21.9.23

Leonard Cohen

 


Seriam 89, hoje.


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Glossário da Saúde para o cidadão comum

 


«Num momento em que se discute a sobrevivência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a discussão é encriptada com termos que a tornam fechada para o cidadão comum. Esta forma de linguagem é também uma maneira de não falar dos problemas de uma forma concreta. Lembra-nos o tempo em que a missa católica era toda em latim e e em que, depois da “missa nova”, de estreia, de um padre, diziam-lhe: "Falou muito bem".

Missa nova sem nada de novo. Só os acrónimos podem sugerir mudanças verdadeiras. Há duas realidades: centro de saúde e hospital. O resto é tudo linguagem técnica, tal como o “informatês” e o “economicês” e os termos de Medicina. Aposto que tudo isto pode ser "trocado por miúdos" e isso também faz parte da democracia.

Hospitais há-os de várias categorias. Os de topo caracterizam-se por terem todas as especialidades e estas estarem disponíveis durante as 24 horas do dia, com serviço de urgência permanente. São conhecidos quatro em Lisboa, repartindo a região metropolitana, incluindo os centros de saúde; um em Coimbra; e dois no Porto, com idênticas funções. Cabe perguntar se estão todos e preencher todos os requisitos e como. Atravessando os rios Tejo e Douro para a outra margem, idênticos hospitais cobrem o resto das respectivas regiões administrativas. Cobrem? E na periferia temos Castelo Branco, Évora e Faro com necessidades preenchidas?

Que unidades?

Quanto aos centros de saúde, os mais simples chamam-se Unidade de Centro de Saúde Personalizado (CS). Em 2005 iniciou-se o projecto de criação de Unidades de Saúde Familiar (USF) com os modelos A, B e C. O médico do CS, com a sua carteira de doentes, candidata-se ao modelo A, que é experimental, e continua a ganhar o mesmo. Aguardam-se mais do modelo B, com administração autónoma e remunerações do pessoal avaliadas pelo estado de saúde dos utentes. Cobrem 68% da população, que está muito satisfeita e os médicos têm remunerações decentes. O problema é dos outros 32%, dos quais 1600 nem sequer têm médico de família. Enorme desigualdade, que decorre há vários anos.

E quanto aos médicos, os últimos remunerados com dedicação plena são de 2011 (decreto-lei). O modelo C seria empresarial. Tanto os CS como as USF estão organizados, com direcção centralizada, em agrupamentos, que respondem perante as Administrações Regionais de Saúde. Até agora. De acordo com o novo estatuto, estas desaparecem ou quase e vão responder perante a Direcção Executiva do SNS e o CEO. Tudo percebido até aqui? Talvez. No entanto tudo mudará ou não de acordo com as promessas do Governo. A proposta é que todos os Cuidados Primários passem a USF modelo B. A felicidade para todos. Mas… Os critérios de remuneração não seriam os actuais. Discutem-se novos critérios. Aqui é que está o ponto. E o empate.

As propostas não param por aqui. Propõem novas Unidades Locais de Saúde (ULS). Implementadas em 1999, a primeira foi em Matosinhos, a última no Litoral Alentejano, em 2012. Proposta: juntar mais 31 às oito existentes. O modelo: organizar em conjunto um hospital e os CS da região. Começarão os dois hospitais centrais do Porto. Como exemplo, a ULS de Lisboa Norte seria constituída pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria e Hospital Pulido Valente), mais o Agrupamento Sete Rios que inclui CS e USF e ainda os CS de Mafra.

De acordo com os clínicos conhecedores dos Cuidados Primários, isto seria de decisão "hospitalocêntrica", sem direcção rotativa e sem disponibilidade técnica de meios auxiliares de diagnóstico, interna à unidade e que responda às urgências dos CS. Ao contrário, se os CS e USF actuais forem equipados com laboratórios, ecografias e outros exames, aliviarão muito as urgências hospitalares, porque há vários tipos de doentes agudos, muitos poderiam ser vistos nos centros. E os especialistas de Saúde Publica, perguntam, onde ficam? Deveria ser o princípio de tudo. Ocupar-se da prevenção das doenças sem declaração obrigatória, que são as mais prevalentes, vigilância dos factores que influenciam as doenças crónicas que vão dos 65 anos para cima, da eco-saúde, da relação com as autarquias.

Enfim, olhou-se para o mapa, fizeram-se geometrias variáveis, não se fez levantamento das características das populações respectivas (idades, situação social, habitação, transportes, patologias mais prevalentes), não se fez levantamento dos equipamentos e dos especialistas. É o tipo de projecto que qualquer empresa com ambições de rentabilidade rejeitaria, para entrar na linguagem da “Economia”.

