26.1.08

La table est servie


Não sei se ainda por influência do inefável «Jamais» de Mário Lino, anda um surto de francofilia pela blogosfera. Ainda bem.

Aqui fica o meu contributo para o fim de semana - «Faites vos choix».







Leitura saudável para uma manhã de Sábado

AFP

Eurico de Barros, no DN:

«Cada vez gosto mais de Itália. É um país onde a classe política se esmera para divertir o povo até mesmo nas crises institucionais, procurando atingir o nível da melhor "comédia à italiana". (...)

Portugal tem que ser mais como a Itália, e não como a Finlândia, como gostaria José Sócrates. Temos que aprender a prosperar na instabilidade institucional, a singrar na confusão. Por isso, não devemos dar a maioria a mais nenhum Governo, nunca mais. E precisamos que os nossos políticos interiorizem o conceito de "valor de entretenimento", que os seus hilariantes colegas italianos tão bem assimilaram há tanto tempo.»
(O relevo é meu.)

25.1.08

A Acção Católica em Portugal (5)

Conforme anunciado aqui, continuo e TERMINO hoje a publicação do texto de Sidónio Paes em Entre os textos da memória.




P.S. - Aos que me pediram esta publicação, peço desculpa pelo grande com atraso na conclusão da mesma.

Solidariedade com Coimbra - obviamente

botão amigos

Foi publicado anteontem em Coimbra um Manifesto intitulado Pelo direito à cultura e pelo dever da cultura!, onde se afirma, entre outras coisas, que a Câmara Municipal daquela cidade «já não se limita a não apoiar devidamente a actividade cultural que (...) é feita; assume-se, pelo contrário, como um elemento dificultador e tendencialmente destruidor do potencial de criação artística que a cidade possui e que é uma das suas principais mais-valias».

Tudo sobre este assunto no blogue Amigos da Cultura.

24.1.08

Byblos?

Fui hoje à livraria Byblos e não penso voltar. Achei-a desconfortável e inútil.

Desconfortável não por ser grande (quem não se sente bem numa Barnes & Noble?), mas porque se parece mais com um hipermercado do que com uma biblioteca. E isso é mau sinal.

Inútil porque diz que tem tudo como o Amazon, com o inconveniente de não ser virtual, de ter muitas coisas a mais e de lhe faltar uma imensidade de outras. Procurei 4-livros-4, portugueses, relativamente importantes, publicados nos últimos dois anos, e não os encontrei – nem no sistema, nem pelos dedos de um empregado que, no entanto, confirmou que todos se encontravam disponíveis nas respectivas editoras.

Percorri vagamente a secção de música, que me pareceu paupérrima, mesmo na chamada ligeira. Francesa? Menos de trinta discos, mas quatro eram da Carla Bruni. Comentários para quê.

À hora do almoço, com o Amoreiras cheio de gente, a Byblos tinha meia dúzia de clientes. O primeiro andar não cheirava a livros, mas sim à feijoada que era servida na cafetaria.

Enfim, tive saudades do «aconchego» das FNAC’s e, coisa que nunca me acontece, saí de uma livraria sem trazer nada. Minto: comprei o Público e a Visão – com direito a saco de plástico.

Francesices

Essa não conheço, mas fica esta p'rá troca. Tenho um manancial quase insegotável, que os meus passados me deixaram - sabe-se lá onde...


a la claire fontaine karaoke
Colocado por gotti57

23.1.08

Ser de direita é (1)







... gostar de:

* Bento XVI

* Joe Berardo

* Maiorias absolutas


Agradecem-se mais sugestões.

Voltaram os Cruzados

A propósito do artigo de Rui Ramos, hoje no Público (sem link) e já largamente transcrito em blogues de direita, remeto para o meu post sobre a «laicidade positiva» de Sarkozy.

Diz hoje Rui Ramos:
«...das religiões depende largamente a infra-estrutura de convicções e sentimentos que sustenta a nossa vida.»

Disse Sarkozy, na Arábia saudita, em 14 de Janeiro:
«Ce sont les religions […] qui nous ont les premières appris les principes de la morale universelle, l’idée universelle de la dignité humaine.»

Mas Rui Ramos vai mais longe.
Afirma, por exemplo, que «Hoje em dia, é nos crentes que certos princípios fundamentais para a nossa liberdade encontram a voz mais desassombrada».
E diz, sobre a questão da verdade, «que a ciência pós-moderna [a] negou, sem se importar de reduzir o debate intelectual ao choque animalesco das subjectividades.»

