11.10.08
10.10.08
É hoje
A mais extraordinária declaração parlamentar alguma vez anunciada:
«Sou a favor mas voto contra.»
Os deputados socialistas querem que os homossexuais se casem mas não agora: só quando lhes der jeito a eles «socialistas». Com uma hipocrisia despudorada, consideram que o «bom povo», que os elegeu precisamente para decidirem umas coisas em seu nome, não está preparado para esta. Como se estivesse para tantas outras!
Hoje, na AR, a democracia que temos vai sofrer mais um duro golpe. É por este tipo de jogos que nos arriscamos a que o mundo civilizado que assim se comporta acorde um dia destes com uma crise política tão grave como a actual hecatombe financeira – só que talvez menos inesperada.
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P.S. - Comentário a uma notícia sobre esta votação no Público (Espanha):
«"Este no es el momento adecuado para hacer alteraciones a la ley en vigor". Con una izquierda así, nuestros vecinos consolidan su posición de vagón de cola en Europa.»
Por supuesto.
Os deputados socialistas querem que os homossexuais se casem mas não agora: só quando lhes der jeito a eles «socialistas». Com uma hipocrisia despudorada, consideram que o «bom povo», que os elegeu precisamente para decidirem umas coisas em seu nome, não está preparado para esta. Como se estivesse para tantas outras!
Hoje, na AR, a democracia que temos vai sofrer mais um duro golpe. É por este tipo de jogos que nos arriscamos a que o mundo civilizado que assim se comporta acorde um dia destes com uma crise política tão grave como a actual hecatombe financeira – só que talvez menos inesperada.
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P.S. - Comentário a uma notícia sobre esta votação no Público (Espanha):
«"Este no es el momento adecuado para hacer alteraciones a la ley en vigor". Con una izquierda así, nuestros vecinos consolidan su posición de vagón de cola en Europa.»
Por supuesto.
9.10.08
Tempos felizes?
Quando se fumava para tirar a dor de dentes, para acalmar os nervos, dar energia e perder peso.
A propósito de uma exposição na New York Public Library sobre campanhas publicitárias das tabaqueiras entre os anos 20 e 50 do século XX.
Ana Gomes
«A eurodeputada socialista Ana Gomes foi esta quarta-feira distinguida em Bruxelas como a eurodeputada “activista do ano” pela revista europeia The Parliament Magazine, uma publicação que promove anualmente prémios para os melhores deputados europeus em diversas categorias. (...) Foi nomeada este ano pelo seu trabalho em questões relacionadas com a China, em ano de Jogos Olímpicos, e também com o Iraque.»
Ana Gomes não deixa ninguém indiferente. Metade das gentes odeia-a e achincalha-a, normalmente homens (e porque será que não fico mesmo nada admirada), a outra metade admira nela coragem e frontalidade - como é o meu caso (*).
(*) Por esta, esta, esta e também por outras. O que está ela a fazer no PS é que não entendo. Mas, se a conhecesse, perguntava-lhe.
Ana Gomes não deixa ninguém indiferente. Metade das gentes odeia-a e achincalha-a, normalmente homens (e porque será que não fico mesmo nada admirada), a outra metade admira nela coragem e frontalidade - como é o meu caso (*).
(*) Por esta, esta, esta e também por outras. O que está ela a fazer no PS é que não entendo. Mas, se a conhecesse, perguntava-lhe.
8.10.08
Pousada em Peniche: reunião com a Câmara Municipal
ADENDA (*)
Porque esta polémica também teve lugar neste blogue, trancrevo a nota informativa que publiquei há pouco nos Caminhos da Memória.
A pedido da Direcção do movimento «Não apaguem a memória!», realizou-se ontem à noite em Peniche uma reunião de uma delegação da mesma com o presidente e o vice-presidente da respectiva Câmara.
Independentemente de eventuais posições que o NAM! venha a tomar sobre o assunto, e porque a polémica gerada em torno da projectada construção de uma pousada dentro da Fortaleza nasceu neste blogue, resumo o essencial do que se passou :
- A Câmara não tentará inviabilizar a construção da pousada, defendendo antes a «compatibilização» da sua existência com a de um núcleo museológico que contemple a preservação da memória.