Mas aqui o objectivo é a saúde dos cidadãos. E urgentes mesmo existem dois pontos, que não precisam de ser encriptados: salários decentes para os médicos, se os querem reter; e desenvolvimento de um Registo Clínico Único Electrónico na mão do cidadão, que vai sendo adiado, enquanto escorre o dinheiro do PRR em equipamentos e aplicações desemparelhados de um projecto racional.»

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20.9.23

Mais um belo vaso

 


Vaso de vidro decorado com ramos de aveleira em gravação feita com ácido. Museu de Belas Artes de Nancy, França, 1925.
Irmãos Daum.

Daqui.
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"Não tenho poder nenhum", diz António Guterres



 

«Quando Amanpour lhe perguntou de que poder dispõe para fazer o que tem de ser feito, respondeu simplesmente: "Não tenho poder nenhum". "Nem sobre as decisões, nem sobre o financiamento. Tenho apenas o poder da palavra." (…)

Hoje, as divisões entre as grandes potências atingem um grau "a que nunca assistimos antes". As potências a que se refere Guterres são, em primeiro lugar, os membros permanentes do Conselho de Segurança, os únicos que têm o direito de veto. Estas "profundas divisões geopolíticas" paralisam quase todas as iniciativas da ONU para tentar minorar os males do mundo, apontados nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, mas também para poder intermediar a favor da paz. "Nem no tempo da Guerra Fria?", perguntou Amanpour. Nessa altura, respondeu-lhe o seu interlocutor, quando imperava o confronto planetário entre os EUA e a União Soviética, "era difícil, mas sabia-se com que contar. A previsibilidade era maior, hoje há muito maior incerteza".»

Teresa de Sousa
Newsletter do Público, 19.09.2023
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O Banksy é que sabe

 

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E o sorriso de Costa disse tudo

 


«Para alem dos casos políticos, habituais em fim de longos mandatos, o governo, ou o País, para ser mais preciso, lida com dois tipos de problemas: os que resultam de uma conjuntura que não controla e os que são estruturais e ao qual não prestou atenção nestes oito anos (a direita também não, quando governou). Os primeiros são a inflação, o aumento das taxas de juro e tudo o que resulta da guerra da Ucrânia. Os segundos são a incapacidade do SNS segurar os seus profissionais, a falta de professores e a brutal crise na habitação, com efeitos estruturais na sociedade e na economia portuguesas. Todos há muito anunciados.

O problema do governo é que quer dar aos segundos o mesmo tipo de respostas que tenta dar aos primeiros: soluções de emergência. E essa é a marca deste primeiro-ministro, que depois da urgência em devolver direitos e rendimentos roubados às pessoas pela troika, no governo da “geringonça”, e da resposta à emergência pandémica que se lhe seguiu, já não sabe governar de outra forma. É um governo com quase uma década que deixa pouco lastro e olha pouco para a frente.

Isto exige uma oposição que não repita contra o governo os vícios do próprio governo: surfar a atualidade. Mas repete-o porque não tem qualquer perspetiva de ocupar o poder. Até por não ter uma maioria provável para o fazer. O Chega pode ser um problema para a democracia, mas é, antes de tudo, um problema para a direita. A grande maioria dos seus eleitores não quer um governo dependente de André Ventura, o líder com mais altas taxas de rejeição no país. E todos os cuidados que o PSD possa ter – e esteve bem ao não embarcar nesta moção de censura – não resolvem o problema da aritmética: não há direita que chegue sem o Chega.

Uma coisa é a competição entre os partidos de oposição. Outra é a sabotagem da oposição, a que o Chega se dedica. Não é apenas por ser um embaraço que é um problema para o resto da direita. É por ter o resto da direita como sua principal inimiga. Quer desgastá-la para crescer sobre as suas ruínas. Como aconteceu em vários países europeus.

Não é absurdo apresentar uma moção de censura que não tenha possibilidade de aprovação. Já foi feito por vários partidos para forçar o debate político num momento difícil para o governo. Mas faz-se isso em momentos especialmente sensíveis. Não é a tática do Chega porque o seu alvo não é o governo. Limita-se a picar o ponto no início da sessão legislativa, prejudicando até o regresso dos debates quinzenais (que, de qualquer das formas, tendem a ser favoráveis ao primeiro-ministro), quando nenhum acontecimento agudo torna este momento especialmente dificil para o governo. E se houvesse dúvidas disso, bastaria ver o passeio que António Costa foi fazer ao parlamento. Nem se esforçou.

Se tivesse que escolher os dois momentos no debate de ontem, viriam da primeira ronda de perguntas, nas intervenções do Chega e da IL. O primeiro foi quando André Ventura se virou para a bancada do PSD e foi a ela que dirigiu quase toda a sua intervenção, acusando-a, qual amante ciumento, de querer ir para a cama com o PS em vez de pernoitar com ele. E gritando que não há “pactos” com este governo, há “coças”. O fim da intervenção, falando para os eleitores madeirenses, teve a clareza de um tempo de antena e a exibição da única função desta moção de censura: desgastar o PSD.