Li e reli - animal me senti.
Onde é que já estamos? Voltaram os Cruzados, agora com argumentos mais sofisticados. Cuidado.

22.1.08

Break point


Reuters

Eu sei que quase ninguém vê ténis por estas bandas (a não ser, evidentemente, a Miss Woody).

Mas não há nada melhor para suportar um Prós e Contras do que entremeá-lo com o Open da Austrália, assentar depois arraiais para ver um bom encontro entre Serena Williasm e Jelena Jancovic, ir dormir umas quatro ou cinco horas e voltar para o grande embate entre Justine Hénin e Maria Sharapova - «uma final antecipada», como os comentadores gostam de ir dizendo para preencher tempos mortos. (Só elas, aliás, me fariam acordar para ver televisão às 8:30 da manhã!)

Adoro ténis e sou «espectadora frequente» há muitos anos – desde que o Eurosport veio ter comigo, quando vivi na Bélgica nos anos 80 e por cá só havia RTP’s – e não cesso de me espantar com os progressos das artes, das técnicas e da energia, que tornam quase pueris as imagens de um passado relativamente recente.

Ganhou Sharapova, merecida e significativamente, por 6-4 e 6-0. Mas deu pena ver partir Justine, essa grande senhora do ténis feminino.

Venceu a menina bonita, muito bonita (que recebe, por ano, muito mais do que Paulo Teixeira Pinto), contra a campeã feiosa e discretíssima, que não perdia há 32 matches e que se mantém como nº1 mundial – resta saber por quanto tempo.

As noitadas continuarão nos próximos dias – obviamente.

21.1.08

Sol na eira e chuva no nabal

Os factos são simples e foram já amplamente noticiados. A Nokia, que detém, cerca de 40% do mercado mundial de telemóveis, anunciou que vai fechar a sua fábrica em Bochum, na Alemanha, sendo a actividade desta transferida para Cluj, na Roménia. Aqui, aquela companhia será o centro de um grande parque industrial onde se instalarão outras empresas com actividades ligadas à produção de telemóveis, prevendo-se a criação de 15.000 postos de trabalho. Na Alemanha, serão eliminados 2.300.

Os motivos invocados pela Nokia são, como seria de prever, os elevados custos da mão-de-obra alemã.

As reacções não se fizeram esperar. Presidentes de sindicatos e ministros alemães apelam ao boycott, o que a própria Angela Merkel declarou «absolutamente compreensível». No Parlamento Europeu, pediu-se que a União Europeia impedisse a deslocalização, o que terá sido recusado já que, aparentemente, nenhuma regra foi violada, nem na Alemanha nem na Roménia.

Mais um caso de vítimas (agora em Bochum) do capitalismo nómada que governa o mundo? Sem dúvida. Estranho, inesperado? Certamente que não. É só mais um.

E tudo se passa até na pequena quinta que a Europa é, entre uma empresa finlandesa e dois outros países: o mais rico e um dos mais pobres dos vinte e sete. Além disso, entre Bochum e Cluj vai o passo de um anão (em linha recta, é mais ou menos Lisboa-Paris), mas nem isso ajuda.

Acontece que a Alemanha é o maior exportador do mundo e, nessa medida, um dos grandes «vencedores» da globalização. Será por isso um dos últimos a poder queixar-se.

Sol na eira e chuva no nabal? Seria o admirável mundo novo – mas não é, nem para os alemães.

O tempo

20.1.08

Os nossos prezados leitores

Quando se abre um blogue, com porta para a rua, sabe-se à partida que muitas pessoas vão entrar. Não se sabe como e muito menos quem. A maior parte passa sem deixar rasto, a não ser num qualquer sitemeter, mas há quem pare para escrevinhar – com nome e morada, ou nem por isso.

Há cerca de dois meses, tinha este recado na caixa de comentários:

«Marie disse...
Estou neste país de França, conheço-te – mais exactamente conheci-te, não muito bem, há mais de 25 anos, conheço-te agora melhor através do teu blogo... A propósito: gosto muito.
Um abraço.»

Naturalmente intrigada, pensei que assim não vale!
Voltou muitas vezes, com ou sem comentários, lá dos Alpes, e eu sem saber de todo quem era – a França é grande, a blogosfera ainda maior.


Até que ontem, pela coincidência mais improvável que se possa imaginar, me disseram quem era a Marie.

Fiquei muito contente por saber que eras tu. Apanhei-te, certo? Mas não te digo como...