- O único documento oficial que a Câmara tem em seu poder (para além de notícias publicadas em boletins municipais) é um «Protocolo de Acordo», datado de 12/7/2002. Não possui, por exemplo, qualquer cópia do contrato celebrado com o arquitecto Siza Vieira, não viu a maqueta, repetidamente referida, que o mesmo terá apresentado, nem sabe se a mesma abrange toda a Fortaleza ou apenas a pousada. No documento de 2002, do qual nos foi facultada cópia, está expressamente previsto um «Protocolo Adicional» para definição das áreas «necessárias e suficientes para instalação da pousada, de acordo com o estudo prévio a elaborar pelo projectista». Nesse mesmo Protocolo, seria/será também estabelecida a responsabilidade pela recuperação e utilização das restantes áreas. Este Protocolo Adicional nunca foi concretizado: não existe qualquer «estudo prévio» elaborado por quem quer que seja.
Assim sendo, e passo agora a falar em nome pessoal, saí com a convicção de que largos anos nos separam de qualquer concretização (com a consequente degradação progressiva das instalações) ou que, em alternativa, os valores mais altos dos interesses turísticos se sobreporão e imporão a outros - entre eles aos da própria Câmara - e que teremos, sim, uma pousada dentro da Fortaleza, com o risco de não serem sequer respeitados pressupostos mínimos. Por exemplo, ninguém pode garantir hoje que as antigas celas não serão chocantemente transformadas em confortáveis quartos.
Fomos contactados por vários órgãos de comunicação social, que estão hoje a transmitir, com maior ou menor desenvolvimento, o que aqui foi resumido.
Não sei se espero mas continuarei a defender, com a mesma convicção, que deveria ser encontrada uma solução SEM pousada e com aproveitamento de um espaço que é património de todos os portugueses para um conjunto de actividades mais compatíveis com a sua história e com a nossa memória.
A pedido da Direcção do movimento «Não apaguem a memória!», realizou-se ontem à noite em Peniche uma reunião de uma delegação da mesma com o presidente e o vice-presidente da respectiva Câmara.
Independentemente de eventuais posições que o NAM! venha a tomar sobre o assunto, e porque a polémica gerada em torno da projectada construção de uma pousada dentro da Fortaleza nasceu neste blogue, resumo o essencial do que se passou :
- A Câmara não tentará inviabilizar a construção da pousada, defendendo antes a «compatibilização» da sua existência com a de um núcleo museológico que contemple a preservação da memória.
- O único documento oficial que a Câmara tem em seu poder (para além de notícias publicadas em boletins municipais) é um «Protocolo de Acordo», datado de 12/7/2002. Não possui, por exemplo, qualquer cópia do contrato celebrado com o arquitecto Siza Vieira, não viu a maqueta, repetidamente referida, que o mesmo terá apresentado, nem sabe se a mesma abrange toda a Fortaleza ou apenas a pousada. No documento de 2002, do qual nos foi facultada cópia, está expressamente previsto um «Protocolo Adicional» para definição das áreas «necessárias e suficientes para instalação da pousada, de acordo com o estudo prévio a elaborar pelo projectista». Nesse mesmo Protocolo, seria/será também estabelecida a responsabilidade pela recuperação e utilização das restantes áreas. Este Protocolo Adicional nunca foi concretizado: não existe qualquer «estudo prévio» elaborado por quem quer que seja.
Assim sendo, e passo agora a falar em nome pessoal, saí com a convicção de que largos anos nos separam de qualquer concretização (com a consequente degradação progressiva das instalações) ou que, em alternativa, os valores mais altos dos interesses turísticos se sobreporão e imporão a outros - entre eles aos da própria Câmara - e que teremos, sim, uma pousada dentro da Fortaleza, com o risco de não serem sequer respeitados pressupostos mínimos. Por exemplo, ninguém pode garantir hoje que as antigas celas não serão chocantemente transformadas em confortáveis quartos.
Fomos contactados por vários órgãos de comunicação social, que estão hoje a transmitir, com maior ou menor desenvolvimento, o que aqui foi resumido.
Não sei se espero mas continuarei a defender, com a mesma convicção, que deveria ser encontrada uma solução SEM pousada e com aproveitamento de um espaço que é património de todos os portugueses para um conjunto de actividades mais compatíveis com a sua história e com a nossa memória.
(*) O movimento «Não apaguem a memória!» tomou entretanto uma posição oficial contra a construção da pousada. Texto aqui.
A esta, já aderi
Daniel Oliveira propõe o envio de um mail a todos os deputados do PS, pedindo-lhes que não votem, saindo da sala quando for votado na AR, no próximo dia 10, o projecto sobre casamento de gays e de lésbicas.