O segundo momento foi mais “hilário”, utilizando uma expressão de João Cotrim Figueiredo. A moção de censura é “infantil”, disse o ex-líder da IL (ainda poucos deram pelo atual). E como é “infantil”, os liberais decidiram ir brincar para o parque com Ventura, envolvendo-se numa rixa para saber quem subia ao baloiço. Depois, Cotrim Figueiredo embrulhou-se com Ventura para saber qual dos seus candidatos madeirenses estava a namorar o PS local, num momento que resumiu uma tarde perdida. O sorriso do primeiro-ministro, refastelado em oito anos de mandato, disse tudo. Com inimigos destes, não precisa de amigos.»

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19.9.23

Duas portas

 


Portas Arte Nova da Casa Calise, Buenos Aires, 1911-1913.
Arquitecto: Virginio Colombo.

Daqui.
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Entretanto en Derna, na Líbia

 


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Simon & Garfunkel no Central Park – Há 42 anos

 


Em 19.09.1981, teve lugar o memorável concerto que Simon & Garfunkel deram no Central Park de Nova Iorque. Reza a história que assistiram 500.000 pessoas e foi gravado ao vivo, dando origem a um álbum lançado no ano seguinte. Os lucros obtidos reverteram para a reforma e manutenção do parque e nós herdámos um espectáculo inesquecível.

Vídeos com quatro das grandes canções e outro com o concerto na íntegra AQUI.
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Carta aberta de um jovem emigrante a António Costa

 


«Caro primeiro-ministro,

Antes de mais, deixe-me congratulá-lo por apresentar um conjunto de propostas destinadas àqueles que estão agora a entrar no mercado de trabalho. Sem ponta de ironia, é muito positivo ver a geração jovem entrar finalmente na agenda do governo. Enfim, estou de acordo com o Presidente Marcelo quando este diz que são medidas eleitoralistas (o segmento jovem é aquele onde o PS parece ter menos penetração), mas não deixa de ser algo positivo.

Os elogios, contudo, terminam por aqui. É que, além de algumas mexidas no IRS jovem e de umas quantas propostas-cartaz inócuas, a única proposta realmente substantiva é a devolução do valor das propinas a um recém-formado caso se fixe em Portugal. São cerca de 700 euros por ano (1500 euros nos mestrados), não chega a 60€ por mês. Coloquemos estes números em perspectiva, comparando a realidade portuguesa e a realidade belga, com base na minha experiência.

Tomemos o cabaz de bens essenciais definido pela DECO para fazer uma comparação entre os preços praticados no Continente e no Colruyt (uma cadeira de supermercados belga muito popular), excluindo da análise alguns produtos que só estão disponíveis no supermercado português.

Enquanto um cliente do Continente gastará aproximadamente 225 euros por mês, um cliente do Colruyt gastará cerca de 280. A principal diferença está no preço da carne e de algum peixe (especialmente salmão e pescada), que pode ser até quatro vezes mais caro no Colruyt. De resto, as diferenças são mínimas, em produtos agrícolas, comprar no Continente pode até mesmo ser mais caro.

No que toca à habitação, as diferenças também não são abismais, e nalguns casos Portugal até fica mal. Por exemplo, de acordo com a plataforma Numbeo, enquanto a renda de um T1 no centro de Lisboa custa em média 1300 euros, no centro de Bruxelas é 300 euros mais barata.

Nos subúrbios, os preços são equivalentes. Dirá o senhor primeiro-ministro que Lisboa tem problemas próprios, e eu concordo. Comparemos então Coimbra e Leuven, as principais cidades universitárias nos seus países.

De acordo com a mesma plataforma, a média do aluguer de um T1 no centro de Coimbra é de 610 euros, enquanto em Leuven cifra-se nos 830. Ainda assim, o extracto mensal deste que lhe escreve atesta que é possível encontrar oferta bem mais barata em Leuven, na faixa dos 600 euros.

Por fim, um morador de Leuven gasta sensivelmente o dobro de um conimbricense nas contas mensais de electricidade, aquecimento, água, etc., embora os números na plataforma Numbeo estejam bem acima dos cerca de 120 euros por mim pagos a cada mês.

Se não for estudante, também gastará um pouco mais em transportes públicos, mas como tem a sorte de morar numa cidade amiga da bicicleta e onde é raro os autocarros se incendiarem (coisa em que a frota dos SMTUC é pródiga), um leuvenaar não precisa de um carro e pode por isso poupar em combustível (que, já agora, é em média ligeiramente mais barato na Bélgica).

Tudo somado, o custo de vida será cerca de 25 a 30% superior na Bélgica do que em Portugal. Isto assumindo, claro, que não se mora no centro de Lisboa, onde não estou certo sequer que o custo de vida seja mais barato do que no país onde estou radicado.

