlcera da córnea, uma coisa gravíssima” – segundo o cardeal Saraiva Martins –, do que ter de a curar para o beato virar santo. Um vulto histórico, da dimensão de Nuno Álvares, não se engrandece com a cura de uma queimadela ocular quando há tantos amputados a quem o crescimento de uma perna facilitaria a vida e era mais relevante para o seu prestígio.»

E mais a sério:

«A Associação Ateísta Portuguesa não será cúmplice, com o seu silêncio, da manobra obscurantista em curso e, por isso, a denuncia. Apela ao espírito crítico dos portugueses para não crerem em afirmações sem provas e não confundirem a superstição com a realidade.»

De facto, muitos brincámos com o anúncio desta canonização, o nosso PR congratulou-se (em nome dele e da sua esposa, assim o esperamos), os espanhóis já esqueceram Aljubarrota e a RTP vai certamente enviar Fátima Campos Ferreira a Roma para comentar as cerimónias. Mas este culto do obscurantismo e de um patriotismo serôdio é muito mais prejudicial do que parece – e merece ser sistematicamente condenado.

Courbet na rádio

De um ouvinte, num Fórum de opinião:

«Acho bem que mostrem aquilo p’ra ver se os paneleiros sabem o que é bom.»

Não li nada de parecido na blogosfera...

Gmailer me confesso













A meio da manhã de ontem, 113 milhões de humanos ficaram sem acesso ao correio electrónico. Parece que ainda não foi explicada a razão da «desgraça»: entre ataque de hacker ou má actualização do software, o diabo que escolha. Poderá ter sido simplesmente uma maneira hábil de o Google nos mostrar que há dependências maiores do que a da maldita nicotina.

Por cá, foram horas animadas no Twitter, com dicas para se ultrapassar o problema e frases soissante-huitardes e não só: «sejamos razoáveis, peçamos o gmail», «sous les pavés le gmail», «j'écris ton nom, gmail», «gmail in the sky with diamonds»,«o gmail é do povo, não é de moscovo».

Antes isto, em manhã de Carnaval, do que ver, pela 115ª vez, a foto do quadro de Courbet num blogue das redondezas.


P.S. - Afinal foi mesmo phishing.

Minuto Pub

Hoje à noite, a Irene Pimentel e eu participaremos num debate organizado por Le Monde Diplomatique sobre:

«Entre Portugal e Espanha: a luta em prol da memória histórica»

Associação O Bacalhoeiro (R. dos Bacalhoeiros, 125, junto à Casa dos Bicos, em Lisboa),
25 de Fevereiro, quarta-feira, às 22h.

Ler detalhes aqui.

N.B. - «Historiadora» não sou - quando muito memorialista amadora e con mucho gusto.

24.2.09

E «no pasa nada»?

O conteúdo deste ofício circula por aí, mas vale sempre a pena ver para crer.
Para a inefável responsável da DREN, a nossa língua não tem segredos. Vírgulas e outras minudências são para quando um homem quiser (mulher, hélas...). Mas nada é comparável à frase com que inicia o último parágrafo:

«Sendo certo que muitos docentes não se aceitam o uso dos alunos nesta atitude inaceitável...»

(Clique na imagem)

Só queria chegar a tempo à Mealhada

23.2.09

O sindicalismo que não temos











Li há alguns dias um texto sobre o papel que os sindicatos têm e, sobretudo, aquele que deveriam ter e ignoram, que corresponde exactamente ao que desde há muito venho a pensar sobre o assunto (*).

Em resumo e no essencial: «... apesar de passarem mais de 4 meses sobre o começo da crise, os sindicalistas continuam a escudar-se na salvaguarda de postos de trabalho (...), sem contribuírem com soluções, continuam a utilizar a bandeira do combate pós-despedimento, em vez de apresentarem propostas para manter o emprego».