O texto e os e-mails dos deputados estão no Arrastão.
O texto e os e-mails dos deputados estão no Arrastão.
6.10.08
Ruptura com o PCP: uma carta importante
O Público de 4/10 noticiou a saída de Henrique de Sousa do PCP, partido onde ingressou com 18 anos e onde permaneceu 39. Foi eleito para o Comité Central em 1979 e integrou o núcleo do Secretariado entre 1999 e 2000.
O texto da carta que dirigiu ao secretário-geral, à Comissão Política e ao Secretariado do Comité Central daquele partido está agora online (*) e merece ser lida com toda a atenção. Com a inteligência e a argúcia que são conhecidas, Henrique de Sousa faz uma análise serena mas muito crítica das posições ideológicas e das linhas de acção do PCP.
Um curto excerto:
«Não reconheço na orientação e direcção do PCP actual o dinamismo, a abertura e a capacidade de renovação que sustentem a construção de um projecto transformador à medida das exigências e mudanças do nosso tempo, certamente suportado na busca incessantemente perseguida da síntese revolucionária entre liberdade e igualdade e assumindo para isso uma exigente e mais profunda reflexão crítica sobre as experiências, as realizações e os erros dramáticos dos comunistas no século findo.»
(*) Via Dotecome
O texto da carta que dirigiu ao secretário-geral, à Comissão Política e ao Secretariado do Comité Central daquele partido está agora online (*) e merece ser lida com toda a atenção. Com a inteligência e a argúcia que são conhecidas, Henrique de Sousa faz uma análise serena mas muito crítica das posições ideológicas e das linhas de acção do PCP.
Um curto excerto:
«Não reconheço na orientação e direcção do PCP actual o dinamismo, a abertura e a capacidade de renovação que sustentem a construção de um projecto transformador à medida das exigências e mudanças do nosso tempo, certamente suportado na busca incessantemente perseguida da síntese revolucionária entre liberdade e igualdade e assumindo para isso uma exigente e mais profunda reflexão crítica sobre as experiências, as realizações e os erros dramáticos dos comunistas no século findo.»
(*) Via Dotecome
«Viagem ao centro do mundo da Maria José e do Zé Luís»
Aqui ao lado, na íntegra, a bela entrevista a Mª José Morgado e José Luís Saldanha Sanches, publicada na revista Pública de ontem.
César das Neves dixit
A esta hora, já um número razoável de blogues (dos tais que, tal como este, pertencem aos 99% de lixo) deve ter citado excertos da crónica de César das Neves no DN - à 2ª feira, é fatal como o destino.
Reza ele, a propósito do casamento de homossexuais:
«O número de coabitações de irmãos, tios, sobrinhos ou amigos é maior que a dos gays, para não falar dos casos de poligamia, incesto e pedofilia, que a mesma sociedade (ainda) insiste em repudiar.»
A técnica é conhecida e é fácil: tudo misturar para ridicularizar. Só falta falar de cães, gatos e periquitos. Pago, portanto, com a mesma moeda: se César das Neves está preocupado com a coabitação em capoeiras, que se bata pelo casamento de galos com galinhas – para virem a este mundo muitos pintainhos abençoados.
5.10.08
Message from the Queen
To
the citizens of the United States of
America
From
Her Sovereign Majesty Queen Elizabeth
II
In light of your failure in recent years to nominate competent candidates for President of the USA and thus to govern yourselves, we hereby give notice of the revocation of your independence, effective immediately. (You should look up "revocation" in the Oxford English Dictionary.)
Her Sovereign Majesty Queen Elizabeth II will resume monarchical duties over all states, commonwealths, and territories (except Kansas, which she does not fancy). Your new Prime Minister, Gordon Brown, will appoint a Governor for America without the need for further elections. Congress and the Senate will be disbanded. A questionnaire may be circulated next year to determine whether any of you noticed.
To aid in the transition to a British Crown dependency, the following rules are introduced with immediate effect:
1. The letter "U" will be reinstated in words such as "colour," "favour," "labour" and "neighbour." Likewise, you will learn to spell "doughnut" without skipping half the letters, and the suffix "-ize" will be replaced by the suffix "-ise." Generally, you will be expected to raise your vocabulary to acceptable levels. (Look up "vocabulary").