Ora, se nas despesas as diferenças não são assim tão grandes, o mesmo não se pode dizer das receitas. Pois é, senhor primeiro-ministro, sem fazer grandes sacrifícios, ao fim de cada mês, qualquer diplomado na Bélgica consegue pôr de lado um valor dentro dos quatro dígitos.

Vou repetir. Descontados os impostos e pagas todas as despesas essenciais, sobram acima de 1000 euros a qualquer jovem qualificado, até mesmo aos que estão em início de carreira. Poupa mais um jovem belga num mês do que muitos jovens em Portugal recebem em termos brutos. Diga-me, senhor primeiro-ministro, posto isto, acha mesmo que os 60 euros mensais que oferece serão suficientes para fazer um recém-licenciado repensar a decisão de emigrar? Claro que não.

Este exercício foi feito com a Bélgica, mas podia muito bem ter sido com os Países Baixos, a Alemanha, a Dinamarca, qualquer um dos países que tem recebido, com agrado, recursos humanos de excelência sem ter pagado um cêntimo pela sua formação.

A realidade é simples: neste momento, só mesmo factores emocionais podem reter jovens qualificados em Portugal. No entanto, quando até morar sozinho é um luxo para muitos inatingível, não há amor a Portugal que chegue para resistir ao apelo de fazer as malas. Acredite, senhor primeiro-ministro, muitos adorariam ficar, só que as consequências das suas políticas simplesmente não lhes dão outra opção, e oportunidades tentadoras não faltam.

Por isso, senhor primeiro-ministro, deixe-se de medidas superficiais que nada resolvem. Deixe-se de tentar comprar os jovens com tostões e promessas vãs. Foque-se em impulsionar a economia portuguesa e em fazer chegar o seu crescimento aos portugueses, jovens e menos jovens, qualificados e não só, que a sangria não se cinge a quem tem canudo.

Foque-se em incentivar a boa gestão nos serviços públicos e em melhorar o funcionamento das instituições. Se for preciso, ganhe coragem e tome algumas decisões difíceis, talvez muito impopulares para quem o rodeia. Enfim, seja arrojado, pois só assim consegue devolver um horizonte de esperança a quem não o vislumbra dentro de portas.

Garanto-lhe que dessa forma conseguirá convencer muitos jovens licenciados a ficar. É que... Portugal será sempre o nosso Portugal. Se, em vez disso, preferir manter as coisas na mesma e ocasionalmente dar umas migalhas para acalmar as massas, não só não conseguirá estancar a emigração qualificada, como o resultado será inevitavelmente o desastre. Não poderá dizer que foi falta de aviso.

Com os melhores cumprimentos,

Um jovem emigrante»

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18.9.23

Regressam as portas

 


Porta da Casa Tallberg, Helsínquia, 1898.
Arquitectos: Herman Gesellius, Armas Lindgren e Eliel Saarinen.

Daqui.
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Greve na TSF

 


COMUNICADO:

Esta 4a feira, dia 20 de Setembro, a TSF - Rádio Notícias vai viver a primeira greve, só da rádio, em 35 anos de existência. Pelas 10h30, haverá uma concentração junto à sede, nas Torres de Lisboa.

Lutamos pelo desbloqueio de um processo negocial que começou em Fevereiro e que está parado desde Junho e cujo objectivo final é uma subida generalizada dos salários, que não acontece há praticamente duas décadas.

Em Junho, os trabalhadores decidiram “não rejeitar” uma proposta da Administração para esses ajustes salariais, mas, até hoje, essa proposta não foi aplicada. A administração também continua sem explicar porque não aplica uma proposta que foi por si apresentada!

Acrescem atrasos no pagamento dos salários de Julho e Agosto. No primeiro caso, os trabalhadores receberam um e-mail que justificava o atraso com um “problema operacional”; no segundo, não foi dada qualquer explicação.

Por fim, há cerca de uma semana, o director Domingos de Andrade foi afastado e substituído sem que o Conselho de Redacção se tenha pronunciado, conforme sua competência definida na lei. Reiteramos a confiança em Domingos de Andrade, provado que está o seu total e permanente respeito pelos valores da autonomia editorial da TSF e pela luta que sempre travou por uma rádio independente.

Foi este o episódio que levou o plenário a reunir-se na passada 2a feira, 11 de setembro, e, tendo em conta esta acumulação de situações, que consideramos desrespeitosas dos trabalhadores da TSF, aprovámos por unanimidade a realização de uma greve de 24 horas na próxima 4a feira, 20 de setembro, e uma concentração pelas 10h30 desde mesmo dia junto à sede da rádio, nas Torres de Lisboa.

Estão todos convidados a participar!

Obrigada!
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