Também, e ao contrário do que se passa em muitos outros países, os nossos sindicatos não se ocupam dos desempregados e, volto a citar, não «mantém um serviço de aconselhamento», não «cuidam de qualificação e requalificação profissional e da recolocação no mercado de trabalho».

Mas não só. «O mundo mudou, as indústrias mudaram, e os Sindicatos têm que mudar. Foi assim em boa parte do mundo, mas em Portugal, no sindicalismo, como nas associações patronais, ficámos agarrados ao passado.». «O problema é encarar de frente os novos sistemas de trabalho, a flexibilidade, as novas polivalências, as novas profissões, os novos horários de trabalho respeitando as cargas de trabalho, no principio de que deve ser o trabalho a adaptar-se ao homem e não o contrário».

Entre nós, estas organizações transformaram-se «na maioria dos casos, em apêndices dos partidos políticos, calendarizando as suas lutas e ou submissões, conforme os interesses destes». Causa ou consequência, o centro da questão passa certamente também por aqui.

Tudo isto me parece de tal modo evidente que só posso aconselhar a leitura do texto na íntegra. O problema é demasiado sério para que lhe passemos ao lado – o nosso interesse não é mais do que um puro dever da mais elementar cidadania.

(*) O autor do texto é António Chora, da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa e dirigente do Bloco de Esquerda.

Obama e Sarkozy

Vale a pena ver este vídeo sobre o papel dos cientistas e da investigação nesta fase da vida do mundo. Ele é o resultado de uma montagem, inevitavelmente subjectiva, de excertos de dois discursos, um de Obama em 20/12/2008, outro de Sarkozy no passado dia 20 de Janeiro.

O contraste é tão flagrante que quase dispensa comentários: o primeiro virado para o futuro, directo, com uma calma impressionante; o segundo defensivo, sinuoso, com uma certa dose de agressividade. Até a diferença na postura física fala por si.

Uma estranha sensação de que está ali retratada, também embora não só, toda a distância entre uma nova América e uma certa Europa.



(Encontrado aqui.)

22.2.09

Manhã de Carnaval

Carnavais












Eu sei que aquilo que o Sol escreve nem sempre se diz, mas fala-se de uma possível «aparição» de Hugo Chávez no congresso do PS. Ele é homem para isso e para muito mais, mesmo que tenha sido o partido e não ele a ser convidado.

A meio do caminho entre Carnaval e Mi-Carême (*), seria melhor do que um tiro no porta-aviões: «passavam» nas votações todas as questões fracturantes, qualquer nome para cabeça de lista às europeias seria distraidamente aplaudido e talvez o Brotas conseguisse uns votozitos para a sua moção.

«Si non è vero» seria certamente «ben trovato».

(*) Ou Micareta, como preferirem.

Help, I need somebody

















«Mas já antes disso alguém tinha querido arear as pratas ao brio do pachola português. Ao que parece com origem na Lusa, foi-nos servido o pedido de ajuda a Portugal que Barack Obama terá endereçado a Cavaco Silva (no dia seguinte, foi-nos revelada idêntica diligência junto de José Sócrates). Por vazia que a barriga possa estar, o nosso ego insuflado tomou-lhe os espaços. O episódio demonstra que uma boa educação compensa. A resposta, feita em linha de montagem, do Presidente americano aos telegramas de felicitações das autoridades políticas do mundo inteiro, sendo uma formalidade cortês para todos os outros, era afinal a admissão de que, sem nós, a América soçobraria no mercado do escândalo, do vício e da desregulação dos costumes. E de que os herdeiros políticos do xerife Fontoura levariam Newark a salvar os Estados Unidos. Perante a boa recepção que o facto teve entre nós, o Congresso suspirou de alívio e a Casa Branca abriu Mateus Rosé.»
Nuno Brederode Santos, no DN de hoje.

E, em jeito de brinde, neste Domingo de Carnaval:
«Se na terça-feira for, de facto, Carnaval, então eu alinho: durmo a sesta de fato e gravata.»