2. Using the same twenty-seven words interspersed with filler noises such as '"like" and "you know" is an unacceptable and inefficient form of communication. There is no such thing as U. S. English. We will let Microsoft know on your behalf. The Microsoft spell-checker will be adjusted to take into account the reinstated letter "u"' and the elimination of "-ize."
3. July 4th will no longer be celebrated as a holiday.
4. You will learn to resolve personal issues without using guns, lawyers, or therapists. The fact that you need so many lawyers and therapists shows that you're not quite ready to be independent. Guns should only be used for shooting grouse. If you can't sort things out without suing someone or speaking to a therapist, then you're not ready to shoot grouse.
5. Therefore, you will no longer be allowed to own or carry anything more dangerous than a vegetable peeler, although a permit will be required if you wish to carry a vegetable peeler in public.
6. All intersections will be replaced with roundabouts, and you will start driving on the left side with immediate effect. At the same time, you will go metric with immediate effect and without the benefit of conversion tables. Both roundabouts and metrication will help you understand the British sense of humour.
7. The former USA will adopt UK prices on petrol (which you have been calling gasoline) of roughly $10/US gallon. Get used to it.
8. You will learn to make real chips. Those things you call French fries are not real chips, and those things you insist on calling potato chips are properly called crisps. Real chips are thick cut, fried in animal fat, and dressed not with catsup but with vinegar.
9. The cold, tasteless stuff you insist on calling beer is not actually beer at all.Henceforth, only proper British Bitter will be referred to as beer, and European brews of known and accepted provenance will be referred to as Lager. Australian beer is also acceptable, as they are pound for pound the greatest sporting nation on earth and it can only be due to the beer. They are also part of the British Commonwealth - see what it did for them. American brands will be referred to as Near-Frozen Gnat's Urine, so that all can be sold without risk of further confusion.
10. Hollywood will be required occasionally to cast English actors as good guys. Hollywood will also be required to cast English actors to play English characters. Watching Andie MacDowell attempt English dialogue in Four Weddings and a Funeral was an experience akin to having one's ears removed with a cheese grater.
11. You will cease playing American football. There is only one kind of proper football; you call it soccer. Those of you brave enough will, in time, be allowed to play rugby (which has some similarities to American football, but does not involve stopping for a rest every twenty seconds or wearing full Kevlar body amour like a bunch of nannies).
12. Further, you will stop playing baseball. It is not reasonable to host an event called the World Series for a game which is not played outside of America. Since only 2.1% of you are aware there is a world beyond your borders, your error is understandable. You will learn cricket, and we will let you face the Australians first to take the sting out of their deliveries.
13. You must tell us who killed JFK. It's been driving us mad.
14. An internal revenue agent (i.e. tax collector) from Her Majesty's Government will be with you shortly to ensure the acquisition of all monies due (backdated to 1776).
15. Daily Tea Time begins promptly at 4 p.m. with proper cups, with saucers, and never mugs, with high quality biscuits (cookies) and cakes; plus strawberries (with cream) when in season.
God Save the Queen!
PS: Only share this with friends who have a good sense of
humour (NOT humor)!
«A religião é o ópio do cérebro»
Leio no JN que «um grupo internacional de investigadores, em que participou um psicólogo português, comprovou que os crentes suportam mais a dor do que os não crentes». Sem qualquer espécie de ironia, parece-me perfeitamente plausível, já que são para tal naturalmente educados e têm no horizonte perspectivas e promessas que os incréus desconhecem.
Mas há uma outra afirmação que me enche a alma de esperança: «Neste momento estamos a comparar Fátima e Lourdes». É que temos mesmo grandes hipóteses de vencer este campeonato, porque não há local onde o sofrimento mais ordene do que a Cova da Iria! O povo ficará então mais sereno, a senhora da Lapa virará, definitivamente, Senhora das Dores, Sócrates dará um Magalhães a cada peregrino e Cavaco sentir-se-á mais enlevado do que quando vê um robot a ordenhar vacas.
Mas há uma outra afirmação que me enche a alma de esperança: «Neste momento estamos a comparar Fátima e Lourdes». É que temos mesmo grandes hipóteses de vencer este campeonato, porque não há local onde o sofrimento mais ordene do que a Cova da Iria! O povo ficará então mais sereno, a senhora da Lapa virará, definitivamente, Senhora das Dores, Sócrates dará um Magalhães a cada peregrino e Cavaco sentir-se-á mais enlevado do que quando vê um robot a ordenhar vacas.
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